Prólogo

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Desde que eu me entendia por gente, esperava ansiosamente pelo meu décimo primeiro aniversário. Eu e minha irmã fazíamos planos e sonhávamos como seria, finalmente entrar na fantástica escola de magia e bruxaria de Hogwarts. 

Porém, como tudo aquilo que a gente idealiza muito, a realidade vem como uma onda devastadora, destruindo todas as nossas expectativas.

Meu primeiro ano foi uma droga. Pior foi o de Gina, sem comparações.

Nem em nossos piores pesadelos podíamos imaginar que uma de nós seria controlada mentalmente pelo fantasma de um diário velho e estúpido. Mas foi exatamente isso o que aconteceu.

Gina Weasley, minha gêmea, foi abduzida, forçada a fazer umas coisas nojentas envolvendo sangue de galinha, ou de porco, ou de... enfim, os detalhes não são tão importantes. O que importa é que ela foi sequestrada e deixada para morrer em uma maldita câmara secreta no subterrâneo de um banheiro abandonado. Não imagino um lugar pior - talvez o esgoto?

Acho que devia nossa vida ao melhor amigo do nosso irmão. Digo nossa, porque sem ela, eu não sei o que seria de mim.

Um primeiro ano horroroso. Mas acabou tudo bem, pelo menos. Lógico que aquele primeiro contato oficial com o mundo mágico deixou suas marcas, afinal, era a primeira vez que saíamos de fato daquela bolha segura e protetora que nossa mãe cultivava com tanta garra e carinho, nossa casa.

Obviamente que sabíamos que o mundo não era um lugar seguro e pacífico. Os bruxos não eram de todo bondosos. Mas o perigo nunca antes esteve tão perto quanto naquela escola.

Não conseguia conter uma risadinha ao perceber o quão irônico aquilo era.

Nossas primeiras férias escolares e Gina estava paranóica. Mamãe brigando com os gêmeos e suas peças, a casa um verdadeiro caos, mas isso tudo já era uma rotina costumeira.

A novidade foi uma viagem para o Egito com a família toda. Foi legal e divertido e deu para tirar um pouco do peso do ano letivo.

No final do verão, Gina tinha conseguido voltar ao normal. Se bem que normal talvez seja uma palavra muito forte.

Ela voltou a ser Gina, minha irmã brincalhona e sorridente, astuta e que não engole desaforo.

O segundo ano veio e com ele, inacreditavelmente, as coisas pareceram piorar.

A fuga de um prisioneiro de Azkaban deixou o mundo bruxo maluco. O Ministério não poupava esforços na busca do fugitivo, mandando dementadores por todos os lugares.

Me surpreendi quando aquelas criaturas inspecionaram o expresso Hogwarts. Foi uma sensação estranha e errada, a qual eu nunca mais queria sentir de novo. Mas eles estavam espalhados nos arredores da escola toda, trazendo o frio e o medo consigo.

Uma coisa boa foi a admissão do novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. Prof. Lupin era, sem dúvidas, a melhor coisa daquele ano.

Suas aulas eram divertidas e ele parecia se importar conosco. Diferente do professor do ano passado.

Mas foi só isso mesmo, já que a escola foi invadida por Sirius Black, o fugitivo. Não uma como duas vezes. Estava começando a achar que o sistema de segurança daquele lugar realmente tinha um grande problema.

E, para fechar com chave de ouro, descobriram que o professor Lupin era, na verdade, um lobisomem, o que acabou ocasionando sua demissão. Para a infelicidade de muitos. E meu irmão, Ronald, foi internado na enfermaria por um ataque de cão selvagem. A segunda, talvez, coisa legal que aconteceu foi uma breve proximidade com a enfermeira Pomfrey.

Depois dos ataques do basilisco no primeiro ano, aquele cuidado todo com as mandrágoras para fazer uma poção para despetrificar as vítimas já havia chamado minha atenção para a matéria de poções. Mas após acompanhar um pouco a rotina da enfermaria, fiquei imaginando o quão legal seria saber fazer o que aquela mulher fazia.

Os maiores incentivadores para esse meu novo estudo, foram os gêmeos.

Fred e Jorge aproveitaram as férias para refinar a arte das pegadinhas e travessuras, se debruçando na pesquisa, produção e testes das suas gemialidades, como chamávamos. Mamãe ficava doida com aquilo. Tentava proibir ao máximo qualquer atividade dos gêmeos, mas era como se ela falasse "por favor, façam tudo o que quiserem!".

Ela tentava confiscar, jogar fora, até atear fogo, mas eles sempre davam seu jeito. Gina, claro, achou um bom passatempo ajudá-los, principalmente com a parte dos testes. Já para mim, eles só tinham um pedido:

- Nos ajude a criar um contra feitiço para isso, maninha?

E eu não conseguia negar um bom desafio. 

Light in the Darkest of Times || Malfoy WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora