Capítulo 14

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A viagem não durou muito, assim que elas saíram do quarto arrumei minhas coisas e tirei a camisa de Erik do meu corpo. Eu precisava desencanar disso, sabia que não seríamos mais do que um caso em uma missão e depois de tudo, eu voltaria para casa e ele continuaria a rodar o mundo em busca de mais pessoas ruins.

Era assim que deveria ser, além disso, eu não servia para ser uma agente. Talvez Nathaly pudesse me dar alguma chance no prédio em Washington e então poderia continuar a ajudar quem precisa, assim como estava fazendo para o meu irmão.

Por algum momento, eu me esqueci do real motivo de estar aqui. Nunca fui escolhida para ser a parceira de Erik, minha habilidade com computares foi a única coisa que me salvou de ir direto para a cadeira, porque em nenhum momento deixei de ser uma criminosa que roubou meio milhão. Isso nunca mudaria.

Erik tentou falar comigo durante os momentos em que eu me preparava para sair, mas não havia muito o que dizer a ele e, além disso, eu sequer tinha o direito de sentir essa coisa estranha por ele.

Então permaneci em silêncio e saí assim que Nathaly estava pronta e deixei que ele levasse sua nova companheira de missão.

Ri sozinha enquanto cortávamos a avenida, eu estava sentindo ciúmes de um homem que eu não conhecia. Que matou diversas pessoas e se recusou a ir para a cama comigo até que decidi que não o queria mais. Isso era realmente ridículo.

— Você conseguiu fazer com que ele não quebrasse nada além do próprio corpo, eu preciso te parabenizar, Selene.

Nathaly era uma mulher bonita, por volta de seus cinquenta anos, mas, aparentemente, era muito mais jovem.

— Apenas dei a direção certa, nada de mais.

Ela riu manobrando o carro para dentro do hotel, que mais se parecia com um casarão antigo escocês.

— Talvez, mas desde que perdeu a esposa e o filho, ele tem sido uma pedra no meu sapato. Essa foi a primeira vez em dez anos que ele não destruiu tudo ao redor, então, parece que preciso aumentar o seu salário por estar aqui.

Eu sorri, mesmo sabendo que isso deveria ser apenas um escape para ambos, era bom me sentir mais necessária do que eu realmente era.

Nós duas nos instalamos primeiro e diferente do hotel, esse era realmente um casarão com diversos quartos, o que facilitaria as reuniões e as aulas de TI que eu precisaria dar a ele.

Me dei o luxo de escolher o quarto mais afastado de todos e finalmente ter um pouco de paz, também precisava ligar para minha mãe em breve e saber como David estava. Havia me esquecido do inferno que ele deveria estar enfrentando para começar o novo tratamento e eu não podia mais me permitir fazer isso.

Arrumei as poucas coisas que ainda tinha e deixei o computador ligado, precisava entender melhor o que aconteceria lá dentro para dar a Erik as coordenadas certas do que fazer ao mexer com os computadores.

No entanto, o castelo em questão era o Trim, sequer havia como realmente ter acesso a ele. Não passava de ruínas e uma entrada completamente visível a rua, não existia a possibilidade de existir tal evento dentro do castelo, além de ser um ponto turístico da cidade.

Primeiro teriam que encontrar o lugar onde montavam as maquinas e depois, com um pouco de sorte, tirar os hackers de seus lugares. Eu poderia criar um programa por pendrive, fazer com que copiasse instantaneamente os arquivos e Erik sequer precisaria aprender a desbloquear sistemas complexos.

Mas seria arriscado e poderia deixar um rastro digital, além de ser imensamente demorado e não sabíamos quanto tempo teriam nesse lugar.

Bufei chateada.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora