- Capítulo 77. Kurkan Valioso (2)

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“Haha, eu gosto disso.” Ele riu das palavras de Leah. Mesmo assim, enquanto abaixava sua taça de vinho, seus olhos nunca a deixaram. A escrava Kurkan ao seu lado se moveu imediatamente para encher a taça.

O traficante de escravos levou a taça aos lábios, sorvendo enquanto olhava para Leah. Ele não conseguia deduzir nada simplesmente olhando para a máscara que escondia o rosto dela e o manto negro que ela vestia, então ele só conseguia olhar para a pele nua da mão dela.

“Sua confiança é bem avassaladora”, ele então perguntou. “Você acha que seus próprios escravos são tão bons assim?”

“Eles são bons o suficiente para mudar o curso deste leilão.”

Não era mentira porque o Rei dos Kurkans estava presente, mas o traficante de escravos riu da declaração aparentemente ridícula de Leah e respondeu: "Eu vou te mostrar qualquer coisa que você quiser, mas como o que eu tenho é bem confidencial, não posso mostrar para muitos outros." Ele empurrou para o lado a escrava Kurkan que estava sentada ao lado dele. "Vai ficar tudo bem se formos só nós dois. Então você pode conferir."

"Isso não parece ruim", Leah respondeu despreocupadamente enquanto balançava a cabeça.

O traficante de escravos imediatamente se levantou e gesticulou para Leah.

"Me siga."

Ele abriu uma porta, e Leah o seguiu de perto. Ela sabia que não estava sozinha, então tentou ser o mais rápida possível.

O corredor para a porta dos fundos era muito diferente daquele que Leah havia usado inicialmente para entrar na sala de reunião. Tinha luzes brilhantes e havia um carpete grosso cobrindo o chão. Era um corredor que conectava a sala de reunião com a casa de leilões.

O traficante de escravos parou em frente a uma grande porta de ferro e pegou uma chave.

Claque!

Após destrancar a fechadura, ele abriu a porta abruptamente. O comerciante estendeu os braços exageradamente, fingindo agir como um cavalheiro que a acompanhava.

Quando Leah entrou, a porta se fechou atrás dela. A atmosfera lá dentro a repulsou mais do que ela esperava. O desgosto que ela sentia por dentro não podia ser explicado.

Uma garotinha Kurkan estava enrolada em uma cama enorme coberta com colchas macias. Suas extremidades eram pequenas e finas. Estava claro que ela ainda não havia atingido a puberdade. Ela tinha esposas grandes e pesadas pressionando seus ossos prematuros.

Assim que o traficante de escravos entrou na sala, a garota Kurkan se levantou, sua expressão vazia transformada em uma expressão de medo. Ela estremeceu, fugindo para o canto da sala.

O traficante de escravos colocou o braço em volta dos ombros de Leah. “Como você sabe, as jovens garotas Kurkan são as mais caras. Então, o que você acha disso? Você está satisfeita?” ele perguntou com satisfação. Estava claro o quão orgulhoso ele estava de sua peça.

Ele aproximou seu corpo do de Leah, perto o suficiente para que ela pudesse sentir sua respiração áspera.

“Só nós dois estamos aqui. Antes de ir, por que você não tira tudo isso? Desde o momento em que você começou a falar, não pude deixar de me perguntar que tipo de rosto eu poderia encontrar por trás de uma voz tão linda…!”

Não havia necessidade de continuar ouvindo a avalanche de sujeira saindo da boca imunda do traficante de escravos. Leah sabia que seu protetor devia tê-la seguido.

Ela disse o nome dele.

“Ishakan.”

O traficante de escravos de repente começou a tremer, exalando profundamente. No instante seguinte, um baque alto ecoou por toda a sala. O corpo pesado do traficante caiu no chão. Um jato de líquido quente saiu de seu corpo, manchando o carpete de um vermelho escuro profundo.

Um braço sólido cercou a cintura de Leah por trás. Ishakan passou o rosto para o lado do pescoço dela.

“Você está testando minha paciência, certo?” ele sussurrou. Por baixo do tom relaxado, havia uma raiva latente, aumentando lentamente. “Eu quase matei todos eles, Leah.”

***

A casa de leilões dos oito comerciantes de escravos logo ficou cheia de compradores em potencial. Eles se amontoaram como nuvens se reunindo em uma tempestade gigantesca.

A posição de Estia no centro do continente lhe dava o status de epicentro do tráfico de escravos. No entanto, o reino havia anunciado suas intenções de tomar medidas drásticas contra essa prática, o que levou os participantes de hoje a virem com os bolsos cheios, cientes de que esse evento poderia ser considerado o último leilão de escravos nesses territórios.

Em resposta às expectativas dos convidados, os comerciantes de escravos trouxeram seus melhores produtos para exposição e se prepararam orgulhosamente para esta ocasião especial. Muitos rumores se espalharam pela capital real. As pessoas falavam dos produtos de alta qualidade que seriam apresentados e dos escravos cobiçados que estariam na exposição.

Por isso, o leilão estava lotado de visitantes, escondidos no porão de uma grande mansão. Apesar da localização remota, que ficava nos arredores da capital da cidade, não havia assento vazio em lugar nenhum.

Os convidados ansiosos apreciaram o álcool e a comida que lhes foram servidos enquanto esperavam calmamente o leilão começar. Mesmo enquanto conversavam entre si, discutindo os escravos bárbaros a serem vendidos, eles não conseguiam deixar de voltar o olhar para a cortina grossa que cobria o palco. Impacientes pela grande revelação, estavam todos atentos, curiosos para saber quando a cortina finalmente subiria.

O público estava animado. No entanto, o horário designado para o início do leilão já havia passado, e as cortinas ainda não tinham se movido um centímetro. Normalmente, se houvesse um atraso no procedimento, haveria um anúncio para acalmar as preocupações dos convidados.

Entretanto, nenhum anúncio foi feito.

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora