Capítulo trinta

37 10 20
                                    

Desfrutem de uma boa leitura!

[🏹]

O rangido da porta do calabouço reverberou pelas paredes úmidas e estreitas do corredor de pedra, ecoando como um aviso sombrio. O cheiro de mofo e ferrugem era sufocante, misturado com o odor acre de sujeira e sangue velho. Jungkook adentrou o corredor com passos cautelosos, impulsionado tanto pela tensão da perseguição quanto pela inquietação do que poderia encontrar. A escuridão parecia mais densa ali, como se o calabouço estivesse guardando segredos há muito enterrados.

As paredes eram estreitas, e o chão de pedra irregular dificultava seus movimentos rápidos. Jungkook sentia a umidade nas mãos enquanto segurava firme sua espada, sua respiração era a única coisa que preenchia o silêncio do lugar. Ele sabia que o rei estava perto. A respiração entrecortada e o som das botas do rei ecoavam mais à frente no túnel.

Ao virar a única esquina do corredor, uma visão inesperada o deteve momentaneamente. Ele viu dois homens acorrentados às paredes. O primeiro alfa, mais próximo, era de um homem de aparência robusta, apesar do rosto magro e do olhar apagado. Suas mãos estavam presas em correntes grossas e enferrujadas, e ele estava sentado no chão, o corpo curvado de cansaço. Suas roupas estavam rasgadas, sujas e cobertas de manchas de sangue seco. Ele ergueu a cabeça lentamente quando percebeu a presença de Jungkook, mas seus olhos pareciam vazios, como se já tivesse perdido a esperança.

Mais adiante, outro alfa estava preso às correntes. Esse era mais velho, com a barba grisalha crescida e a pele marcada pelo tempo e pelo sofrimento. Ele estava em condições ainda piores: seus braços pareciam não ter forças para segurar o peso de seu próprio corpo. Ele estava encolhido no chão de pedra, os olhos fechados, como se aguardasse o momento de sua própria morte. O cheiro ao redor deles era horrível, um misto de carne apodrecida e esgoto. O chão ao redor estava coberto de manchas escuras e úmidas, e havia tigelas de comida intocadas em decomposição ao lado dos prisioneiros.

Jungkook ficou ali por alguns segundos, absorvendo a cena diante dele. Ele sentiu um peso sombrio em seu peito, como se o lugar estivesse encharcado de dor e sofrimento.

O alfa mais próximo abriu a boca, sua voz rouca e fraca escapou como um sussurro:

— Você... não devia estar aqui.

Jungkook se abaixou perto do prisioneiro, ele olhou nos olhos do homem, esperando que ele dissesse algo mais.

— Quem são vocês? — Jungkook perguntou em um tom firme, mas controlado, mesmo sentindo a urgência de continuar sua busca pelo rei.

Antes que eles pudessem responder, o som dos passos de Hyun ecoou pelo fundo do corredor apertado, a visão que se desenrolou à sua frente o paralisou.

Ele apareceu de repente, saindo das sombras como uma figura ameaçadora, trazendo consigo uma corrente pesada em uma das mãos. E, presa a essa corrente, estava Nabi. Ela parecia destruída: um corte profundo no supercílio pingava sangue, seus cabelos estavam sujos e emaranhados, e seu vestido outrora elegante estava rasgado e manchado de sujeira e suor. Hyun, com um sorriso cruel e cínico no rosto, empurrou Nabi com brutalidade, jogando-a no chão de pedra com um baque surdo.

Jungkook sentiu o coração parar por um momento, o corpo congelando com o choque de ver Nabi naquela condição. A ômega que ele conhecia, que fora uma figura de força e graça, estava ali, presa como um animal, o olhar dela embaçado pela dor. O rei puxou a corrente, arrastando Nabi até um gancho preso à parede. Com um movimento brusco, ele prendeu a corrente no gancho, prendendo-a como se fosse uma prisioneira condenada.

— Agora sim! — O rei exclamou, abrindo os braços em um gesto exagerado, como se fosse o anfitrião de uma peça teatral. — Estamos todos reunidos para assistir o seu grande teatro!

Ascensão de um Arqueiro • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora