Capítulo onze

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Desfrutem de uma boa leitura!

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Dois dias haviam se passado desde aquela noite na taberna, e Jimin mal conseguia tirar da cabeça o beijo que compartilhara com Jungkook sob o luar. A lembrança fazia seu coração disparar a cada vez que seus pensamentos vagavam para aquele momento. E agora, ali estavam os dois, sentados em frente à cabana do alfa, com as mãos sujas de terra e algumas mudas de flores espalhadas ao redor.

Jimin havia insistido muito para que plantassem flores ao redor da cabana. Ele alegou que o lugar ficaria mais bonito, mais acolhedor, e, para sua surpresa, Jeon não resistiu por muito tempo. Com um suspiro resignado, ele aceitou a ideia, embora claramente não fosse o tipo de coisa que o animasse.

Enquanto Jimin fazia pequenos buracos na terra com as mãos delicadas, Jungkook estava concentrado, plantando mudas ao seu lado. O som suave da natureza ao redor os envolvia, o vento balançando suavemente as árvores ao fundo, enquanto o sol de fim de tarde derramava uma luz dourada sobre eles. Era uma tarde tranquila, e por um momento, Jimin se permitiu acreditar que aquela paz poderia durar para sempre.

Depois de um tempo, o silêncio entre eles foi interrompido por Jimin, que parou de plantar e olhou para Jungkook, que trabalhava com habilidade na terra, com uma expressão de foco. Ele não conseguia deixar de se perguntar por que ele parecia tão distante das flores, mesmo quando fazia um trabalho tão cuidadoso com elas.

— Você nunca me disse por que não gosta tanto de flores. — Ele comentou, limpando a terra das mãos em um pano que trouxera.

Jungkook parou por um momento, apoiando-se no joelho, e olhou para ele de relance antes de retornar ao trabalho.

— É que eu nunca vi muita utilidade para elas. — Disse ele, sem muita emoção na voz. — Só parecem... enfeites, sem propósito.

Jimin arqueou uma sobrancelha e sorriu suavemente.

— Ah, mas nem tudo precisa ter um propósito prático, Jungkook. Às vezes, as coisas são bonitas só por serem bonitas.

Ele soltou um leve suspiro e permaneceu em silêncio por alguns instantes, o que o fez pensar que ele não iria continuar o assunto. Mas então, de repente, ele falou, com a voz mais baixa, quase introspectiva.

— O homem que cuidou de mim depois que meus pais morreram... ele gostava de flores. — Jungkook fez uma pausa, seu olhar voltado para o solo, como se estivesse revivendo memórias distantes. — Ele tinha um jardim, pequeno, mas sempre florido. Eu achava que era um desperdício de tempo e esforço, mas ele dizia que havia algo de reconfortante em cuidar delas, em ver algo crescer mesmo quando o mundo ao redor parecia desmoronar.

O príncipe ficou em silêncio, absorvendo cada palavra. Era raro que Jungkook falasse sobre o passado, e Jimin sabia que aquele momento era especial.

— Ele dizia que as flores eram um lembrete de que a vida continua, não importa o quão difícil ou cruel ela possa ser. — Continuou Jeon, com os olhos perdidos em algum ponto distante. — Mas eu não consegui entender aquilo. Eu só via a perda. As flores me lembravam do que eu não tinha mais... do que eu nunca poderia ter de volta.

Jimin sentiu o peso nas palavras dele. Nunca imaginara que a aversão de Jungkook pelas flores estivesse ligada a uma memória tão profunda. Jimin se aproximou dele, pegando uma das mudas e olhando para ela por um momento antes de falar.

— Talvez ele estivesse certo. — Jimin disse suavemente. — As flores podem ser um símbolo de esperança. E, às vezes, é preciso um pouco de beleza em meio à dor.

Ascensão de um Arqueiro • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora