Capítulo 18

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Passamos mais um dia tentando fazer com que Erik entendesse melhor sobre os códigos, mas eu sabia que seria impossível. Não só pelo tempo que tínhamos, mas pela impaciência que esse armário possuía.

Em um computador comum, Erik teria infringido mais do que algumas leis. Se o deixássemos sozinho com a internet, o mundo provavelmente colapsaria. Por pouco o notebook não foi lançado para longe, diminuindo ainda mais as nossas chances.

Isso definitivamente não daria certo.

Não tínhamos tanto tempo para perder com isso, além de ter que aturar as indiretas chorosas de Alex, tentando a todo custo chamar a atenção, precisava me concentrar em ensinar tudo o que fosse necessário para ele não se perdesse quando precisasse entrar. Isso se entrassem.

Nathaly conseguiu a verba para dar de contribuição de assim que fossem aceitos, embora eu realmente não soubesse o que acontecia dentro do castelo, eu não queria que Erik fosse, muito menos com Alex.

O pensamento me fazia fungar, era doloroso pensar que tudo o que ele estava fazendo comigo em seu quarto, teria que ser compartilhado com Alex e muito mais. Coisas que eu provavelmente nunca faria ou aguentaria fazer.

Isso me deixava insegura, assim como estava agora, olhando para Alex se insinuando sobre a mesa de jantar. Deveria passar das seis da tarde e Nathaly precisou sair para buscar o analista que me ajudaria com as aulas de Erik. Ainda assim, eu sabia que não seria suficiente.

— Meu contato disse que o mediador pede provas de ligação, precisamos resolver isso antes de irmos, Erik. — Olhei por cima dos óculos, digitando sem olhar para o teclado.

Erik apenas ergueu o olhar para ela e voltou a mexer em seu telefone. Mesmo que eu odiasse a menção do pensamento dos dois juntos, eu também sabia que os dois precisavam mostrar muito mais do que só se conhecerem.

Mordi o lábio tentando não entrar em desespero, o pouco tempo que esse armário esteve comigo foi o suficiente para me fazer desejar que ele não estivesse mais com ninguém. Isso era ridículo, nunca fui ciumenta e nunca me importei com isso. Mas o ar ao meu redor estava pesado demais.

— Erik, podíamos começar a resolver isso. Não sei se conseguiremos passar se você continuar frio comigo.

Estava odiando cada palavra dela, cada letra no tom de voz chateado que ela usava para tentar a todo custo uma aproximação. Então ele debruçou suavemente sobre a mesa e piscou lentamente.

— Eu só preciso de uma cadela para entrar, Alex. Se testassem o sentimentalismo, estaríamos fodidos antes de chegarmos a entrar — grunhiu para ela. — Não me faça perder a paciência com você outra vez, sabe que eu não suporto isso.

Meu telefone tocou fazendo os dois olharem na minha direção e agradeci mentalmente pela música irritante que soava me obrigando a atender — e faria isso bem longe desses dois.

Atravessei a casa deixando o computador em cima da mesa e dei a volta no gramado, o casarão possuía uma área verde tão grande que poderia ser construído mais três dessa mesma estrutura, então não foi difícil encontrar um lugar calmo para respirar.

E ouvir o desespero da minha mãe do outro lado da linha, havia esquecido de ligar para ela, esse trabalho estava me deixando louca.

Erik estava me deixando louca.

Selene Wilson! Quantas vezes vou precisar dizer que precisa me dar sinal de vida, filha? Dois dias no exterior sem me dizer nada? Quer me dar mais um motivo parar enfartar meu pobre coração?

Clair não tinha muito o que fazer além de cuidar de nós, ainda que eu fosse adulta e ajudasse mais em sua casa do que ela mesma.

— Boa noite para você também, mãe.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora