O professor Alastor Moody era, para dizer o mínimo, excêntrico. Maluquinho de pedra. E suas aulas ficavam entre incômodas e divertidas.
Aquela, pelo menos, era um ótimo exemplo disso. Estávamos estudando sobre bicho papão. E claro, assim como o professor do ano passado fez com Rony e sua turma, Moody também tinha colocado um desses no meio da sala para praticarmos o feitiço para nos defendermos da criatura.
- Apontem suas varinhas para ele e digam, em alto e bom som, riddikulus. - Instruiu Moody.
- O senhor vai nos dar um exemplo? - Perguntou um dos alunos puxa saco, da corvinal.
- Não. - Disse ele, simplesmente e chamou o primeiro da fila.
Percebi que Penélope estava, estrategicamente, ao final da sala e, a cada aluno que chegava, ela deixava passar em sua frente. Enquanto isso, Gina me puxava para frente.
- O que será que vai aparecer para mim? E como eu posso transformar o que me deixe apavorada em algo engraçado? Caramba... você está nervosa?
- Gina, respira. - Abanei o rosto da minha irmã. Quanto mais ansiosa, mais rápido ela falava. E aquilo era algo que nós duas tínhamos em comum.
O bicho papão se transformava de novo e de novo, refletindo os medos daqueles em sua frente. Desde animais, palhaços, bonecos, brinquedos até pessoas.
Gina estava na minha frente e, na sua vez, a criatura se transformou em um objeto pequeno, preto e retangular, largado no chão.
Um calafrio subiu pelas minhas costas ao perceber que aquele era o maldito diário do seu primeiro ano.
Minha irmã encarava o diário, pálida. Até sua voz saiu trêmula ao dizer: - Riddikulus
Com um solavanco, o diário se abriu e suas páginas se transformaram em passarinhos ou aviõezinhos de papel.
Até tentei falar com ela, segurar sua mão, ou qualquer coisa para trazer aqueles olhos distantes de volta para a aula, mas minha vez havia chegado.
- Elizabeth Weasley. - Professor Moody chamou e dei um passo a frente, segurando a respiração e apertando firme minha varinha.
Aqueles pedaços de papel que voavam ao redor do diário se reagrupou e, então, um enorme artrópode, todo segmentado e cheio de patas afiadas. Enorme mesmo, quase alcançando o teto ao ficar em pé e balançar aquelas patas em minha direção.
Engoli um gritinho e fechei os olhos. Todos os pelinhos do meu corpo estavam em pé e parecia ser tão difícil pensar em algo engraçado daquilo. Eu só queria sair correndo dali, o mais rápido possível.
Droga, droga, droga, eu repetia para mim mesma, até que uma imagem apareceu na minha mente e, sem demorar muito, ergui a varinha.
- Riddikulus. - Disse, firme. E então só abri os olhos ao ouvir as risadas atrás de mim.
Aquelas patinhas finas estavam dentro de mini patins e a lacraia patinava tentando se manter equilibrada.
Se aquele bicho não continuasse tão feio e asqueroso, até poderia achar graça também. Mas deu tudo certo e sai correndo para o final da sala, sem esperar o professor chamar o outro aluno.
- Sério? Seu maior medo é um bichinho daqueles? - Penélope perguntou, com um sorrisinho estampado em seu rosto.
- Vai lá você, nos mostrar qual seria o seu medo. - Desafiei, cruzando os braços na barriga, mais para me abraçar mesmo do que para qualquer outra coisa. Ainda estava toda arrepiada.
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Light in the Darkest of Times || Malfoy Weasley
FanfictionElizabeth Margo Weasley, a segunda garota dentre oito irmãos. E crescer cercada de irmãos mais velhos bem sucedidos e ainda com uma gêmea muito parecida consigo mesma fez com que a pequena Liza procurasse o que tanto a diferenciava dos demais. Mes...