-Capítulo 140. Apetite (1)

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Não havia como ele mandar Leah de volta para Estia, mesmo que isso a fizesse odiá-lo. Mas agora que ela havia decidido ficar ao seu lado, Ishakan não via razão para mantê-la amarrada. Ishakan beijou seu pulso.

“Primeiro, você deve comer”, ele disse. “Você dormiu por muito tempo, então eu trarei comida leve.”

Ishakan saiu da cabana e imediatamente retornou com uma bandeja cheia de comida. Mas talvez porque ele considerasse Leah uma paciente, dessa vez ele não trouxe comida empilhada em camadas altas hoje. Leah riu lá dentro.

Ishakan sentou-se na cadeira ao lado da cama de Leah e organizou a comida, um prato de cada vez. Primeiro, ele colocou um pouco de mingau quente diante dela, e então alinhou os pratos para seguir em uma fila enquanto ela comia aos poucos.

Leah estava sorrindo enquanto observava Ishakan cortando vitela macia em pedaços pequenos, mas de repente ela escureceu quando as memórias vieram à sua mente. Desde cedo, quando seu apetite estava no auge, Cerdina regulava sua comida. Leah comia na companhia de Cerdina pelo menos uma vez a cada dois dias, e toda vez isso a deixava enjoada. Comer era extremamente estressante.

Cerdina lhe ensinara uma etiqueta rigorosa para comer. Se Leah cometesse o menor erro, Cerdina parava de comer imediatamente e batia nela com um pedaço de pau na parte do braço escondida pela manga do vestido. E quando Leah estava com muita fome e tentava comer mais, Cerdina ria com desdém e apontava as falhas em seu corpo, beliscando a carne de sua barriga e coxas, embora Leah tivesse uma constituição normal quando criança.

—Não creio que você possa se considerar atualmente a Princesa de Estia, Leah.

O olhar de Cerdina era frio quando ela disse a Leah que ela deveria sempre ter uma aparência digna.

—Você quer ouvir as pessoas dizendo que a madrasta errou na criação da enteada?

Então Leah teria que implorar a ela, implorando para ser perdoada, dizendo que ela tinha cometido um erro e não comeria mais. Algumas pessoas tiveram pena de Leah e tentaram dar-lhe comida em segredo, mas todos foram expulsos do palácio após um tormento brutal.

O ciclo se repetiu várias vezes e depois que ela viu o que Cerdina tinha feito com as vítimas, Leah começou a se abster de comer sozinha. Ela foi ainda mais cuidadosa porque temia que a Condessa Melissa, a única pessoa em quem ela podia confiar, fosse expulsa.

Enquanto Leah se contivesse, todos estariam em paz.

Ela se sentiu mal enquanto comia o mingau, e largou a colher. Ela não conseguia comer mais. Era como se ela tivesse ficado cheia de repente. Quando ela lhe devolveu a tigela de mingau meio comida, Ishakan franziu a testa.

“Não me diga que você terminou.”

“Estou cheia.” Leah hesitou por um momento, então falou baixinho. “Gostaria de comer mais, mas… não posso. Talvez seja porque não como há muito tempo.”

Ishakan ficou em silêncio. Seus olhos brilhavam intensamente, mas qualquer indício de perigo desapareceu rapidamente. Ele não tentou persuadi-la mais, apenas levou a comida embora e então voltou para abraçar Leah com força.

Mesmo que ela não tivesse comido muito, o calor dele a fez se sentir satisfeita.

“Vamos tomar um ar fresco”, disse Ishakan enquanto acariciava o cabelo dela. “Quero te mostrar uma coisa.”

Carregando-a em seus braços, sua grande mão abriu a porta de lona do barracão. Leah engasgou quando eles passaram da escuridão para a luz, um sol escaldante e areia dourada tão vasta quanto o mar.

Era o deserto.

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⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

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