Ascensão de um Arqueiro • JM + JK

Capítulo vinte e dois

Desfrutem de uma boa leitura!

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O som suave das cordas e dos cânticos preencheu o ar da capela, ecoando nas paredes de pedra e envolvendo os convidados em uma atmosfera solene e, para muitos, repleta de expectativa. Para o príncipe, porém, cada nota parecia distante, abafada pela confusão e tristeza que p dominava. Aquele dia, que deveria ser um dos mais importantes de sua vida, não passava de um fardo pesado demais para carregar.

Seu traje branco, perfeitamente ajustado ao seu corpo, parecia pesar o dobro à medida que ele caminhava pelo corredor. As flores presas em seus cabelos e o véu delicado caindo em seus ombros faziam-no parecer uma visão etérea, como um verdadeiro príncipe de contos de fadas. Mas, por dentro, ele sentia-se quebrado, despedaçado em um milhão de partes que jamais poderiam ser reunidas.

Seu braço estava entrelaçado com o do rei, seu pai, e a mão dele segurava a sua com força. O sorriso dele era largo, satisfeito, como se finalmente tivesse alcançado o que tanto desejava: a união política que solidificaria seu poder. Para ele, aquele casamento representava muito mais do que a felicidade de seu filho. Representava um futuro de controle e alianças que fortaleceriam o reino.

Jimin não fazia esforço algum para sorrir. Seu rosto era uma máscara de descontentamento, os olhos baixos enquanto caminhava lentamente em direção ao altar. Ao seu redor, ele podia sentir os olhares dos convidados, mas não se dava ao trabalho de olhar de volta. Não queria ver os rostos que o observavam, julgando-o ou torcendo por ele. Cada passo até o altar parecia um sacrifício, como se ele estivesse caminhando para um destino que não era o seu.

O príncipe sentia o coração apertado no peito, uma pressão insuportável que o fazia querer chorar. Em seus pensamentos, o rosto de Jungkook surgia a todo momento. Ele se lembrava da risada dele, do toque de suas mãos, das promessas não ditas, e sentia como se tudo tivesse sido arrancado dele de forma cruel. Ele deveria estar ali, não o príncipe Lee.

Quando o aperto no braço dele se intensificou, foi como se uma corda invisível o puxasse de volta à realidade. Ele olhou para o lado e viu o sorriso satisfeito de seu pai. Ele se inclinou discretamente em sua direção, sussurrando entredentes para que apenas ele pudesse ouvir.

— Sorria, Jimin. — A voz dele era baixa, mas havia uma autoridade inegável, fria e calculada.

Jimin sentiu o estômago revirar, e por um breve momento, quis soltar o braço dele e correr para longe. Mas sabia que não poderia. Não havia lugar para onde fugir.

Com o coração pesado, ele forçou um sorriso, um gesto que não alcançava seus olhos. O brilho de suas lágrimas quase marejadas estava ali, ameaçando escapar a qualquer momento, mas ele os manteve firmes. Seus passos continuaram, mais lentos e hesitantes, enquanto a figura do príncipe SiWoo ficava cada vez mais próxima.

Ele estava no altar, aguardando-p com uma expressão serena. SiWoo estava impecável em sua roupa cerimonial, e o olhar que ele lhe lançava era gentil, embora carregasse um peso de compreensão que poucas pessoas ali poderiam perceber. Ele sabia que aquele casamento não era o que Jimin queria, e em seu coração, também havia uma tristeza silenciosa. Mas, assim como Jimin, ele não tinha outra escolha.

Quando chegaram ao fim do corredor, o rei entregou a mão do filho ao príncipe. O sorriso no rosto de seu pai nunca vacilou, mas Jimin podia sentir o orgulho exalar dele. Ele estava satisfeito, completamente confiante de que tudo havia saído conforme seus planos. A união entre ele e Lee seria o laço final para selar o destino do reino.

O príncipe Lee segurou a mão dele com cuidado, seus olhos capturando os de Jimin por um momento. Havia ternura ali, e algo mais. Ele sabia o quanto aquele momento o feria, o quanto ele estava sacrificando. E por mais que quisesse confortá-lo, ele sabia que não havia palavras suficientes para aliviar a dor que Jimin carregava.