A Garota Da Costa.

Capítulo Vinte e Seis.

— O pai do filho dela está na cidade.
— E você acha que eles estão juntos novamente... saquei! — Natalie me observa intrigada.
— Se não estão juntos, então que acha que pode ter provocado essa atitude nela?
— Talvez ela queira um tempo! — Eu sei que a intenção de Natalie é me tranquilizar porém não está funcionando.
— Não sei, estávamos indo bem...
— Contou à ela da gravidez? — Faço um gesto negando e Natalie me fita com desaprovação.
— Eu não estou pronto. Ela vai correr de mim assim que souber que Celine está grávida.
— Ela já correu de você! — O tom de Natalie é irônico. —Ela quer estabilidade, Will... ela quer transparência se não for assim não dará certo!
— E o que eu faço em relação à Celine?
— Então entre com o litigioso, não é obrigado a viver com ela eternamente! — Natalie responde e me entrega o copo com café.
Natalie e eu mudamos de assunto assim que Denis e Brody se juntam a nós no escritório.
— Vocês vão nesse tal negócio beneficente no sábado?. — Denis pergunta enquanto mastiga chiclete de maneira irritante.
— Não tenho grana para ir a esses eventos de doações... eu preciso de doações! — Natalie responde em tom brincalhão.
— Eu sou membro da família Thompson então... é de praxe. E Will; é provavelmente que a Celine queira ir também! — Brody se certifica.
— Acho que também vou! — O sorriso de Denis é malicioso e me trás uma sensação ruim.
Depois de muita conversação todos finalmente deixam meu escritório. Tenho dificuldade para me concentrar o resto do dia, mal faço o trabalho o qual me foi designado porque eu não consigo parar de pensar em Malie.
Meu celular começa a tocar e torço para que não seja Celine.
— Chegue em casa nesta tarde e a Malie foi embora com o Liam, quero saber o que fez com ela?
— Por que você sempre acha que fiz algo errado?! — Questiono e Mia suspira de modo impaciente.
— Eu sei que fez alguma coisa, só não sei o que e por favor conserte sua merda logo! — Mia responde e encerra a ligação.
— Que dia de merda! — Resmungo.

Ouço batidas na porta do escritório e então ergo meu rosto em direção a mesma. Celine está de pé usando um vestido floral, ela me olha e caminha em direção.

— O que faz aqui?
— "Olá, Celine! Como está?" Me contentaria com isso. — Celine comenta com desânimo.
— Desculpa, é que eu estou com tanto serviço acumulado que...
— Tudo bem! — Ela me interrompe. — Estou aqui para te fazer um convite.
— Não vou ao tal jantar beneficente no sábado. —  Adianto.
— É baile!
— Jantar, baile, evento, tanto faz... eu não vou!
— Por favor, Will. Não quero ir desacompanhada.
— Assina o divórcio! — Retruco.
— Não posso fazer isso...
— Não irei acompanhar você em eventos!
— E o aniversário da Rose? — Celine me questiona com desânimo.
— Eu nunca faltaria ao aniversário da nossa filha, mas eu me recuso viver ao seu lado, não somos um casal e você sabe disso.
— Tudo bem... — Celine retruca com um tom de voz baixo e logo em seguida ela deixa o escritório.

Horas mais tarde peço o jantar e opto por fazer a refeição aqui mesmo no escritório. Olho novamente alguns arquivos sobre as investigações que andei fazendo a respeito de James, quero ter certeza de que não deixar nada passar desapercebido. Então noto algumas transferências bancária de James para a sigla LR.S, ligo para a instituição bancária porém já passa do horário comerciais e não sou atendido.
— O que faz aqui? — Karl me questiona ao passar em frente ao meu escritório.
— Trabalho!...
— Nada disso... você tem trabalhado a noite durante toda a semana. — Ele desconecta os cabos do meu computador me forçando a parar.
— Eu preciso terminar isso!
— Pode terminar isso depois. — Karl me repreende. — Você é um investigador excepcional, Will, mas não posso ver em você somente o profissional.
— O que quer dizer?
— Estou dizendo que precisa de um tempo.
— Está me afastando de minhas funções aqui dentro do FBI? É isso? — Questiono enquanto me levanto da cadeira onde trabalhava.
— Estou te dando suas férias, Will.
— Não quero férias!
— Você precisa parar antes de perder o controle novamente, não quero ter que ir visitá-lo na reabilitar de novo! — Karl conclui e deixa o escritório em silêncio.