Ela fez menção de se sentar no banco a frente da cama, que eles normalmente usavam para sentar e calçar ou remover os sapatos.
Stenio segurou a cintura dela com força, impedindo.
— Não, não. Você não se arrumou pra mim? Essa não é a minha noite? Então você vai ficar assim pra mim até o fim.
Ela se virou para ele. O olhar um pouco confuso. Quase hesitante. Stenio nunca tinha ficado assim antes, não tão sério. Eles já transaram com raiva outras vezes, mas daquela vez cada celular do corpo dela estava em alerta vermelho. Ela sabia que tinha cruzado a linha do limite, e que agora pagaria por isso. Até porque, quem tinha proposto isso havia sido ela mesma.
Se lembrou que a outra opção era se afastar e deixar ele digerir tudo mesmo que demorasse alguns dias. Talvez semanas.
É, ela definitivamente preferia a primeira opção do que a segunda.
Ele passou as mãos pelo cabelo dela, colocando tudo para trás.
Heloísa ficou parada, com as mãos para trás, observando ele. Tentando ler o marido.
Ele deixou o cabelo dela todo para trás, colocando a franja dela atrás da orelha. A olhou de cima a baixo.— Você tá perfeita. — Ele elogiou, os olhos presos em cada detalhe. A maquiagem acentuando os olhos. o decote do vestido. A forma como, mais para as coxas. o tecido grudava na pele dela. — Você é, sempre. Mas fica mais ainda quando me faz surpresas. — Ele murmurou, encostando a testa na dela.
Heloísa fechou os olhos, suspirando aliviada. Aquele era seu marido. O que se derretia com qualquer gesto de amor vindo dela. Não o que fingia que tudo aquilo que tinha acontecido naquela noite não fazia diferença.
— Tudo por você, meu amor. — Ela sussurrou, de olhos fechados. — Eu amo você.
Ela sentiu enquanto ele deslizava os dedos pela clavícula dela, subindo para o ombro. Logo, descansou a mão no pescoço dela, a trazendo mais perto. Finalmente ganhou um beijo de língua, coisa que ela tanto tinha desejado e ele tanto tinha privado ela de receber.
Não foi um beijo calmo. Normalmente os beijos deles começavam mais tranquilos, românticos. E no meio do caminho, as coisas se apimentavam. Não daquela vez.
Stenio a beijava com uma urgência quase desesperada.Ela descansou as mãos no abdômen dele, correspondendo. Inclinava o corpo na direção dele, enquanto ele enfiava a mão na raiz do cabelo dela, controlando com força.
O beijo dele era um dos melhores que ela tinha tido, e era exatamente por isso que eles sempre caiam em tentação. Mesmo quando queriam se separar, a química entre eles falava mais alto. Houveram noites que não havia mais nada além de ressentimento entre eles, mas a química ainda estava lá. E era um dos motivos pelo qual eles não conseguiam abandonar um ao outro, não completamente.
Mas naquele momento, tudo era diferente. Ele não era só muito bom como de costume. Nessa noite, havia algo afrodisíaco nele, no beijo dele. Na forma que a pegava, que a segurava, que comandava.
Ela deslizou a mão do abdômen dele até a barra da calça, dentro da camisa solta. Puxou o marido mais para perto, e sentiu o volume de sua calça latejando. Não conseguiu evitar o gemido que escapou seus lábios, admirando a rapidez com a qual ele havia se excitado.
Ela sentiu enquanto o advogado a empurrava pelo quarto, dando alguns passos em direção a cama. As mãos firmes ao redor da cintura dela a guiavam de olhos fechados. Ele parou de beijar seus lábios, e virou a esposa para que ela ficasse de costas pra ele, de frente para a cama.