17. Can't Be Tamed

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Kylie's POV

16 de maio de 2024

Jake me fez acordar muito cedo hoje. Tudo porque ele não queria ir sozinho pro aquecimento, mas claro que eu não ia passar por isso sozinha. Chamei Morgan pra ir comigo. Ela sempre consegue transformar qualquer coisa em algo menos chato — especialmente com as piadinhas que só ela sabe fazer.

Depois de muita reclamação, Morgan finalmente aceitou. Nós íamos dar carona pra ela junto com Garrett, que nunca perdia uma chance de se meter nas nossas bagunças.

— Tá me devendo uma por isso, puta. — Morgan resmungou, ainda sonolenta, enquanto entrava no carro. — Sério, acordar a essa hora só pode ser coisa do demônio.

Eu apenas ri, olhando para o banco de trás onde ela se espremia com Garrett, que já começava a contar uma história longa demais pra tão cedo.

— Só relaxa, vai ser divertido. — Disse, piscando pra ela pelo espelho retrovisor. Morgan revirou os olhos e eu ri.

O caminho pro ginásio foi mais longo do que parecia. Talvez fosse o sono ainda pesando, ou a conversa interminável de Garrett, que Morgan estava ignorando com sucesso. Quando finalmente chegamos — muito cedo, como sempre —, o ginásio estava praticamente vazio, exceto por mais uns dois jogadores, o zelador e o treinador.

— A gente vai alongar, viu? — Jake deu um beijo no topo da minha cabeça e saiu com Garrett, enquanto eu e Morgan nos jogamos nas arquibancadas.

Eu avistei uma bola de basquete no meio da quadra, sozinha, e os meus pensamentos intrusivos falaram mais alto.

— Ei, ei. — Cutuquei Morgan com o cotovelo. Ela gemeu, ainda lutando pra manter os olhos abertos. — E se a gente pegasse aquela bola ali e fosse jogar?

— O quê? — Morgan murmurou, virando o rosto pra mim, visivelmente confusa. — Você tá me dizendo que eu acordei às seis da manhã pra agora jogar basquete?

— Exatamente. — Um sorriso malicioso se espalhou pelo meu rosto enquanto eu me levantava e estendia a mão pra ela. — Vamos.

Morgan suspirou fundo, mas pegou minha mão com um resmungo.

— Isso aqui é abuso de amizade, sabia? — Ela reclamou, me seguindo até o meio da quadra. — Eu sou uma musicista, não uma jogadora de basquete.

Eu gargalhei, começando a quicar a bola e caminhar na direção dela.

— Mas eu sou. — Fingi que ia passar a bola, mas lancei direto e fiz uma cesta de três pontos. Estufei o peito com um olhar convencido.

Morgan ficou paralisada por um segundo, observando o movimento da bola.

— Ah, não! — Ela correu atrás da bola e, ao pegá-la, se virou com uma expressão determinada. — Agora você me paga. — Ela disse, tentando quicar a bola de um jeito desajeitado.

Eu cruzei os braços e a observei, mal contendo o riso. Cada tentativa de driblar era mais frustrada que a anterior. Basquete definitivamente não era o forte dela.

— Isso aqui é quase uma coreografia. — Morgan comentou, concentrada, enquanto tentava girar dramaticamente com a bola, mas acabou tropeçando nos próprios pés.

Eu gargalhei alto, estendendo a mão pra ajudá-la a levantar.

— Quase, Morgs. Quase. — Brinquei, puxando-a de volta.

Estávamos rindo, fingindo que sabíamos o que estávamos fazendo, quando uma voz conhecida me fez parar no meio do movimento.

— Que talento! Você dá um show, qual o seu nome? — O treinador Graves estava sorrindo, aproximando-se com a mão estendida.

Lie [KYLIA]Onde histórias criam vida. Descubra agora