- Capítulo 88. O Sangue de um Lobo (1)

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Leah hesitou. Ela queria perguntar muitas coisas a Ishakan, mas mais do que tudo ela só queria ir embora. Era difícil encará-lo quando momentos da noite passada continuavam passando por sua mente, visões de sexo infinito e assustador a assombrando.

Ela chorou e lutou como uma criança sobrecarregada. Seus sentidos foram levados ao limite. Foi primitivo e cru e Ishakan sucumbiu completamente a impulsos primitivos que ela não conseguia nem começar a entender. A provação estava marcada em sua mente, e a lembrança do toque dele a fez se contorcer de vergonha. Era demais, tudo isso. Cerrando os punhos, suas unhas cravaram nas palmas enquanto falava.

“Seja o que for, não preciso saber.”

Ela tentou invocar seu porte régio enquanto o empurrava para longe, suas pernas balançando sob ela, mas ela mal tinha dado dois passos quando algo prendeu a bainha de seu vestido. Não era Ishakan. Ele estava de pé ao lado da cama, observando silenciosamente. Seu vestido estava preso em alguma coisa, um prego no chão, e até mesmo se curvar para soltá-lo estava simplesmente além de sua capacidade.

Ela desistiu. A frustração era evidente em seu rosto enquanto ela caía de volta na cama, e Ishakan sorriu para ela.

“Você não pode voltar sozinho. Você não pode nem andar.”

Envolvendo Leah em seus braços, ele a carregou até a cama, moldando um encosto com os travesseiros e colocando um cobertor sobre ela. Contente com seus esforços, ele gentilmente beijou sua testa.

“Espere um momento, ok? Vou pegar algo delicioso para você.”

Ele vestiu um casaco e saiu pela porta, seus passos desaparecendo na distância. Com o quarto vazio, Leah aproveitou a oportunidade para observar os arredores. Era um quarto bem grande, então ela presumiu que devia ser uma das melhores estalagens, mobiliada com móveis pesados, opulenta e grandiosa. Ao lado dela na cama estava o jornal que Ishakan estava lendo quando ela acordou.

Tudo estava em Kurkan. Ele devia estar escrevendo enquanto ela dormia; a tinta ainda estava fresca, brilhante com umidade. Leah estudou o texto. Embora a caligrafia de Ishakan na língua de Estia fosse ruim, sua caligrafia em sua língua nativa era impecável. As linhas eram ousadas e ferozes, mas ainda havia um senso de arte.

A porta se abriu e Ishakan reapareceu, carregando uma bandeja carregada de pratos empilhados com comida. Frutas, carnes, pães, doces, uma variedade enorme e, aos seus olhos, o suficiente para alimentar a troca de guardas no palácio. Ela teve que sufocar um suspiro quando ele colocou a bandeja diante dela.

Ela deveria comer tudo isso?

Talvez ele quisesse que ela desse uma pequena mordida em cada prato, como em um banquete. Os kurkans eram quase ostentosos em seu consumo de comida, mas não havia razão para comer tanto, especialmente de manhã.

“Eu trouxe algo leve para você”, Ishakan explicou. “Só para quebrar seu jejum.”

Leah olhou fixamente. A mesa ao lado da cama estava quase gemendo sob a carga.

“Mas me diga se você quer mais”, ele acrescentou. “Você queimou muita energia ontem à noite.”

“……”

Isso lembrou Leah do café da manhã de Genin. Aparentemente os kurkans estavam acostumados a comer dessa forma.

Ishakan empurrou a mesa para mais perto da cama e arrastou uma cadeira para si, sentando-se em frente a ela. Leah deslizou para frente na cama para comer de seu próprio prato pequeno, aceitando uma faca e um garfo de Ishakan. Eles eram pequenos, como se tivessem sido criados especificamente para suas mãos.

Ishakan mergulhou as mãos em uma tigela de água e então rasgou o pão com elas, ignorando as sutilezas do prato e dos utensílios. Vê-lo comer com tanto entusiasmo estimulou seu apetite. A comida era desconhecida, mas tinha um gosto delicioso, e seu garfo e faca cortaram cuidadosamente e transferiram sua porção para sua boca. Legumes, e então uma fatia fina de torrada achatada com queijo por cima, salgada e saborosa. Havia um prato cozido no vapor enrolado dentro de folhas, carne finamente moída com especiarias perfumadas, recheada com folhas de uva e cozida em uma panela. O odor rico quase a fez salivar, e antes que ela percebesse, ela tinha comido três.

Ela já tinha comido demais, mas cada prato era mais curioso que o anterior. Outro prato parecia iogurte, mas era de uma cor cremosa estranha, e quando ela provou uma colherada, tinha um sabor defumado que descia até sua garganta. Depois de mais cinco colheradas, ela identificou que era alguma variedade de berinjela.

Ela quase deu uma sexta mordida quando percebeu o quanto tinha comido e colocou a colher no chão, assustada. Ishakan olhou para ela enquanto ela afastava o prato.

“Você terminou?”

“Demais.” Ela realmente não deveria ter comido nada daquela coisa de iogurte, mas toda a comida era tão deliciosa, e diferente de tudo que ela já tinha comido antes. Mas não era desculpa. Ela se arrependeu de sua falta de autocontrole.

“Bem, coma alguma fruta.”

Ele não estava fazendo uma sugestão. Ele estava dando a ela uma ordem.

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora