- Capítulo 72. Noite de Lua Cheia (2)

1 0 0
                                    


Leah se livrou desses pensamentos e disse: “Eu não esperava encontrar você aqui.”

Embora ela esperasse que Ishakan participasse deste leilão, ela não esperava que eles se encontrassem. Ela havia planejado originalmente sair antes do leilão começar, mantendo seu perfil incógnito. O melhor curso de ação que ela havia pensado era também se infiltrar como convidada. Inesperadamente, ela acabou se revelando uma traficante de escravos.

“Como você entrou?” ela perguntou.

Leah achou difícil acreditar que ele havia infringido a segurança rigorosa. Ishakan tinha chegado até a sala de recepção.

Ishakan riu da surpresa dela. “Bem, você deveria estar mais surpresa do que eu?” Ele insinuou brincando.

Depois disso, o silêncio dominou a sala. Leah percebeu tarde demais que estava sentada no colo de Ishakan por muito tempo. Inconscientemente, isso não lhe pareceu estranho. Na verdade, ela estava acostumada com sua pele tocando a dele. O fato de se sentir confortável estando com Ishakan em uma posição tão íntima a surpreendeu.

Como seus instintos indicavam, ela começou a se libertar de seu controle. No entanto, os braços grossos de Ishakan, que estavam em volta de sua cintura, não mostraram intenção de soltá-la. Presa em seu aperto de aço, ela levantou a cabeça e lentamente encontrou os olhos dele.

“O que eu perguntei outro dia”, Ishakan expressou com modéstia.

Leah ficou atordoada assim que ouviu sua voz baixa e tênue. Ishakan agarrou seu queixo e o levantou enquanto ela evitava seu olhar para que seus olhos se encontrassem.

“Você pensou sobre isso? Você escapou sem me dar a resposta.”

A voz rouca dele fez cócegas em seu ouvido. Isso lhe pareceu estranho. Os sentimentos que ele despertou nela, mesmo tendo preparado sua resposta de antemão, a fizeram parar por um momento. Ela queria dizer a ele para esquecer a conversa, que ela havia mencionado aquele assunto casualmente para que ele a deixasse em paz. No entanto, aquelas palavras se recusavam a sair de sua boca.

No passado, ela teria dito isso sem hesitação. Mas agora, as palavras estavam presas em sua garganta. Não importa o que, ela não conseguia soltar essas palavras, mesmo que quisesse.

O polegar dele tocou lentamente o lábio dela deslizando para baixo, enquanto a boca dela se fechava firmemente. Ishakan sussurrou enquanto roçava o nariz no dela.

“Você não precisa viver com responsabilidade, Leah.”

“……”

O calor de sua respiração e seu nariz acariciando-a a fizeram sentir uma emoção indescritível. Por que ele estava sendo tão doce?

“Você parece ser o único que quer continuar com a negociação. Por que você está tão ligado à família real?”

Ela poderia se tornar uma fugitiva. Jogar tudo fora e viver livremente.

Suas palavras distorcidas soaram tão doces que nem mesmo uma tâmara coberta de mel poderia se comparar. O significado implícito delas a atraiu.

Leah olhou para ele extasiada. O peso da responsabilidade sobre seus ombros era quase insuportável, e a liberdade que ela havia escolhido – a morte – seria o destino que ela teria como princesa. Ishakan disse a ela para se livrar de todos os fardos que estavam em sua mente.

Se Ishakan, como prometeu, assumisse a responsabilidade por ela, ela poderia desistir de tudo? O homem na frente dela, desde que entrou em sua vida, a tinha virado de cabeça para baixo.

Leah levantou a voz, impotente.

“…Por que você faria isso por mim?”

“…Por enquanto, digamos… Que somos compatíveis na cama.”

Ouvindo suas palavras atrevidas, ela lhe lançou um olhar penetrante. Ishakan caiu na gargalhada diante do olhar dela. Sua risada gradualmente desapareceu, permitindo que a atmosfera retornasse ao silêncio confortável.

Seus olhos dourados olharam firmemente para os olhos violetas de Leah. Ele abaixou o olhar, viajando pelo nariz pequeno dela, para a curva suave dos lábios dela. Seu polegar, que antes estava tocando os lábios dela, lentamente penetrou na boca dela.

Para seu espanto, a língua macia e aveludada lambeu seu dedo. Os cílios de Leah tremeram, seus instintos a traíram.

A luz nos olhos de Ishakan brilhou ainda mais. Estranho. Ela não conseguia encontrar as palavras certas para descrevê-los claramente, mas seus olhos dourados, hoje, ela os achou particularmente especiais.

Era como se ele a tivesse enfeitiçado, atraindo-a para si.

O rei lentamente aproximou seu rosto do dela. Seu polegar deslizou lentamente pelos dentes dela. Ishakan estreitou os olhos enquanto sorria e sussurrava sedutoramente.

“Você sabia que hoje é lua cheia?”

BATER!

No segundo seguinte, a porta se abriu amplamente, interrompendo o casal que estava imerso em sua própria bolha. Ao ouvir isso, Leah ficou surpresa e rapidamente se distanciou de Ishakan.

Foi Genin quem apareceu, agarrando o pescoço do Conde Valtein que estava parado ao lado dela. A boca de Genin abriu-se ligeiramente. Suas palavras ficaram presas na garganta enquanto ela apontava para Leah, atordoada.

O Conde Valtein, que havia entrado na sala com Genin, ficou muito surpreso ao ver Ishakan e Leah juntos.

Criou-se uma atmosfera um tanto tensa e peculiar.

Enquanto o Conde Valtein praguejava em sua mente, alguém apareceu atrás da cabeça de Genin.

"Ahh!"

A pessoa que exclamou também ficou surpresa quando viu Leah. Era o belo Kurkan que tinha levado Leah ao palácio real outro dia. Ele abriu a boca e murmurou.

“O que é isso…? Por que a princesa está aqui…?”

Ishakan estalou a língua, a insatisfação refletida em seu rosto.

O homem chamado Haban entrou com urgência, então Ishakan se aproximou de Leah. Ishakan agiu como se os outros fossem uma praga que não conseguiam pôr os olhos em Leah.

“Você disse que tinha autocontrole!” Haban exclamou, exaltado.

“Sim. Não funcionou bem.” Ishakan respondeu calmamente, tirando Leah do seu colo. Então, ele agarrou a nuca dela e puxou a cabeça dela para o peito dele. A outra mão dele desceu até a cintura dela, e seu polegar fez pequenos círculos nela. “Acho que menti, Haban.”

Haban olhou para o rosto vermelho de Leah e perguntou: “O que Ishakan disse para você?”

“Ele não disse nada, exceto que hoje era lua cheia…”

Leah respondeu, perplexa. Ishakan ficou bravo e gritou com Haban.

“Você tem falado muita bobagem!”

Genin soltou o pescoço do Conde Valtein e se aproximou lentamente dela. Então, ela cuidadosamente roubou Leah de Ishakan, colocando Leah atrás dela e certificando-se de que seu grande corpo a estava escondendo.

Sem ter ideia da disputa, Leah perguntou o que estava acontecendo. Genin se virou e olhou para ela. Sua voz soou tensa enquanto ela respondia.

“Quando os curdos mencionam a lua cheia, geralmente tem um significado sexual.”

“Hein?” Leah abriu a boca, surpresa.

“O dia em que a lua cheia nasce…”

Genin olhou para o Conde Valtein enquanto sussurrava baixinho, certificando-se de que apenas Leah a ouvisse.

“É época de acasalamento.”

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora