a manhã seguinte

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Stenio não era bobo.
Sabia todas as circunstâncias nas quais estava.
Sabia que se parece pra raciocinar de verdade, se afastaria de Heloísa e não a beijaria. Não chegaria a encostar nela.

Tomou a decisão de deixar a caneca acima do móvel atrás dele, não quebrando o beijo. Levou sua mão até o cabelo dela, jogando-o todo para trás. Desceu os beijos pelo pescoço da ex, se deliciando naquele perfume, naquele cheirinho que só a pele dela tem.

Foi se deitando sobre o corpo dela, aproveitando cada segundo. Tentava apagar de sua mente que o corpo dela tinha sido marcado pelas mãos de outro recentemente. Ele não perguntaria, ela não contaria, mas mesmo assim, ele já imaginava.

Tentou se conter com o fato de que ela estava ali. Com ele. Tão desesperada por ele como estava em todas as outras recaídas, porque nada entre eles tinha mudado. Fossem quais fossem as circunstâncias, eles sempre voltavam um para o outro.

Stenio a olhou com atenção, tentando afastar os pensamentos. Assim que aqueles olhos fortes e marcados de maquiagem o encararam com tanto desejo, ele se distraiu por completo. Nada mais interessava, só seu amor por Heloísa. Só o fato de que estavam a ponto de fazer amor, depois de tantos dias sem.

Um gemido escapou da boca dela quando, um ja tendo se livrado das roupas do outro, sentiu o ex enfiar os dedos nela sem cerimônias.

Ele a conhecia bem. Sabia o quanto estava molhada desde o primeiro toque dele, e sabia como seus dedos deslizariam para dentro com toda a facilidade do mundo.

— Tava com saudade, meu amor? — A voz rouca a despertou de seu prazer. O olhar dos dois, um para o outro, quase soltava faíscas. A intensidade que havia ali, não existia em nenhum outro lugar, e eles sabiam disso. — Diz que tava com saudade do teu homem, Heloísa.

Ela sentia o orgasmo chegando. Os movimentos dele eram brutos, e ele conhecia o corpo dela como a palma de sua mão. Era ridículo que ela tivesse tanto tesão nele depois de todo aquele tempo, de todas as complicações.

— Diz. — Ele insistiu.

Quando percebeu como a delegada se recusava, foi parando os movimentos aos poucos.

— Não para. — Ela sussurrou implorando.

— Quer gozar, Heloísa? — Ele a olhou nos olhos, respirando fundo. — Diz. Ou eu paro agora.

Estava ensandecido.
Sentia a excitação latejando de tanto desespero por se enterrar dentro dela de uma vez, mas seu orgulho era maior naquele momento. Especificamente naquele momento.

Afinal, ela estava viajando com André Moretti há pouco. Se ele parasse para pensar muito, suas suspeitas se confirmavam e..

— Tava com saudade do meu homem. — Ela admitiu, implorando.

Roubou um sorriso que surgiu nos lábios dele quase que imediatamente. Ela o deixava louco. Essa voz rouca dizendo exatamente o que ele queria ouvir.. Era bom demais. Não se comparava a mais nada no mundo.

Deslizou os dedos pela lubrificação dela, espalhando o líquido e a sujando mais ainda. Acariciou seu clítoris, estimulando. enquanto se preparava para entrar nela. O fez, devagarinho, e assistiu com prazer o corpo dela se contraindo aos pouquinhos.

Com a boca, alcançou seus peito esquerdo, e o enfiou na boca, chupando com vontade.

— Você é.. Toda minha. — Ele repetia, como um viciado em droga. A delegada era sua perdição. — Só minha. Lembra disso, porra.

Ela se segurou nos braços do advogado, o arranhando. Tentava controlar os gemidos, porque sabia que a filha deles poderia acordar se exagerassem.
Mas aquilo era tão delicioso que ela sentia vontade de gritar.

Não conseguindo se controlar muito, sentiu a mão. os dedos grossos de Stenio por sua boca, abafando os gemidos que escapavam de seu corpo sem querer.

Ele moveu a cintura, enterrando o corpo dentro dela, contraindo as costas e soltando gemidos também. O corpo dele agora suava por cima do dela, e seu cheiro parecia exalar mais forte. Aquele cheiro delicioso de.. Stenio Alencar. De seu grande amor.

Ele sentiu as unhas fincando em suas costas e continuou os movimentos repetidos, acertando em cheio o ponto g dela.

Observou Heloísa se desmontar por completo, tentando a todo custo se segurar nele. Suas pernas tremiam, a respiração estava ofegante, ela agora estava toda suada e os cabelos enrolados na ponta grudavam no corpo um pouco úmido.

Ele segurou na cintura dela com as duas mãos, obrigando que continuasse com as pernas abertas até que ele terminasse. Quando finalmente jorrou dentro dela, se sentia extasiado.

Ambos gozaram intensamente naquela noite. Sentiam falta um do outro, de como um conhecia o outro, e sabia exatamente onde tocar e o que fazer.

Adormeceram no sofá, abraçados.
As malas dela espalhadas em cima do tapete, a claridade do sol entrando pela fresta da cortina.

Stenio despertou primeiro. Observou como ela estava apagada. Não devia estar em suas condições normais na noite anterior.

Ela nunca cairia no colo dele tão fácil assim. Normalmente ele quem precisava insistir muito.

Ele vestiu a cueca e a calça jeans, indo até a cozinha passar um café. Assim que encheu a xícara, passou para ver a filha deles dois que dormia tranquilamente.
Heloísa agora estava abraçada na almofada da sala, toda encolhida.

Por que diabos tinha vindo até ele?

Ele ouviu quando o celular dela começou a apitar mensagens recebidas e correu para colocar no modo silencioso. O que quer que tivesse acontecido, a tinha consumido, e ela estava exausta. Ou talvez isso fosse culpa dele.

Um sorriso bobo passava por seu rosto enquanto pensava nisso, até se dar conta de quem eram as mensagens. Moretti.

Mensagens de bom dia, perguntando como ela estava. Declarando saudades, preocupações, e falando sobre a noite maravilhosa que eles tinham passado juntos.

Stenio sentiu seu estômago revirar olhando Heloísa dormindo tranquilamente no sofá da sala.
Engoliu a seco, sabendo exatamente onde encontrar Moretti.

Não raciocinava enquanto se vestia, muito menos enquanto batia a porta do apartamento com tanta força que Heloísa acordou sem entender bem o que acontecia.

Ela não tinha se tocado que a senha de seu celular continuava sendo o aniversário de casamento dos dois.

Moretti abriu a porta pensando que fosse a empregada e não viu se que lado vinha os socos repetidos que recebeu em seu rosto até cair no chão, com Stenio no topo dele.
Tentando raciocinar o suficiente para começar a revidar.

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