Modismo Convencional

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Reflexões vazias, ecoando o vazio de modismos contemporâneos, que buscam um sentido tão passageiro quanto as tendências que os sustentam. Mas, afinal, qual o valor de uma vida? O que realmente diferencia a capacidade intelectual de uma mente desperta, que busca compreender os estados mais profundos da existência, da massa conformada, que se acomoda no seio de uma mediocridade comodamente aceita? Dançam com seus destinos como marionetes de uma valsa lenta e sem significado, movidos por uma coreografia já traçada, para um fim que não é o seu, mas de outro — um andar incessante rumo a um destino que nunca fora deliberadamente escolhido. É a ilusão de autonomia que os cega, enquanto seguem pela estrada que lhes é imposta, acreditando serem senhores do próprio caminho.

E assim, seguimos, prisioneiros de valores intrínsecos, mas cuja essência, ao questionarmos profundamente, nos escapa como areia entre os dedos. Que sentido há em perseguir ideais que não nascem de nós, mas são moldados por um tempo que não controlamos? A liberdade, tão exaltada, não passa de uma sombra do que poderia ser, restringida pelos limites invisíveis que o mundo nos impõe.

Será que, ao dobrarmos os joelhos à rotina, ao nos sujeitarmos aos papéis que não escolhemos, ainda podemos nos chamar de livres? Ou já somos, desde o primeiro suspiro, destinados a essa marcha silenciosa, mergulhados em uma existência que flutua entre o tédio e a inevitabilidade da morte? Tudo parece se dissolver em uma melancolia sutil, onde o "viver" se torna sinônimo de "sobreviver".

E o que resta além disso? Qual é o valor de se dançar uma música cuja melodia não ouvimos, cujo ritmo não sentimos, mas à qual nos forçamos a acompanhar? São os dias que passam ou somos nós que passamos por eles, indiferentes, arrastados por essa corrente invisível que chamamos de tempo?

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