TWENTY THREE.- PAIN

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O barulho da campainha desperta-me de meus devaneios.

Desvio meu olhar até a porta, nada a fim de ir até ela e abri-la, o que significa que a pessoa continuaria plantada ali, independente de quem fosse.

Mas então, o ser-humano irritante parece querer testar a porra da minha paciência, tocando a campainha apressadamente, diversas vezes.

Fecho minhas mãos num soco, levantando do sofá, pronto para descontar toda a raiva que irradiava em meu peito.

Ao abrir, deparo-me com Emma parada em minha frente. Seu sorriso de orelha a orelha me trás repulsa.

E lembrar que, um dia, já toquei naquela garota e beijei aqueles mesmos lábios, me causa nojo de mim mesmo. Entretanto, sei que foi por uma boa causa.

- O que quer aqui, Carter? - Indago, enterrando minhas mãos nos bolsos de minha calça.

Sem minha permissão, a garota passa por mim, adentrando a grande casa.

- Não sentiu minha falta, amorzinho? Já faz tanto tempo que não nos vemos, senti saudade.- A mesma diz, levando seu dedo indicador até sua boca, mordendo levemente.

- Agora que viu que estou bem, pode ir.- Digo, me distanciando ainda mais da garota que tenta se aproximar.

Sua mão esquerda se ergue em minha direção, talvez na intenção de tocar em meu peitoral, entretanto, sua tentativa foi falha já que antes mesmo que ela conseguisse encostar um dedo sequer em mim, eu empurrei seu braço para longe.

- Isso é jeito de me tratar, Davizinho?

Puff, patética!

- Seja direta, Emma, o que está fazendo aqui? - Pergunto, cruzando meus braços.

- Achei que seria uma boa lhe fazer uma surpresa. - Carter morde os lábios.

- Olha, Emma...- Dou um passo a frente, encarando os mesmos olhos que encaram os meus com desejo. - Quero deixar claro que o que tivemos não passou de uma transinha. Nada mais além disso. Não ache que tem alguma coisa comigo apenas pelo fato de já ter me tocado e por isso ter ficado obcecada por mim. Não tenho nada a ver com as pessoas de quem você gosta ou costuma usar, mas acho importante deixar avisado que não sou uma pessoa confiável o suficiente para isso, por tanto, mantenha a porra de uma distância considerável de mim.- Digo por fim, sem pausas.

Meu tom rude parece assustá-la por uma fração de segundos.

- É por causa da Mia, não é? - Diz, formando o seu maldito biquinho.

Esta garota é realmente insuportável.

- O que tem a Mia?

- Aquela vadia fez sua cabeça com as mentiras que ela fez questão de criar sobre mi...- Antes mesmo que ela termine, a empurro contra parede, encurralando-a.

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