Capítulo 25 - Armada de Dumbledore

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POR ORDEM DA ALTA INQUISIDORA DE HOGWARTS

Todas as organizações, sociedades, times, grupos e clubes estudantis estão doravante dissolvidos.


Li o aviso por cima da cabeça de alguns alunos igualmente ansiosos.

- Isso quer dizer que vão fechar o Clube das Bexigas? - Perguntou um deles ao amigo.

- Acho que vai ficar tudo bem com as Bexigas. - Comentou Rony sombriamente.

A coincidência daquele aviso dois dias após a visita à Hogsmeade e do nosso encontro no Cabeça de Javali não passava despercebida. Alguém deveria ter nos ouvido, ou até visto aquele grupo incomum de vinte e cinco alunos num bar vazio.

Talvez tenha ficado destoante demais...

Além das nossas futuras aulas, os times de quadribol também foram afetados, na verdade quase todos eles, já que o primeiro a ser liberado foi o da Sonserina, sem nenhuma surpresa.

Tudo o que precisavam para continuar era a aprovação de Umbridge, o que dificilmente, quase impossivelmente, conseguiríamos.

Não demorou muito para termos uma segunda reunião, entre cochichos, burburinhos e espaços pequenos para saber o que faríamos a seguir e então uma solução apareceu, como um passe de mágica.

Harry descobriu, com a ajuda de um amigo, a sala precisa no sétimo andar.

Era perfeita! Com almofadas de seda no chão, prateleiras com instrumentos de defesa e detecção de arte das trevas e estantes de livros da mesma temática.

- Uau, Harry, que maravilha! Aqui tem tudo o que precisamos. - Hermione suspirou, entorpecida e olhando para todas aquelas coisas.

Para o primeiro encontro, precisamos escolher um nome. Palpites de um lado e opiniões de outro, até que Gina sugeriu Armada de Dumbledore.

- Porque o maior medo do Ministério é uma força armada de Dumbledore. - Explicou ela, orgulhosa que sua sugestão tivesse sido levada em consideração.

Contra minhas expectativas, o primeiro feitiço que praticamos foi expelliarmus, para desarmar.

- Sei que é bem básico, mas eu o achei realmente útil...

- Ah, corta essa! - Brandiu um aluno da Lufa-Lufa - Não acho que esse feitiço vá ajudar a enfrentar Você-Sabe-Quem.

- Eu já o usei contra ele. - Harry retrucou, sem muita paciência para aquele tipo de interrupções. Porém, no restante, ele até que era um bom professor.

Nos dividimos em duplas, e obviamente fiquei com Penélope. Uma hora ela atacava, na outra era eu, e assim íamos desarmando uma a outra. Começou muito bem, porém conforme o pessoal ia pegando mais confiança, tal hora os próprios alunos saíam voando, ao invés da varinha.

Para um primeiro encontro, achei que as coisas até funcionaram bem. E o uso do mapa do maroto era uma boa ajuda para sair da sala despercebido.

Agora, eram duas coisas que ocupavam meu tempo e me faziam esquecer de Umbridge e sua tentativa de estragar com tudo: Poções com Draco e a AD.

Não com Draco, mas ele como minha dupla, logo me obriguei a pensar.

Estávamos avançando aos poucos na poção Polissuco, mas íamos muito bem! Até recebemos um mini elogio de Snape, o que achei que devia ser pelo fato de estar fazendo dupla com Malfoy, me lembrando do comentário de Nott a respeito do apreço do professor pelo sonserino.

As reuniões da AD eram imprevisíveis, precisando se ajustar com o horário livre de todos nós e também para despistarmos quem quer que pudesse estar de olho em algum de nós.

Passamos a treinar Azaração de Impedimento e depois o Feitiço Redutor.

Hermione não demorou a inventar um método muito inteligente para comunicar ao grupo o dia e horário da reunião seguinte, para evitar ainda mais atenção ao ter que sair falando com todos, inclusive de casas diferentes, em cochichos por aí. Era uma moedinha de ouro, um galeão falso, que mudava os números das bordas para as informações dos encontros.

Precisamos dar uma pausa quando o primeiro jogo da competição de quadribol se aproximou. No final, Umbridge liberou a Grifinória para jogar, mas ainda com os olhos bem atentos a qualquer escorregão de seus jogadores.

E, para abrir a temporada, seria justamente nossa casa contra a Sonserina.

Eu sabia que deveria torcer para meus irmãos, inclusive agora que Rony era o mais novo goleiro do time, mas não deixava de ficar curiosa em ver Malfoy em cima da vassoura.

Assim como Gina, eu e Penélope nos vestimos com as cores do time, vermelho e dourado, bem agasalhadas e preparadas para o vento forte do inverno.

Foi um jogo horrível. Não sabia porque tinha achado que seria diferente. A torcida verde e prata cantava uma musiquinha para constranger e humilhar Rony, o que fez com que ele errasse um monte de defesa. Pelo menos Harry conseguiu capturar o pomo e ganhou o jogo, mas mesmo assim, meu sangue fervia de raiva, minha orelha pulsava e eu sabia que meu rosto estava vermelho como um pimentão.

Desci com Hermione e Gina em direção ao campo, não para comemorar, mas para amparar meus irmãos. Eu sabia que eles estavam em um estado igual ou pior do que o meu.

- Salvou o pescoço do Weasley, não foi? Nunca vi um goleiro pior... mas também, nasceu no lixo... gostou da minha letra, Potter? - Draco gritou, pousando perto deles. O rosto branco de fúria, mesmo assim conseguindo desdenhar.

Ninguém respondeu, estavam ocupados demais comemorando ou tentando controlar o temperamento.

Até a capitã do time tentava distrair Harry, enquanto Draco continuava a bravejar ofensas. Porém Fred e Jorge se aproximaram e perceberam o que Draco estava falando, sobre quem estava falando e se retesaram, encarando Malfoy com promessas de violência.

A coisa foi ficando feia muito rápido.

- Deixa para lá, Fred. Deixa ele gritar, só está frustrado porque perdeu... - Gina segurou o irmão pelo braço quando ele deu um passo em direção ao garoto.

Eu ignorava o que quer que aquela voz, antes suave e brincalhona agora jorrava e cuspia. Sabia só que ele intercalava as ofensas entre Harry e meus irmãos, minha família... Porém quando chegou ao meu pai, foram necessários os esforços conjuntos da capitã do time e de outras duas jogadoras para impedir Jorge de pular no pescoço de Malfoy, que ria abertamente.

Crabbe e Goyle se posicionaram ao lado do amigo, em apoio e desafio.

E foi quando as ofensas de Malfoy passaram para a mãe de Harry, ele soltou Fred e se atracou com Malfoy, os dois rolando na grama. Socos e chutes e xingamentos rolavam soltos e os nossos gritos se mesclavam com o grito deles e com o apito da Madame Hooch tocando e tudo era um grande caos. Até que eu saquei minha própria varinha, em desespero e gritei:

- Impedimenta! - Fazendo com que Harry, que estava em cima de Malfoy, socando seu rosto, fosse derrubado de costas no chão.

Pelo menos logo Madame Hooch chegou para separar os dois.

Harry arfava, lívido, ainda se debatendo para avançar sobre o garoto, enquanto Malfoy estava dobrado no chão, choramingando e gemendo, com o nariz ensanguentado.

Fred exibia um lábio inchado pela briga com Goyle, Jorge ainda estava contido pelas garotas do time e Crabbe dava gargalhadas mais atrás.

Observei atônita enquanto Harry e Fred marchavam campo afora, direto para a sala de McGonagall, e os dois amigos ajudavam a levar Malfoy para a enfermaria.

Nossos olhares se cruzaram de relance, mas não conseguia encarar aquele cinza agora. Piscando as lágrimas para fora, dei as costas e fui embora dali, seguida por Penélope e Briar. 

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⏰ Última atualização: Nov 07 ⏰

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Light in the Darkest of Times || Malfoy WeasleyOnde histórias criam vida. Descubra agora