Capítulo 16

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Nathaly conversava com Alex na sala quando cheguei, meus ossos mais se pareciam com gelatina e quase não consegui perceber que falavam comigo.

Realmente demorei para ouvir, tudo o que eu era havia ficado dentro do quarto de Erik e não consegui recobrar nem um terço do que me foi tirado. Estava excitada, confusa e atordoada demais para me importar com o que elas diziam.

Então apenas joguei minhas coisas no sofá e abri a tela novamente, arrumei a bagunça que Erik havia feito em poucos minutos e voltei a reinstalar tudo o que ele havia tirado por engano.

— Selene? — Eu sabia que Nathaly me chamava, mas não conseguia realmente me dar conta de que precisava respondê-la.

Elas conversaram mais um pouco e eu só conseguia me importar com tudo o que precisava fazer no computador, ajustei uma nova barreira para usar como treino para Erik e mais alguns alarmes. Ele precisava entender que não adiantaria invadir se não entrasse em modo silencioso, ele precisaria ser um fantasma na rede e se eles fossem como eu, nem mesmo sendo fantasma conseguiria passar.

— Selene! — Pisquei confusa, mas ainda assim, era como se minha alma estivesse presa dentro daquele quarto, esperando que Erik me libertasse. — O que está havendo?

Não estava havendo nada, mas não era como se meu corpo conseguisse obedecer ao meu cérebro.

— Selene, docinho... — ouvi baixinho, como se apenas eu pudesse escutar a voz intensa dele em meu ouvido. — Responda a elas, precisa prestar mais a atenção.

Minha pele inteira formigou, eu queria me agarrar a ele e soltar apenas quando ele finalmente tirasse todas essas sensações de mim, então ele se afastou caminhando para o outro cômodo.

Nathaly estava ocupada com seu telefone e digitava freneticamente, no entanto, Alex me olhava com fúria.

— Selene, está tudo bem? Erik é péssimo para aprender coisas novas, posso pedir que outro analista venha para fazer isso. — Ela finalmente ergueu o olhar para mim. — De qualquer forma, solicitei que mais um do nosso time fosse enviado. Tenho certeza de que duas mentes brilhantes serão melhores que uma.

Eu sorri e suspirei arrumando a ponta dos óculos e empurrando a franja para o lado, a sala estava ficando quente e não estava sabendo lidar.

— Está tudo bem, ele cometeu algumas atrocidades contra o pobre computador, mas nada que eu não possa consertar. — Resmunguei voltando para a tela. — Mas acho que seria ótimo ter mais alguém para ajudar, poderíamos revezar os horários para ficar de olho na Dark net sobre mais informações sobre o castelo.

— Acho uma ótima ideia, assim poderá se concentrar em mover esses dedinhos no computador e criar algo que não precise tomar o tempo que precisamos usar para nos concentrar na verdadeira missão. — Olhei por cima da haste dos meus óculos e Alex limpava as unhas. — Ele tem a péssima mania de não se concentrar direito nas missões quando precisa cuidar do que não é da conta dele.

Eu respirei profundamente e Nathaly suspirou tentando a todo custo não dizer nada, talvez até mesmo para ela essa perturbação estava passando dos limites.

— Tem razão, ele tem se preocupado demais com coisas que diz respeito apenas à somente ele.

Nathaly se levantou mordendo o lábio inferior e engoliu uma possível risada, Alex entreabriu os lábios para me responder. No entanto, eu não estava com paciência para ouvi-la e aproveitando o sinal aberto de dentro do hotel, encontrei seu telefone.

Ignorei as coisas absurdas que encontrei nele e o fiz tocar desesperadamente, programei diversas mensagens onde cada vez que as abrisse, sua tela travaria e tocaria uma maldita música irritante.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora