Capítulo 30

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Fuso horário era uma droga, minha mãe estava dormindo quando tentei desesperadamente ligar, crente que ela atenderia. Me sentia uma tola, sequer me lembrei de que não estávamos no mesmo país.

Talvez fosse culpa da quantidade de coisas que vinham acontecendo.

Suspirei jogada na cama de Erik, fui instruída a ficar aqui até que ele voltasse do encontro com o mediador. Esperando que ele voltasse para podermos conversar sobre o que quer que fosse, toda essa cena apenas me deixou ansiosa, imaginando diversas razões para que ele quisesse conversar.

Eu literalmente não servia para esse tipo de coisa, mas não dava para fingir que a tensão entre nós não existia. Era ridículo e isso me fazia duvidar da realidade algumas vezes seguidas.

Em todo o caso, minha mãe ligou apenas para informar que a consulta havia sido remarcada por problemas médicos e David só queria saber como era a Irlanda, já que mal podia sair de casa por causa de sua condição.

Fiquei feliz que nada tinha realmente acontecido com eles e não tive tempo de contar a Erik antes dele desaparecer para ter seu encontro com o mediador, tudo o que ele disse foi para que o esperasse dentro de seu quarto.

Não havia muito a fazer além de realmente esperar, eu precisava estar em contato com os computadores deles para que algo pudesse ser feito. Sabia que não seria fácil e que Erik teria que criar uma distração para que eu tivesse tempo de realmente hackear e enviar as informações para o computador que estaria aqui no hotel.

Essa parte me deixava nervosa, não sabia o que iria acontecer e como sempre tive controle total da minha vida e de tudo o que estava acontecendo ao meu redor, era definitivamente estranho, mas não era tão ruim quanto parecia ser.

Erik fazia parecer ser fácil e me sentia segura perto dele, mesmo que devesse sentir o contrário. Nossa diferença de tamanho e de idade eram grandes, assim como tudo o que era relacionado a nós dois e isso incluía também a tensão que sempre nos cercava.

Nathaly não disse nada mais além do que conversamos naquele dia e Roger sumiu do mapa depois que Erik o colocou para correr — o que me fazia sentir mal, mas com o histórico que tinha comigo, eu sabia que ele faria algo que se arrependeria depois, isso era obvio.

Não importava quantas vezes eu o rejeitasse ou deixasse claro que nada aconteceria entre nós, isso sem contar a distância que enfrentávamos. Roger não era alguém que eu sentia vontade de ter ao meu lado, nem mesmo Erik era, mas havia algo nele, diferente de Roger, que me fazia querer experimentar tudo o que o mundo pudesse oferecer.

Era bizarro, mas eu não me importava com isso desde que nós dois estivéssemos de acordo e completamente juntos dentro dessa loucura.

Eu provavelmente já deveria ter perdido completamente meu juízo neste momento, mas de alguma forma, eu estava bem com isso.

— Vou cobrar toda essa merda de David depois que estiver completamente curado — bufei resmungando, jogada na cama que era quatro vezes maior do que a do quarto onde eu estava realmente hospedada.

Não cobraria David realmente, mas acabaria com a raça daquele moleque assim que esse tratamento estivesse completo e sua remissão fosse total. Faria da vida dele um pequeno inferno apenas para me divertir, seria apenas o mínimo para pagar toda a merda que eu estava passando nesse trabalho.

— Aposto que fará dele um pobre capacho — Erik riu entrando e fechando a porta atrás de si. — Esse garoto tem sorte de ter você, Selene, aposto que ele sequer pensará duas vezes antes de negar algo a você.

Forcei a cabeça para trás, de ponta cabeça na cama, o armário ambulante deu a volta no quarto e após deixar seus pertences em cima da cômoda, se sentou ao meu lado, me fazendo observá-lo de outro ângulo.

ERRO 404 - Um Jogo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora