- Capítulo 63. Sede Insaciável de Poder (1)

0 0 0
                                    

Blain ainda estava sentado ereto à mesa, usando o almoço sem vida como desculpa para fazer Leah ficar. “Eu disse para não ir, Leah.”

Contudo, Leah não lhe respondeu.

Incapaz de suportar a falta de resposta dela, Blain chutou seu assento. Sua sobrancelha se contraiu; estava claro que ele estava furioso com Leah. Grande amargura varreu seu rosto, enquanto a desobediência dela fazia com que uma raiva incontrolável surgisse em Blain. A sempre obediente Leah ousou desafiá-lo. Seu punho se fechou e ele bateu na mesa, fazendo os pratos baterem enquanto tentava intimidá-la a ficar.

No entanto, já era tarde demais. A mão de Leah já estava estendida em direção a Ishakan. Assim que seus dedos tocaram os dele, Ishakan imediatamente os entrelaçou. Seu aperto era tão poderoso que até ela ficou surpresa. Ishakan agarrou a mão dela, seu aperto era estável e seguro, e a puxou para seu peito.

Num piscar de olhos, com alguns passos rápidos, eles deixaram a mesa do almoço e o jardim.

Blain, ainda envolto em sua ira, tentou persegui-los. No entanto, sua mão que tentou roubar Leah de volta, errou por meros centímetros, antes que Ishakan a levasse embora. Nada além de ar frio e oco encontrou sua pele.

“…”

Soltando o aperto no ar, Blain abaixou o punho e cerrou com tanta força que suas unhas cravaram em sua pele e perfuraram sua carne. No entanto, ele ignorou a dor. Não era nada, comparado aos sentimentos de turbulência e raiva que o consumiam naquele momento. Por um minuto, seus olhos pastaram sobre o lugar vazio onde Leah estava sentada, momentos antes. Seus olhos azuis gelados tremeram intensamente, direcionando toda sua hostilidade para Ishakan, na cadeira.

Era sua última chance. Enquanto Ishakan arrastava Leah para fora do jardim, Blain reagiu e gritou para os cavaleiros que estavam de guarda na entrada do almoço para detê-los. No entanto, era tarde demais.

Somado ao comprimento de suas pernas, a distância que eles percorriam com sua velocidade aumentava e, logo, o jardim onde o almoço foi realizado não estava mais à vista.

Em frente ao labirinto do palácio, eles pararam em um corredor ladeado por pilares de mármore.

Os filhos e filhas dos nobres que estavam brincando por perto, notaram a figura intensa de Ishakan arrastando Leah e, ​​percebendo que eram figuras importantes, rapidamente se dispersaram como formigas encharcadas com água.

O ambiente imediatamente ficou em silêncio. Até mesmo um alfinete caindo seria audível.

Ishakan olhou para Leah e suspirou, finalmente soltando o pulso dela.

No momento em que sua mão quente a soltou, Leah escondeu a mão atrás do vestido, no entanto, Ishakan percebeu sua ação e imediatamente a puxou para si novamente.

A mão dele havia deixado marcas avermelhadas no pulso branco e fino dela. Embora Ishakan tivesse tentado agarrá-la gentilmente, a pele de Leah era tão pálida e frágil que o aperto que Ishakan pensou ser leve, deixou marcas de mãos na pele dela. Ela era realmente feita de vidro.

"Por que…!"

Pego no meio da surpresa, Ishakan parou suas palavras enquanto sua voz se elevava bruscamente. Ele levou a mão ao rosto, cobrindo os olhos, enquanto emoções misturadas o percorriam. Um suspiro alto saiu de sua boca e ele murmurou desanimado.

“Você deveria ter me dito que dói.”

Quando Ishakan disse isso, Leah percebeu o quão distraída ela estava. O aperto dele, embora tenha deixado marcas, não a machucou nem um pouco. Essas pequenas coisas eram insignificantes para ela.

Ela levantou a cabeça e seus olhos violeta claro encontraram os dourados profundos de Ishakan. Seus lábios se abriram e derramaram as palavras que ela pretendia dizer o tempo todo.

“Peço desculpas profundamente em nome da família real.”

No entanto, Ishakan parou Leah bruscamente, cutucando-a. “Pare.” Ele ordenou.

O sol que brilhava em seus olhos, pulsava enquanto suas pupilas dilatavam. Um enxame de emoções corria por elas.

“Você não é uma pecadora. Por que você está sempre se desculpando tanto?”

Uma sensação de frustração e raiva caiu sobre ele. Cada vez que ele interagia com ela, era como uma onda após a outra de fúria intensa. No entanto, a razão por trás disso era bem diferente do que Leah estava pensando.

“O que diabos Estia fez com você? Não é o bastante para te vender para Byun Gyongbaek? Você é um maldito escudo…”

Pelo que ele sabia, na mente de Ishakan, somente Leah havia feito algum esforço no almoço. Somente ela havia se mantido tentando manter um relacionamento amigável; somente ela havia pensado desinteressadamente por seu país.

Sem palavras e incapaz de compreender suas ações, ele abaixou a cabeça e sussurrou baixinho.

“O reino é importante demais para você? A ponto de proteger o príncipe herdeiro?” Ishakan tentou veementemente controlar suas emoções furiosas. Foi apenas pelo bem de Leah que sua raiva se acalmou. Leah mordeu os lábios, sem emitir um único som.

Ele levantou a mão e levantou o queixo dela. “Por que você não disse nada?”

O polegar dele roçou os lábios dela e pressionou, abrindo sua boca. Leah quase mordeu os dedos dele, mas se conteve a tempo.

“Se você se sente injustiçado, você também deve expressar sua raiva. Grite, diga qualquer coisa. Mesmo que você não esteja…”

Ao ouvir suas palavras, as emoções agitadas que estavam mortas ganharam vida. Mesmo que ela achasse que conseguiria suportar, seus lábios se moveram por conta própria.

“…O que mudaria se eu fizesse isso?”

Nada. Não há absolutamente nada que isso mudaria.

Predatory marriage novel (PT BR🇧🇷) Onde histórias criam vida. Descubra agora