juntos

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Helô suspirou olhando para o advogado. Como queria conseguir dizer não, apenas uma vez. Como queria conseguir olhar para ele, para seus olhos, seus lábios, e simplesmente não sentir nada. Ela sempre sentia alguma coisa, muita coisa.

Fosse raiva, chateação, ressentimento, amor, ódio, ciúmes.. Sempre havia pelo menos um sentimento ali, quando não haviam todos ao mesmo tempo. Ela sentia falta da antiga Heloísa, daquela delegada que gritava aos quatro ventos que não queria o amor, que não precisava de amor. Que era feliz sozinha.

Hoje em dia ela não se dava mais ao trabalho. Tinha consciência de que não precisava de Stenio para viver, e sabia que poderia sobreviver sem eles dois. Sem a rotina, sem o carinho, sem o toque. Ambos haviam provado mais de uma vez que conseguiam viver um sem o outro. Mas desde que ela havia entendido que a vida era muito mais deliciosa ao lado dele, simplesmente foi se cansando. Cansando de criar essa personagem durona que todos os dias batia no peito e fingia que não sentia falta.

Sentia falta das flores.

Sentia falta dos drinks.

Das massagens nos ombros quando ela estava tensa e o trabalho fazia com que todo seu corpo se retesasse.

Saudade de ter companhia fixa todo fim de semana.

Alguém para quem correr nos dias difíceis.

Alguém para desabafar quando coisas absurdas aconteciam na delegacia.

Alguém que a amava todos os segundos, incluindo seus defeitos, sem se importar com o que ela fazia, dizia, sentia.

Alguém pra brigar, desestressar.

Almoçar em família.

Alguém para tomar um drink no sábado a noite, acampar com a família no domingo.

Alguém que se desesperasse quando a via chorar, e não media esforços para que ela parasse o mais rápido possível para voltar a sorrir.

Alguém que a abraçasse forte assim que o despertador tocasse logo de manhã, resmungando sobre ter que se levantar, e na sequencia a enchesse de beijos, de carinho, e se enroscasse nela por debaixo dos lençóis como se não estivessem com pressa para os compromissos do dia.

Ele era tudo isso, e muito mais. E ela ja tinha cansado de fingir que esse amor não a completava em cada pequeno aspecto de sua vida solitária. O nascimento de Clara tinha alterado muitas coisas, e agora que eles tinham duas filhas e um histórico ainda mais longo de casamentos, as coisas pareciam ter ficado mais sérias. Ela realmente não queria agir na hora da raiva, com o sangue fervendo, só pra se arrepender depois e voltar atrás. Não queria machucar mais ninguém. Não a si mesma. Muito menos as filhas. E Deus a perdoe, jamais Stenio.

Havia muita coisa em jogo, mas ela se perdeu nos pensamentos antes de que pudesse notar. Aos poucos sua boca já estava na dele, e aquele beijo delicioso que fazia seu corpo arrepiar dos pés a cabeça simplesmente silenciou o mundo ao redor deles. De repente, nada era tão importante quanto o toque dele. O toque que mais encaixava. O toque tão perfeito, que ela não encontrava em mais ninguém ao que parecia muito, muito tempo.

Ninguém era como ele.
E Stenio sabia disso muito bem.
Podia ter o ciúme que fosse, mas era genial nos movimentos, se aproveitando do fato de que absolutamente ninguém conhecia sua mulher melhor que ele mesmo.

Sabia que a deixava louca com aquele beijo intenso. Com a forma que as línguas se entrelaçavam, e como ele tendia a morder o lábio inferior dela de vez em quando.
Ao deixá-la ofegante, desceu o nariz pelo pescoço dela e a beijou ali, enquanto a pegava pelo cabelo. Sorriu satisfeito ao ouvir o gemido baixo e aliviado da mulher perto de seu ouvido.

A deitou no sofá, se deitando por cima. Gostou de como seu corpo correspondeu aos movimentos dele: ela simplesmente se deixou levar. Não tentou lutar contra, nem por um segundo. Estavam numa sintonia que nunca se estragava, fosse o que fosse.

Não deixou de entretê-la com a boca em seus seios, enquanto se livrava da calça jeans. A delegada tinha aquelas camisas folgadas no corpo, que ficavam com poucos botões presos e a lingerie à mostra. Heloísa mesmo se desvencilhou daquilo tudo, ansiosa pelo contato da boca quente dele com seu corpo.

Se sentiu completamente exposta estando no sofá da sala toda nua para ele, que ainda estava vestido. Mas o brilho no olhar dele, olhando para ela com tanto desejo.. Aquilo era inigualável.
Heloísa correu a mão pelos cabelos dele, admirando cada toque da boca dele por seu corpo.

— Você é deliciosa. Que saudade eu tava do seu corpo. — Ele murmurou contra a pele dela, beijando o abdômen marcado dela, indo cada vez mais para baixo. Se afastou, mordendo o lábio inferior enquanto encarava o meio das pernas de Helô. Seus olhos praticamente brilhavam olhando para como ela estava toda lubrificada e pronta para ele. — Essa é minha visão favorita da vida. — Ele sussurrou.

Sabiam que estavam aprontando onde não deveriam. Então deviam tomar cuidado se não quisessem ser pegos, muito menos interrompidos.

— Então registra. — Ela sugeriu, embriagada no desejo de tê-lo.

Stenio levantou o olhar para Helô, pendendo a cabeça pro lado esquerdo com o sorrisinho mais malicioso do mundo. Ela se divertiu horrores com a reação dele. Amava o surpreender, amava agradar seu marido sexualmente. Parecia que eles nunca iam parar de surpreender um ao outro.

Ele obedeceu, e ela se relaxou no sofá, assistindo cada movimento dele enquanto apalpava o bolso na busca pelo celular. Assim que a gravou, correu os dedos pela área lambuzada de lubrificação, brincando com o clítoris dela. No vídeo, ele enfiava os dedos nela, e se deliciava com o barulho do quanto ela estava molhada.

Entregou o telefone na mão de Heloísa, descendo a boca praticamente sedento. Os movimentos da boca dele, a maneira como lambia os lábios, ansioso.. Tudo a deixava mil vezes mais excitada.

Não conseguiu trabalhar muito bem com a câmera em mãos porque ele a chupava com toda a sede do mundo.  Sentiu quando o advogado bateu a mão no celular, o jogando no chão. Envolveu os dedos nos dela, enlaçando suas mãos. Heloísa o prendeu contra seu corpo intensificando os movimentos dele com a língua em seu clítoris.

Sentia a cada segundo que passava que não iria durar muito.

— Me fode, amor. — Ela pediu num sussurro. — Eu quero chegar junto com você.

Stenio sentiu seu corpo arrepiar por completo e a obedeceu. Que terminassem juntos, um no outro.

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