Capítulo 33

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Era realmente um castelo.

Engoli o nó que se formou na base da minha garganta e deixei que o ar frio do início da tarde começasse a invadir meus pulmões, depois de quase três horas de viagem e uma pausa rápida em uma padaria em Limerk para que eu pudesse comer algo, chegamos.

Sentia meus ossos tremerem e minha pele vibrar.

O mundo por um momento não parecia real, assim como o castelo mais a frente. Depois de fazer o retorno, Erik deu a volta pela direita e entrou numa rua vazia ao lado do castelo.

Nessa hora, o céu já não estava mais claro e pequenas nuvens ainda seguravam a cor alaranjada antes do anoitecer real. Seria tudo ou nada e eu não conseguia sequer respirar.

Depois de estacionarmos, Erik me ajudou a ajeitar o robe e em seguida, depois de me olhar profundamente, colocou a mesma coleira da última vez. O peso que senti foi imediato e a tensão começou a deslizar pelas minhas veias.

Não dissemos nada por um momento, estacionados onde uma porção de carros já estavam enquanto o medo rastejava pela minha pele.

— Pronta?

Neguei veementemente e ele sorriu.

— Prometo fazer tudo o que estiver ao meu alcance para não precisarmos fazer nada, mas não tenho certeza de que passaremos confiança dessa maneira...

— Faça o que for preciso — sussurrei, minha voz saiu rouca e contida.

Erik suspirou me puxando para um beijo antes de finalmente tomarmos coragem para sairmos do carro, mas por um segundo, vi novamente aquela sombra atravessar seus olhos.

Ainda não sabia o que isso queria dizer e mesmo que eu já soubesse que Erik possuía esses desejos e compartilhasse parte do que acontecia dentro desses lugares, essa sombra em seus olhos era diferente disso.

Seus fetiches e vontades eu podia compreender, era parte dele e eu não tinha controle sobre isso. Não conseguia controlar a mim mesma, com ele não seria diferente. Mas havia algo ali, tão cru e insano travando uma batalha interna...

Tinha medo do que quisesse se libertar.

Caminhamos na direção de um muro de pedras e atravessamos silenciosamente o pequeno portão que dava acesso a um corredor arborizado. Continuamos o andando até finalmente atravessarmos outro portão e o gramado do castelo se abrir a nossa visão.

Muros de pedras separava a realidade das ruas do lado de fora, assim como cercas-vivas e arvores repletas de folhagens. Não dava para ver a rua e suspeitava que houvesse a possibilidade do contrário.

Erik me puxou pelas pontas dos dedos até o pátio do castelo, era a área mais baixa e fazia com que o gramado e os muros ficassem na parte mais alta. Era tão bonito quanto parecia ser perigoso, principalmente com a iluminação alaranjada que iluminava de baixo para cima.

— Ah, Erik e sua menina. Sejam bem vindos, vamos, entrem. Logo os outros convidados chegarão e quero que a entrada de vocês ao salão seja uma pequena surpresa, eles também adoram isso.

Erik suspirou nos girando na direção da pequena porta lateral do castelo, onde, em cima de espaços elevados, ainda guardavam canhões da época.

— Fico feliz em ser a atração da noite, mas ainda me sinto perdido em como posso te chamar. Mediador não um nome fácil de ficar pronunciando.

Não olhei na direção dele, mas sentia seus olhos em mim. Era estranho e incomodo, mas talvez não fosse nada comparado ao que eu sentiria quando estivesse dentro daquele lugar.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora