- Capítulo 105. Você Engordou? (1)

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Ishakan apenas olhou para o rosto corado de Leah. Ele sempre se comportava da mesma maneira. Ele poderia ter falado normalmente, mas se recusou a fazê-lo a menos que ela pedisse primeiro. E mais uma vez, ela não teve escolha a não ser insistir, fazê-lo esclarecer o que tinha acabado de dizer.

“O que… o que você quis dizer?” ela perguntou, e então fechou os olhos com força, envergonhada. A pergunta soou tão estúpida, ela deveria ter se expressado de forma mais elegante, mais graciosa. Seu rosto estava tão quente que ela podia sentir o sangue subindo para as pontas das orelhas.

E mesmo depois de alguns momentos, Ishakan ainda não respondeu. Ela abriu os olhos lentamente para encontrá-lo olhando para ela, sem piscar, como se estivesse olhando para a presa mais apetitosa da terra.

“Você é muito bonita”, ele murmurou.

Leah estremeceu. Se ela agisse de forma mais fofa, ele a devoraria inteira, mastigando-a até os ossos. Ela inalou profundamente e os braços dele se apertaram ao redor dela, suas mãos começaram a acariciá-la. Ele a mordeu, pequenas mordidas, ocasionalmente chupando sua pele sensível, e Leah permaneceu atordoada, segurando os biscoitos em sua mão.

Houve um leve som de assobio à distância. Ishakan parou, franzindo a testa. “Agora eu realmente tenho que ir,” ele suspirou. “Não se surpreenda se Morga aparecer.”

Leah saiu do seu transe. Era a primeira vez que ouvia esse nome, mas supôs que Ishakan devia estar se referindo ao homem Kurkan de cabelos longos que ela tinha visto antes.

“Ele pode lançar feitiços. Ele é muito bom. Sua personalidade é um pouco estranha, mas…” Ishakan fez uma pausa. “De qualquer forma, eu vou.” Ele a levantou e lhe deu um beijo rápido, sorrindo maliciosamente. “Eu vou te pagar de volta pelo seu lenço. Espere por esse momento.”

Leah só teve tempo de piscar antes que ele desaparecesse tão rápido quanto apareceu. Deixada para trás e consternada, ela se sentou no sofá. Os biscoitos em sua mão caíram no chão.

Depois de muitos longos momentos, um suspiro escapou dela. Tudo parecia irreal, como se uma onda enorme tivesse corrido sobre ela e a levado embora. Ela colocou as costas da mão contra as bochechas e percebeu que ainda estava aquecida. Leah respirou fundo várias vezes, inalando e exalando.

Sua mente estava cheia de pensamentos estranhos. Ela estava tentando conter seu coração, mas os sentimentos dentro dela estavam rugindo cada vez mais alto, agitando-se como um peixe recém-pescado, lutando para escapar. Eles eram avassaladores. Ela não conseguia controlá-los. Ela continuava ouvindo as palavras de Ishakan.

De repente, uma voz falou do lado de fora.

“Princesa.” A Condessa Melissa falou, e Leah sentiu como se água gelada tivesse sido derramada sobre ela. Sua turbulência diminuiu. Ela tinha que ir caçar falcões com Cerdina, e tinha se esquecido completamente disso.

A tempestade que Ishakan havia criado nela se acalmou. A sombra de Cerdina pairou sobre ela, e, sentindo-se como se estivesse presa em um pesadelo, Leah respondeu.

“Estou saindo”, ela disse, saindo da tenda.

***

Cerdina havia terminado seus preparativos e já estava alimentando seu falcão. O pássaro cravou suas garras em suas luvas grossas enquanto comia o único pedaço de carne que ela oferecia. Cerdina só deu uma mordida porque o falcão não caçaria tão efetivamente se estivesse cheio.

“Bem-vinda, Leah.”

Leah calçou um par de luvas de couro que cobriam seus antebraços e abriu a gaiola contendo seu próprio falcão. Soltando a corda que prendia sua perna, ela o deixou voar, e os caçadores correram para segui-lo. O falcão usava um chocalho que o tornava fácil de seguir.

Embora tivessem começado ao mesmo tempo, o falcão de Cerdina já estava consideravelmente além do de Leah. Leah mordeu o lábio enquanto observava seu falcão no ar.

Cerdina olhou para Leah e sorriu para si mesma. “Vamos também?”

Liderando as outras moças, Cerdina seguiu na frente e Leah seguiu logo atrás. Se andassem devagar o suficiente, as caçadoras encontrariam os falcões e suas presas por conta própria e retornariam. A floresta estava cheia do som do canto dos pássaros, apesar do frio.

Ajustando a bainha do vestido, Leah observou Cerdina atentamente. Como Cerdina era uma cigana, ela poderia usar feitiçaria? Leah tinha ouvido falar que muito poucos ciganos podiam, mas Ishakan não teria trazido um Kurkan capaz de lançar feitiços se não tivesse um bom motivo. Isso poderia tornar a situação ainda mais complicada, mas Leah tinha conseguido superar a maioria dos desafios até agora...

Ela desviou sua atenção para as damas com Cerdina. Elas eram de famílias nobres da alta sociedade, e seguiam a rainha como sombras inexpressivas.

Leah imaginou que Cerdina não tinha sido abençoada com um círculo fechado de amigas. As moças ficariam ao seu lado até certo ponto, mas Cerdina deve ter descoberto suas fraquezas de alguma forma. Leah havia procurado incansavelmente por uma fraqueza na própria Cerdina, mas infelizmente não descobriu nenhuma. A rainha deve ter habilidades formidáveis ​​para escondê-las tão bem. Mas se havia feitiçaria envolvida...

As coisas que Leah havia pensado começaram a se encaixar. O teimoso Rei de Estia havia decaído muito depois de coroar Cerdina como sua rainha. Era realmente a velhice que nublava seu julgamento?

Leah estava perdida em pensamentos quando Cerdina parou de andar e voltou seu olhar para Leah, sorrindo da maneira mais doce...

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora