FORTY SEVEN.- DON'T CARE

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Ando em passos rápidos sob a água

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Ando em passos rápidos sob a água.

O filho da puta deixou-me sozinha e completamente sem rumo.

Não sei pra onde estou indo no momento, estou completamente perdida nessa rua deserta, sendo cada vez mais atingida pelos pingos grossos da chuva que cai intensamente do céu limpo.

A água molhava meu rosto, misturando-se com as lágrimas de ódio que escorriam de meus olhos.

Admito que, naquele momento, apenas deixei as palavras saírem da minha boca, sem medo das consequências. Compreendo que fora injusta com Levi, mas ao perceber que, mais uma vez, ele estava escondendo-me informações que, pelo menos, uma única vez gostaria de saber, deixei que o ódio tomasse conta de meu corpo.

Não esperava que ele fosse perdoar-me depois daquelas palavras sem sentido nenhum, assim como também não esperava que ele fosse deixar-me sozinha no meio do nada, como se eu fosse apenas uma pessoa insignificante.

Confesso que, ao perceber que Withe realmente fez o que havia dito que faria, um aperto tomou conta do meu peito.

Não acho que ele não se importe, mas saber que a todo momento ele quer esconder algo de mim, me corrói. Corrói por saber que ele, certamente, não confia em mim, porque se confiasse, contaria-me tudo o que desejo saber sem cogitar a ideia de continuar ocultando certas informações.

Não era a primeira vez que Levi fazia isso comigo,  e por mais imbecil que isso seja, acredito que não vá ser a última também.

Por isso, realmente acho que o melhor a se fazer no momento é aceitar que continuarei sendo a porra da mesma garotinha de dez anos atrás na visão de Levi. E não importa quantas vezes ele desminta esse fato.

Ele obviamente não acredita que sou madura o suficiente para saber diferenciar certas coisas das outras. Não consegue aceitar que cresci e não sou a mesma Mia de anos atrás. Talvez aceitar esse fato seja sua grande dificuldade no final.

Levi não está pronto para abrir os olhos e enxergar que mudei, e quanto a isso tudo bem. Eu realmente não esperava que ele fosse entender tão facilmente.

Mas farei com que ele entenda. Nem que para isso seja necessário colocá-lo em cativeiro e fazê-lo enxergar essa porra.

Uma luz dourada ilumina a estrada escura, fazendo-me virar para trás para conferir o que causou a iluminação repentina.

Encontrei um carro escuro, com a janela meio aberta, o que fez eu ter a visão de um homem, gordo e velho. Seus dedos envolviam o volante com força, e em um deles uma aliança brilhava, radiante.

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