Capítulo 24

25 8 3
                                    

Acordei enrolada entre os cobertores da cama dele, o cheiro característico de colônia e pós-barba. Uma mistura que me fez suspirar e me abraçar ainda mais forte o emaranhado de cobertores, me apegando ao cheiro e a segurança que isso me dava.

Mas eu estava sozinha, percebi assim que o vento suave da manhã invadiu as janelas, me fazendo estremecer e girar em busca do corpo quente e grande de Erik. No entanto, não eram cobertores que estavam sendo amassados pelo meu abraço, e sim um dos travesseiros vestido com uma das camisas dele.

Meu coração errou tantas batidas que foi difícil controlar.

Me agarrei ainda mais forte ao travesseiro e afundei o rosto nele, era bom, confortável e macio. Conseguia me trazer a mesma segurança de quando ele estava presente, mesmo que ainda não fosse o suficiente para mim.

Mas continuei adorando o gesto e muito mais a preocupação que ele teve ao parar e ter o trabalho de vestir um travesseiro com sua camisa, eu só não queria me apaixonar por ele assim e se isso continuasse, acabaria me entregando. Ainda mais.

— Eu definitivamente passaria horas observando você assim, docinho — mordi o lábio afundando ainda mais o rosto no travesseiro. — Isso foi tão doce...

Engoli a saliva e em alguns minutos, senti o travesseiro sendo tirado de mim. Foi como se eu precisasse dele mais um pouco.

— Não...

E antes de protestar novamente, Erik se deitou ao meu lado, puxando meu corpo para abraçar seu tronco. Exalei aceitando de bom grado a troca e ele riu baixinho, fazendo seu peito tremer embaixo de mim.

— Melhor assim?

— Definitivamente.

Ficamos nessa mesma posição durante alguns minutos enquanto Erik me deixava aproveitar seu corpo, como uma válvula de alívio, até que minha respiração voltasse ao ritmo normal.

— O que Alex fez...

— Eu não quero falar sobre isso — ele fungou com a minha resposta rápida.

— Mas precisamos.

— Não agora.

— Tudo bem, mas não quer dizer que vou esquecer isso — meneei a cabeça, desde que não fosse agora, estava tudo bem. — Então me fale sobre você, sabe o pior de mim e eu só sei que roubou um banco para salvar seu irmão e que era uma virgem deliciosa.

Comecei a rir escondendo o rosto nele, sentindo o calor e a pele firme. Erik era um monumento, grande demais para que eu pudesse tocar nele todo com meu corpo.

— Fiz faculdade de computação, nunca namorei sério e minha cama ainda tem lençóis infantis da Hello Kitty.

Erik começou a rir virando o corpo o suficiente para me abraçar.

— Estou falando sério, Selene.

— Eu também, não tenho nada de grandioso no meu currículo, Erik. Meu pai abandonou minha família quando eu tinha dez anos e nunca mais voltou, isso você já sabe, desde então ajudo minha mãe a cuidar de David e também ajudo financeiramente. Só não moro mais com os dois.

— Lençol da Hello Kitty?

— Sou apegada e eles foram um presente da minha mãe.

— Tem certeza de que não confundiu sua própria idade?

Ergui o rosto para encontrar um sorriso suave nos lábios e os olhos fixos em mim, o que me fez perder o ar por alguns segundos.

— Não sei, me diz você, já que dúvida tanto.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora