"Eu nunca pensei muito em como morreria - embora nos últimos meses eu tivesse motivos suficientes para pensar sobre isso."
-M
As semanas se passaram lentamente, como se o tempo se estendesse para acomodar todas as emoções que vivíamos. Cada dia trazia seu próprio desafio, mas também nos oferecia pequenos momentos de ternura, nos lembrando que, apesar de tudo, estávamos juntos nessa jornada. A casa de Rosé, antes tranquila e silenciosa, havia se tornado o centro de encontros, risadas e, inevitavelmente, lágrimas.
Era um dia ensolarado quando a mãe de Rosé decidiu que era hora de reunir todos para um almoço em família. Ela sempre fora cuidadosa com os detalhes, e mesmo naquele momento difícil, não economizava esforços para fazer com que a filha se sentisse amada. Na cozinha, supervisionava cada prato, certificando-se de que tudo estivesse perfeito.
- Está quase tudo pronto, querida - disse, enquanto Jennie se aproximava para ajudar. - Quero que Rosé se sinta especial hoje. Ela merece.
Jennie sorriu, grata pelo carinho. Aquele almoço era mais do que uma refeição; era um lembrete de que, mesmo nas piores circunstâncias, havia algo a ser celebrado.
Lisa e Jisoo chegaram logo em seguida, carregando a pequena Mijin nos braços. Minji, sempre cheia de energia, balbuciava palavras sem sentido, atraindo risos por onde passava. Hank, como sempre, correu para cumprimentá-los, suas patas pequenas e ansiosas batendo no chão de madeira.
- Rosé, você não vai acreditar - disse Lisa, entrando com um sorriso no rosto. - Mijin já aprendeu a puxar o cabelo da Jisoo. Foi uma luta trazer ela aqui sem um grampo nos olhos!
Rosé, sentada no sofá com uma manta leve sobre os ombros, sorriu cansada, mas genuinamente. Aqueles momentos com os amigos eram raros e preciosos agora.
- Ela já está se defendendo das brincadeiras da Jisoo? - Rosé brincou, rindo suavemente. - Essa menina vai ser uma guerreira!
O almoço foi tranquilo e repleto de conversas entrecruzadas. Lisa falava animadamente sobre os pequenos avanços de Mijin, enquanto Rami ouvia com atenção, encantada com a energia da bebê. Rosé, apesar de mais quieta do que de costume, participava sempre que podia, sorrindo ao ver todos reunidos. Sua mãe, atenta, não desgrudava os olhos dela, como se quisesse memorizar cada expressão, cada suspiro.
Jennie, que estava sentada ao lado de Rosé, tocou sua mão de leve por baixo da mesa, como fazia sempre que percebia que ela estava começando a se cansar. Rosé olhou para ela e sorriu, aquele sorriso suave que dizia tudo o que palavras não podiam expressar.
(...)
Com o passar dos dias, porém, os efeitos da quimioterapia se intensificaram. Em uma noite, após o jantar, Rosé começou a se sentir mal de repente. Jennie, sempre ao seu lado, correu com ela até o banheiro, segurando seus cabelos enquanto ela vomitava repetidamente.
- Respira, meu amor - Jennie dizia, a voz baixa, tentando acalmar Rosé entre uma onda de náusea e outra. - Eu estou aqui. Vai passar.
Rosé estava exausta. Quando finalmente se encostou no box do chuveiro, ofegante e com lágrimas escorrendo pelo rosto, Jennie pegou uma toalha úmida e começou a limpar sua testa. O banheiro estava mergulhado em silêncio, exceto pelo som da respiração pesada de Rosé.
- Eu odeio que você tenha que passar por isso... - Rosé murmurou, quase inaudível, com a voz embargada.
Jennie a puxou delicadamente para seus braços, abraçando-a com força, sem soltar.
- Nós estamos passando por isso juntas, Roseanne. Sempre juntas.
Hank entrou devagar no banheiro, como se soubesse que aquele era um momento delicado. Ele se deitou ao lado de Rosé, sua cabeça pousada em suas patas, como um gesto silencioso de apoio. Rosé estendeu a mão e afagou o pequeno cachorro, deixando escapar um suspiro mais profundo.
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Operação 10 Desejos - Chaennie
Hayran KurguJá sentiram a sensação de saber que uma pessoa querida tem data de validade? Sim, validade. Jennie Kim, descobriu que sua pessoa favorita no mundo tem uma data para a morte. Saber que alguém que você ama vai morrer em menos de alguns meses é o pior...