Operação 10 Desejos - Chaennie

15.

"Se você quiser, e mesmo se não quiser, as coisas vão acontecer. Os terráqueos chamam isso de destino."

-J

A semana estava passando a passos largos, e cada dia parecia se arrastar mais lentamente do que o anterior. A radioterapia estava começando a fazer o seu efeito, e eu sentia cada vez mais o peso da exaustão em Rosé. Com os seus desejos ainda parcialmente realizados, a frustração dela estava crescendo, e eu estava cada vez mais preocupada com o quanto ela estava se esforçando para continuar com a rotina de trabalho. Mesmo com a dor e o cansaço, Rosé estava determinada a seguir em frente, o que, em muitos momentos, era tanto admirável quanto frustrante.

Hoje, eu havia decidido que precisava agir. Rosé ainda tinha oito desejos para realizar, e apenas dois haviam se concretizado. Eu sabia que, para ela, cada desejo era importante, não apenas como uma forma de realização pessoal, mas como uma maneira de manter o espírito forte em meio a tudo o que estava passando. Eu precisava encontrar uma maneira de ajudar a realizar esses desejos de forma mais eficiente e também garantir que ela não se sobrecarregasse ainda mais.

A manhã estava especialmente abafada e, enquanto me preparava para enfrentar mais um dia no escritório, o peso do cansaço parecia ainda mais evidente. Eu sabia que precisava de um descanso, mas a rotina não dava trégua. Além disso, hoje seria um dia diferente: iríamos encontrar Rami, que poderia nos ajudar com o próximo desejo de Rosé, embora Rosé não soubesse da verdadeira intenção por trás do encontro. Eu estava ansiosa para ver como essa colaboração se desdobraria, especialmente porque havia um desejo de criar um projeto social para pessoas de baixa renda, e Rami parecia ser a pessoa certa para isso.

Rami chegou pontualmente ao escritório, sua aparência cansada e seu olhar determinado mostrando que ela tinha enfrentado mais do que a média de adolescentes. Eu a recebi com um sorriso acolhedor, e a conduzi até a sala onde Rosé estava.

- Rami, esta é a Rosé. Rosé, esta é a Rami. - apresentei as duas, tentando manter o tom leve e positivo.

Mesmo que elas ja tenhamse visto no restaurante, nunca tiveram uma conversa de fato.

Rosé, apesar do cansaço, sorriu gentilmente.

- Oi, Rami. É um prazer te conhecer. - Rami respondeu com um sorriso tímido, mas que não escondia totalmente a tensão em seu rosto.

- Oi, Rosé. - disse ela, tentando parecer animada.

Depois que nos sentamos, comecei a explicar o projeto social e como a participação de Rami nas fotos ajudaria a divulgar a nova coleção e apoiar a iniciativa. Rosé estava animada com a ideia, mas não fazia ideia de que Jennie estava por trás de cada desejo realizado.

- Então, Rami, a ideia é que você participe das fotos para a nova coleção da nossa empresa. O objetivo é arrecadar fundos para um projeto social que apoia pessoas de baixa renda. Sua participação ajudaria a dar uma voz autêntica ao projeto. - explicou Rosé, com entusiasmo.

Rami ouviu atentamente, os olhos dela se arregalando com a descrição do projeto.

- Isso parece muito interessante. Mas, para ser honesta, não tenho experiência com fotografia. E minha família... bem, eles nem sabem o que é uma câmera. - Rami riu amargamente, e eu percebi a dor por trás da piada.

- Não se preocupe com isso. - eu a tranquilizei. - Não estamos esperando uma modelo profissional. Queremos alguém autêntico e com uma história real para compartilhar.

- Entendi. - Rami assentiu, começando a parecer um pouco mais relaxada. - Eu posso fazer isso.

Durante a conversa, Rami e Rosé começaram a se conectar de maneira inesperada. Rosé, com seu jeito atencioso, percebeu a tensão em Rami e decidiu iniciar uma conversa mais pessoal.