Capítulo 20 - Compras e trocas

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Convencer meus pais foi uma tarefa árdua. Mamãe estava quase irredutível e papai preocupado com o clima das coisas no mundo externo. Contra-argumentei que seria uma companhia, que a ajudaria com as compras e sendo duas poderíamos diminuir o tempo; Que precisava de novos ingredientes para meu estoque de poções, e que ela teria dificuldades em escolher sozinha; Que não sairia de sua vista e até que sabia me cuidar.

Mas foi só quando soltei que estava me sentindo sozinha, presa e sufocada ali naquela casa, ela pareceu ceder um pouco.

Eles me conheciam tão bem que era impossível esconder ou até mascarar meu verdadeiro estado de espírito. Principalmente de mamãe e seus olhos de águia que pareciam ver tudo!

Pude perceber que ela sabia o que estava sentindo. Desde o incômodo com a bagunça caótica, a rotina desengonçada, a movimentação eterna, estar com os amigos de Rony e até de Gina e longe dos meus...

E talvez fosse por isso que os dois cederam, depois de uma conversa silenciosa entre seus olhares. Eu poderia acompanhar mamãe às compras, se e somente se eu permanecesse ao lado dela e tomasse cuidado redobrado.

Saímos cedinho de casa, pela rede de Flu mesmo, saindo em uma das muitas lareiras do Beco Diagonal.

Mamãe atarracou sua mão na minha e seguimos em passos apressados para a primeira parada: Floreios e Borrões.

Ela levava uma lista dos gêmeos para o sétimo ano, a de Rony e Hermione, já que Harry faria as mesmas aulas de Rony e a amiga tinha algumas disciplinas diferentes, enquanto eu segurava a minha e a de Gina, que mesmo parecidas, também tínhamos algumas aulas distintas.

Enquanto que naquele ano eu tinha optado por ficar só com o Trato de Criaturas Mágicas e de Estudos Avançados em Poções e Alquimia, Gina por algum motivo gostava das aulas doidas de Adivinhação e ainda estava no time de Quadribol.

Com todos os livros em mãos, foi a vez de aumentar nosso estoque de penas, tintas e pergaminhos, o que foi consideravelmente mais rápido do que a escolha e checagem dos livros. Até porque, muitos dos nossos materiais conseguiríamos aproveitar dos irmãos mais velhos, passados de mão em mão.

- Não posso me esquecer da vassoura de Rony... - Mamãe sibilou, mais para si mesma enquanto dava uma checada nos arredores do Beco.

A aura vibrante, colorida e alegre do lugar parecia abatida. As pessoas passavam com passos apressados, de loja em loja, com olhares desconfiados para os outros e sem muitas conversas. Era como se todos estivessem com o mesmo medo que meus pais, de estarem expostos e vulneráveis.

Poucos eram aqueles que andavam realmente tranquilos e relaxados por aquelas ruas tortuosas.

- Se você preferir, posso te esperar no apotecário enquanto vê o presente do Rony e aquele kit de limpeza, que Gina pediu para dar uma olhada.

- Sim, tem isso também... Mas tudo vai depender do valor de tudo.

Falar sobre dinheiro era um assunto um pouco complicado para meus pais, mesmo que eles tentassem disfarçar ao máximo.

Era perceptível que eles gostariam de nos dar as melhores coisas e não as vestes ou varinhas ou utensílios de segunda mão. Mas pelo salário escasso que papai ganhava e com o tanto de irmãos que tinha, eu achava que eles faziam milagre para ainda assim nada nos faltar.

Fui quase escoltada até à lojinha abarracada enquanto minha mãe foi ver as coisas no Artigos de Qualidade para Quadribol.

Depois de quatro anos, o Sr. Mulpepper já conhecia meu nome e sabia quais ingredientes que mais comprava.

Light in the Darkest of Times || Malfoy WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora