Capítulo 06 - Uma visita inesperada

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O professor Alastor Moody era, para dizer o mínimo, excêntrico. Maluquinho de pedra. E suas aulas ficavam entre incômodas e divertidas.

Aquela, pelo menos, era um ótimo exemplo disso. Estávamos estudando sobre bicho papão. E claro, assim como o professor do ano passado fez com Rony e sua turma, Moody também tinha colocado um desses no meio da sala para praticarmos o feitiço para nos defendermos da criatura.

- Apontem suas varinhas para ele e digam, em alto e bom som, riddikulus. - Instruiu Moody.

- O senhor vai nos dar um exemplo? - Perguntou um dos alunos puxa saco, da corvinal.

- Não. - Disse ele, simplesmente e chamou o primeiro da fila.

Percebi que Penélope estava, estrategicamente, ao final da sala e, a cada aluno que chegava, ela deixava passar em sua frente. Enquanto isso, Gina me puxava para frente.

- O que será que vai aparecer para mim? E como eu posso transformar o que me deixe apavorada em algo engraçado? Caramba... você está nervosa?

- Gina, respira. - Abanei o rosto da minha irmã. Quanto mais ansiosa, mais rápido ela falava. E aquilo era algo que nós duas tínhamos em comum.

O bicho papão se transformava de novo e de novo, refletindo os medos daqueles em sua frente. Desde animais, palhaços, bonecos, brinquedos até pessoas.

Gina estava na minha frente e, na sua vez, a criatura se transformou em um objeto pequeno, preto e retangular, largado no chão.

Um calafrio subiu pelas minhas costas ao perceber que aquele era o maldito diário do seu primeiro ano.

Minha irmã encarava o diário, pálida. Até sua voz saiu trêmula ao dizer: - Riddikulus

Com um solavanco, o diário se abriu e suas páginas se transformaram em passarinhos ou aviõezinhos de papel.

Até tentei falar com ela, segurar sua mão, ou qualquer coisa para trazer aqueles olhos distantes de volta para a aula, mas minha vez havia chegado.

- Elizabeth Weasley. - Professor Moody chamou e dei um passo a frente, segurando a respiração e apertando firme minha varinha.

Aqueles pedaços de papel que voavam ao redor do diário se reagrupou e, então, um enorme artrópode, todo segmentado e cheio de patas afiadas. Enorme mesmo, quase alcançando o teto ao ficar em pé e balançar aquelas patas em minha direção.

Engoli um gritinho e fechei os olhos. Todos os pelinhos do meu corpo estavam em pé e parecia ser tão difícil pensar em algo engraçado daquilo. Eu só queria sair correndo dali, o mais rápido possível.

Droga, droga, droga, eu repetia para mim mesma, até que uma imagem apareceu na minha mente e, sem demorar muito, ergui a varinha.

- Riddikulus. - Disse, firme. E então só abri os olhos ao ouvir as risadas atrás de mim.

Aquelas patinhas finas estavam dentro de mini patins e a lacraia patinava tentando se manter equilibrada.

Se aquele bicho não continuasse tão feio e asqueroso, até poderia achar graça também. Mas deu tudo certo e sai correndo para o final da sala, sem esperar o professor chamar o outro aluno.

- Sério? Seu maior medo é um bichinho daqueles? - Penélope perguntou, com um sorrisinho estampado em seu rosto.

- Vai lá você, nos mostrar qual seria o seu medo. - Desafiei, cruzando os braços na barriga, mais para me abraçar mesmo do que para qualquer outra coisa. Ainda estava toda arrepiada.

Light in the Darkest of Times || Malfoy WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora