6: 06 AM
Desde criança sempre perguntei à mim mesma se algum dia alguém se apaixonaria por mim ao ponto de cometer loucuras.
Hoje, aos dezesseis anos de idade, recebi a resposta da pergunta que fiz quando tinha apenas seis.
Levi era o garoto que eu tanto desejava. Hoje, não tenho tanta certeza se continuo a desejar.
Não sei exatamente o que dizer em meio a tudo isso.
Levi estar hospitalizado não muda o fato de que ele, simplesmente, arrancou a porra do coração de Kayden para enviar à mim, como se esse fosse o meu presente dos sonhos.
E agora, ele se encontrava brincando com a morte na droga de um hospital.
Por esse motivo, hoje seria mais um dos dias em que evito pisar o pé naquela escola. No momento, não tenho tempo para cogitar essa ideia.
Coloco roupas confortáveis, saindo de casa assim que me vejo pronta.
Preciso ter notícias de Levi.
E é disso que irei atrás.
Adentro o grande hospital, recebendo olhares imediatamente.— Olá.- Ouço uma voz feminina logo atrás de mim.
Olho em direção à mesma, deparando-me com uma mulher. Ela encontrava-se isolada de todas as outras pessoas, tendo um espaço reservado apenas para si atrás daquele grande balcão de mármore.
— Precisa de ajuda? - É gentil.
— Na verdade, preciso. Vim visitar um paciente.
— E quem seria?
— Levi. Levi Withe.- respondo sua pergunta, ansiosa.
— Você é da família? - Pergunta, fazendo com que eu fique sem respostas por um momento.
Minha postura vacila por não saber o que responder, mas sem pensar, digo a primeira coisa que vem à minha mente:
— Sou a meia-irmã dele.
— Tudo bem. Qual é seu nome?
— Mia Munson.- sou breve.
— Certo. Segundo andar, sala duzentos e três. Quando voltar, precisaremos de alguns dos seus documentos. - Diz, anotando informações no computador à sua frente.
— Obrigada.- Agradeço, caminhando até elevador sem mais delongas.
Aperto o botão que irá me levar até o segundo andar. E então, sinto a ansiedade percorrendo minhas veias.
Não foi tão difícil descobrir o hospital em que Levi estava internado, apenas entrei nas redes sociais e procurei saber um pouco mais sobre o caso. No mesmo instante, já tinha todas as informações que precisava em minhas mãos.
Sinto o elevador parar, abrindo a porta para que eu saia logo em seguida. Assim o faço.
Duzentos e três...
Duzentos e três...
Duzentos e três.
Achei!
Paro em frente a porta, tocando a maçaneta.
Suspiro fundo antes de abrir a porta e assim que o faço, tenho uma visão completa do quarto em que Levi tem ficado.
E lá estava ele: desacordado, sobrevivendo através de aparelhos respiratórios.
Alguns cortes atravessaram sua face e seus olhos estavam esverdeados, tendo também um tom roxo em volta.
Sento-me na cadeira que há ao lado da cama do paciente, levando-a para mais perto do corpo frágil e vulnerável de Levi.
Toco sua mão cuidadosamente.
As lágrimas logo borram minha visão, fazendo com que uma cegueira temporária tome conta dos meus olhos.
Riria se essa situação não fosse extremamente angustiante. Vê-lo desacordado, machucado e respirando por aparelhos traz-me um aperto no peito.
— Porra, Levi! Onde você se meteu desta vez? - Sorrio, mesmo sentindo a tristeza corroer-me aos poucos. — Eu não posso perder você também.- Digo em meio as lágrimas. — Por mais idiota que você seja, preciso que volte... volte para mim, Levi.- Susurro.
Minha única resposta é o barulho incessante do aparelho. O bip ressoava por toda a sala, voltada em um silêncio ensurdecedor.
Coloco meu rosto na curvatura de seu pescoço, deixando minhas lágrimas caírem ali.
Seu cheiro continuava o mesmo; amadeirado com um cheiro masculino sem fim, o que parecia tornar sua fragrância ainda mais viciante. Era como se o cheiro estivesse, de fato, impregnado em sua pele.
As únicas coisas que dão vida à Levi nesse momento são suas tatuagens macabras.
Me impressiona a forma como ele consegue ser tão fascinado nos desenhos, ao ponto de tê-los espalhados por todo seu corpo.
Frases, desenhos, símbolos... Tudo que está ali define a personalidade de Levi, e isso não me assustava. Muito pelo contrário, parecia me satisfazer. Agora eu teria mais tempo para observá-las com atenção, sem que ele me atrapalhasse.
O estado em que Levi foi encontrado era sério. Ele havia batido sua cabeça no chão devido ao impacto do empurrão que, aparentemente, levou.
Withe está em coma. Por mais que de certa forma isso seja bom, afinal, ele não morreu, não deixa de ser ruim e... assustador.
Um coma pode ter uma duração de dias, semanas, meses, ou, quem sabe, anos. Tudo vai depender da pessoa.
Apenas espero que Levi seja forte o suficiente para enfrentar seja lá o que estiver passando dentro de sua própria mente.
E, novamente, me vejo repetindo as mesmas palavras, incansavelmente, dentro de minha própria mente:
Volte para mim, Levi...
Volte para mim...
Entretanto, nada do que eu fizesse o faria voltar; e é justamente isso que me assusta.
Meu insta: Losthay_
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MY DARK SIDE
Mystery / Thriller⚠️ DARK ROMANCE!!! ⚠️ IRMÃOS WITHE, dois garotos com personalidades distintas que têm Mia Munson como uma amiga em comum. Após o fortalecimento de sua amizade de um ano, os gêmeos tiveram que mudar-se, ao lado de seus pais, para Orlando, deixando pa...