Capítulo 29

25 8 1
                                    

Erik

Minha pele formigava com a simples possibilidade de que alguém poderia encostar em Selene, era como se o mundo parasse de girar apenas para que eu pudesse sentir a ânsia que isso também me causava.

Mas ainda assim, ousei observar o que estava acontecendo minutos atrás, apenas para testar a porra da minha paciência.

Não era tão simples quanto parecia, se eu permanecesse apenas observando, acabaria explodindo. Intervir tentando não quebrar o desgraçado no meio foi como me prender numa camisa de força e se isso acontecesse novamente, não sabia se ele teria outra chance de fugir ileso.

Selene conseguiu arrancar parte da dor que eu sequer sabia que ainda me corroía e com tudo o que ela vinha permitindo que eu fizesse, mesmo que não conhecesse absolutamente nada de sexo, era como uma brisa de ar fresco.

Ainda me sentia um monstro, se ela soubesse cada uma das coisas que eu gostaria de fazer com seu corpo delicado e pequeno, talvez ela nunca mais quisesse olhar nos meus olhos. Mas ela sempre estava ali e a noite de ontem, foi como cutucar a porra de um vespeiro e eu quero cobrir ela com todas as dores e prazeres que eu conheço.

Fui desligado dos meus pensamentos assim que ela voltou a soluçar em meu colo, escondendo o rosto envergonhado em meu pescoço, buscando algum tipo de conforto.

A apertei ainda mais contra mim, observando Nathaly entrar na sala com fogo nos olhos, provavelmente por causa daquele nerd magricela de merda. Mas parou assim que ouviu os soluços de Selene em meus braços, tão pequena e tão frágil que me culpei por fazer a porra de uma cena.

— Docinho...

Ela não respondeu, mas esticou a mão com seu telefone desbloqueado e aberto na aba de chamadas. Precisei pegá-lo de sua mão para conseguir ver o que realmente estava acontecendo, já que ela tremia e pulava suavemente devido aos soluços.

Nathaly se sentou em silêncio do outro lado, enquanto eu buscava mais informações no telefone. Tudo o que vi foram chamadas feitas e algumas perdidas, o que realmente me fez travar o maxilar e olhar diretamente para minha chefe do outro lado da sala, foram as pessoas que Selene estava tentando contatar.

— Docinho, o que isso quer dizer? — Tentei, mas ela voltou a soluçar. — Não está conseguindo contato com eles?

Ela acenou, fazendo sua franja fazer cócegas em meu pescoço. Voltei meu olhar para Nathaly e ela suspirou, eu sabia pouco sobre a família de Selene, mas entendia que havia um comprometimento forte entre ela e sua mãe. Não só apenas pelo vínculo, mas porque seu irmão era doente, o que na verdade trouxe ela até aqui.

Por um instante, me peguei pensando em correr com ela para o aeroporto e acabar com esse sofrimento que também estava me corroendo. A ponto de ignorar meu trabalho e minhas responsabilidades apenas para que ela finalmente pudesse tirar o que a machucava. Sua família parecia ser tão importante quanto o ar que ela respirava e agora, de alguma forma, Selene pertencia a mim e eu não conseguia permitir que essa maldita dor continuasse a machucá-la.

— Eles não... não me atendem... — soluçou molhando meu pescoço, fazendo as lagrimas se acumularem na gola da minha camisa e essa dor que ela sentia estava me machucando.

— Docinho, eu... — não pude terminar o que ia dizer, seu telefone começou a tremer na minha mão e ela se levantou afoita.

Nathaly uniu as sobrancelhas do outro da sala enquanto eu suspirava vendo o nome piscando na tela como se respondesse todas as questões que Selene possuía dentro de sua cabeça.

Ela puxou o aparelho da minha mão e num salto, correu para fora atendendo a chamada de sua mãe. Eu mordi o lábio, Selene era uma mistura de tudo o que eu sequer podia descrever e passava de uma garota doce e inocente, para uma mulher que eu queria corromper até mesmo a alma.

Talvez eu estivesse me apaixonando por essa mulher.

— Acha que ela conseguirá suportar o que está por vir? — Nathaly cortou meus pensamentos, foi como uma âncora me puxando para baixo.

Eu sorri, lembrando como ela quase tinha sido a minha ruína noite passada, Selene aguentou deliciosamente cada pequena coisa que fiz em seu corpo e se eu não tivesse completamente louco para estar dentro dela, tenho certeza que ela iria até o fim sem qualquer tipo de problemas.

Eu a arrastaria para o inferno comigo, e ela gemeria a cada passo que déssemos para lá.

— Erik, eu não estou falando desse tipo de coisa. Inferno, eu estou dizendo da cabeça dela.

Suspirei, não sabia realmente se Selene teria a mentalidade madura o suficiente para conseguir separar a dinâmica da realidade e isso queria dizer que eu teria que ensinar isso a ela o mais rápido possível.

— Eu não sei.

Nathaly suspirou, eu também não queria que ela sofresse, nem mesmo que sucumbisse da forma errada. Tudo isso deveria ser apreciado conscientemente e, mesmo que as circunstâncias não fossem realmente propicias para que eu pudesse apresentar esse mundo para ela, queria que fosse o mais imersivo e seguro possível.

Queria que Selene tivesse o melhor e o pior de mim, sabendo que isso jamais mudaria o que ela estava causando do lado de fora, que o que eu fizesse ou não com seu corpo delicioso, não tinha relação alguma com a bagunça em meu coração. Isso ela começou a fazer muito antes de conhecer seu gosto e provar da sua tímida indecência.

Mesmo que ela não quisesse mais que eu mostrasse a ela cada uma das coisas que poderiam virar seu mundo de cabeça para baixo, ficaria feliz em estar ao seu lado.

— A missão que ela precisava realmente fazer acabou e ela sabe disso, mas por sua causa e tudo o que sabe lá deus o que você anda fazendo com ela no quarto. Selene decidiu ficar, então, não me faça ter que arranjar verba para psicólogos, Erik, não quebre a mente dela. Já me basta o que fez com Alex nos últimos anos, ainda temos problemas com ela e você sabe disso.

— Alex foi um dano colateral, desde o início deixei claro que não queria nada com ela. Era uma missão e sexo a vontade, não pensei que havia chegado a esse ponto. — Resmunguei vendo a silhueta de Selene passear de um lado para o outro claramente furiosa com o que falava com sua mãe, sem seus óculos, ela ficava ainda mais jovem do que aparentava ser. — Com Selene não é a mesma coisa.

Ela riu com escárnio me obrigando a tirar os olhos das curvas que consegui criar no corpo pequeno de Selene, cuidar dela foi quase como respirar. Eu precisava que ela ficasse bem e se eu precisasse alimentar ela na boca, faria isso com o maior prazer.

— Me poupe das suas palavras, eu deveria ter cortado essa regalia há anos, Erik. Você passa dos limites todas às vezes e se a diretoria descobrir que eu permito essa merda, você não vai ser o único a rodar, então, dê um jeito de deixar essa garota sã.

— Eu mesmo tiraria minha vida se, em algum momento, a má sorte me fizesse quebrar a mente dela.

— Ótimo, agora faça o que precisa fazer para prepará-la. Mais cedo, além das reclamações de Roger em meu ouvido — Nathaly chiou, me fazendo rir. Esse moleque estaria morto antes do fim de semana acabar. — Recebi uma ligação do contato de Alex, o mediador quer encontrar com você no fim da tarde de hoje para conversar.

Me ajeitei na poltrona vendo Selene voltar ao mesmo tempo em que o assunto estava voltando a ser sério novamente, dessa vez, eu precisaria ensinar cada pequeno detalhe para minha nerd antes que algo desse incrivelmente errado.

— Quanto tempo eu tenho?

— Eu não sei, tudo o que o contato disse foi que você precisa estar aguardando pelo mediador na frente do castelo e que lá ele dará as informações que precisa para a apresentação de vocês.

Eu acenei, precisava resolver isso e conter minha excitação ao treinar Selene, isso seria mais difícil do que interpretar um papel como estava fazendo. Essa nerd me fazia querer largar tudo e morar dentro dela.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora