Capítulo vinte e seis

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Desfrutem de uma boa leitura!

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O silêncio dentro da carruagem era espesso, apenas interrompido pelo som rítmico das rodas de madeira batendo contra o chão irregular da estrada. Ao seu lado, sua mãe Nari, com o semblante tranquilo, observava a estrada à frente. Namjoon, seu irmão, estava ao lado do esposo, que exalava uma beleza serena e misteriosa.

O esposo de Namjoon, Seokjin, era um ômega de presença marcante. Seus cabelos escuros, brilhantes e lisos caiam pelo rosto, contrastando com sua pele pálida e macia. Seus lábios grossos e rubros pareciam sempre prontos para sussurrar algo intrigante, e seus olhos, sombreados por curtos cílios, estavam constantemente observando, atentos a tudo ao seu redor. Ele não falava muito, mas quando o fazia, suas palavras eram sempre certeiras e cuidadosas, como se cada frase fosse calculada.

Na carruagem logo à frente, estavam seus primos, dos quais ele sabia muito pouco. Seu primo, Taehyung, era um alfa imponente, de constituição forte e ombros largos. Ele tinha um olhar afiado, sempre analisando, como se tentasse decifrar segredos ocultos em cada movimento ao seu redor. Taehyung era conhecido por sua habilidade no combate, e seu silêncio muitas vezes dizia mais do que suas palavras.

O irmão de Taehyung, Yoongi, era o oposto de sua beleza brutal. Ele tinha uma graça delicada, seus cabelos escuros sempre cuidadosamente cuidados e sua pele ainda mais pálida do que a de sua mãe, dando-lhe uma aparência quase etérea. Seus lábios finos raramente esboçavam um sorriso, e ele carregava uma expressão de constante melancolia, como se algo sombrio estivesse sempre pairando sobre seus pensamentos.

Jungkook olhou para sua mãe, sua mente girando com as informações recentes que ele havia recebido sobre sua linhagem e sua verdadeira identidade.

— Quem era o falecido rei de Eldoria? — perguntou Jungkook, sua voz baixa, mas curiosa.

Nari virou-se para ele, um leve sorriso melancólico surgindo em seus lábios antes que sua expressão voltasse àquela neutralidade tranquila que sempre carregava. Ela tomou um momento para pensar antes de responder, como se estivesse revisitando memórias distantes.

— O rei de Eldoria era um alfa formidável. — Começou ela. — Sang era seu nome. Ele e seu pai foram grandes amigos. Sang e o irmão dele.  A amizade deles era tão profunda quanto a de irmãos, e, de muitas maneiras, eles eram como irmãos de sangue.

Jungkook inclinou-se um pouco para frente, interessado nas palavras de sua mãe. Nari continuou, sua voz suave, mas cheia de respeito.

— Sang era um rei justo e admirado. Ele liderou Eldoria com sabedoria, mas também com firmeza. Sabia como conquistar o respeito do povo e, ao mesmo tempo, manter a ordem no reino. Seu casamento uniu Eldoria com um reino vizinho.

Nari fez uma pausa, os olhos perdidos em um ponto distante, como se estivesse revisitando algumas lembranças.

— Quando seu pai morreu, Sang prometeu cuidar de vocês, de mim... mas as circunstâncias nos separaram. — Ela olhou diretamente para Jungkook, sua expressão agora mais intensa. — Ele nunca soube que você estava vivo. Nunca soube da verdade.

Um rei justo, um amigo leal de seu pai. Era difícil para ele conciliar tudo isso com a vida simples e desconhecida que havia levado até recentemente.

— E agora, estamos indo para o sepultamento dele. — Murmurou Jungkook, quase como se estivesse falando consigo mesmo.

Namjoon, que permanecera em silêncio até então, colocou a mão no ombro de Jungkook, oferecendo um consolo silencioso quando a carruagem parou na entrada do castelo de Eldoria. O castelo, com suas torres altas e imponentes, parecia envolto em uma aura pesada de luto. Havia uma sensação de solenidade em cada detalhe — desde os estandartes negros pendurados nas muralhas até os poucos guardas parados em suas posições,.

Ascensão de um Arqueiro • JM + JKOnde histórias criam vida. Descubra agora