capítulo 8

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As palavras de Kisa despertaram algo profundamente protetor dentro de Toji

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As palavras de Kisa despertaram algo profundamente protetor dentro de Toji. Seu instinto de homem, seu lado mais primitivo, clamava por fazer qualquer coisa para libertá-la da ameaça que a perseguia.

― Você está tremendo — ele percebeu, notando como ela parecia frágil e vulnerável naquele momento.― Deixe-me te levar para algum lugar seguro — Toji ofereceu rapidamente. Ele precisava tirá-la daquela situação o mais rápido possível. A intensidade de sua intenção estava clara em seus olhos, enquanto ele se movia para ficar ao lado dela, como se para bloquear qualquer linha de visão potencial do espírito com seu corpo.

Kisa hesitou por um momento, mas a sensação de segurança que emanava dele, mesmo em meio à turbulência, fez com que ela hesitasse menos. Ela apenas aceitou, confiando em Toji naquele momento.

E Toji sentiu, um fio fragilizado e trêmulo se estender o ligando a Kisa, era a primeira vez que ele tinha uma visão nítida do Akai Ito. Porém ele estava fraco demais, instável como se a qualquer momento pudesse se romper.

Enquanto Toji sentia a fragilidade do Akai To, seu instinto protetor se acentuou ainda mais. Era uma sensação desconcertante, mas também despertava algo dentro dele que não conseguia explicar.

― Vamos, mantenha-se perto de mim — ele instruiu, sua voz profunda mas gentil enquanto começava a guiá-la na direção de um lugar mais seguro.

Ele precisava cortar aquele espírito amaldiçoado, exorcizar ele de uma vez por todas pois se não o fizesse ele levaria a vida de Kisa.

Cada passo na direção do local seguro era carregado pela determinação de Toji de libertar Kisa da ameaça. Sua mente estava focada em encontrar uma maneira de exorcizar o espírito amaldiçoado, pois ele não aceitaria nenhum dano a ela.

― Estou levando você para a mansão do meu clã — Toji sussurrou, mantendo-se atento à presença do espírito enquanto avançavam.

—....Senhor Toji...— ela sussurrou baixinho — acho que.. vou desmaiar

Toji ouviu as palavras de Kisa e rapidamente agiu instintivamente. Sem hesitação, ele a tomou em seus braços, carregando-a contra o peito enquanto continuavam em direção à mansão.

― Agüente firme — ele murmurou, enquanto a carregava, tentando esconder a surpresa no fundo de seu coração.

Em segundos, Kisa se entregou a inconsciência sua cabeça apoiada contra o peito dele, os cabelos loiros agitando-se a cada movimento. Enquanto a presença do Espírito amaldiçoado se tornava mais forte o que para ela seria fatal se Toji não agisse naquele momento.

Então sem esperar mais, ele puxou sua arma amaldiçoada e disparou de forma certeira contra o espírito amaldiçoado fazendo a criatura finalmente se revelar. Uma presença humanoide, como um homem alto que fedia a álcool.

"Filha...maldita" a criatura proferiu olhando para Kisa "filha bastarda"

As palavras do espírito amaldiçoado provocaram um ódio selvagem em Toji. Sua expressão adquiriu um olhar homicida enquanto observava a criatura. A menção da palavra "filha" chamou a sua atenção, despertando memórias profundas dentro dele.

― Quem é você? — ele perguntou, sua voz profunda e repleta de um tom ameaçador, enquanto colocava Kisa com cuidado na grama.

"Sou o pai, dessa maldita" ele proferiu de forma sombria "vou levar ela comigo...filha maldita...filha bastarda"

A confirmação de que o espírito era o pai de Kisa acendeu um sentimento possessivo dentro de Toji. Ele não permitiria que o espírito tocassem em ela, mesmo que tivesse que enfrentá-lo.

― Você está errado — Toji disse, sua voz carregada de determinação. ― Ela não é sua fil-

Ele parou abruptamente, interrompendo suas palavras. "Filha bastarda..." Aquela palavra despertou algo em suas memórias.

Toji ficou imóvel por apenas um instante, enquanto as palavras do espírito ecoavam na mente dele. As peças do quebra-cabeça começaram a se encaixar, e ele teve a sensação de um momento de revelação que o perturbou profundamente.

Ele olhou para Kisa caído na grama a alguns metros de distância, o peito levantando-se suavemente enquanto ela respirava, ainda inconsciente. Seu rosto bonito estava marcado por uma expressão levemente angustiada.

Ele então voltou seu olhar para o espírito amaldiçoado.

― Você acha que pode levá-la? — Toji perguntou, suas palavras ácidas saindo em um tom desdenhoso.

Ele não parecia nem um pouco preocupado com a presença do espírito. Ao contrário, sua posição era quase desafiadora, enquanto ele desembainhava sua arma amaldiçoada novamente.

Toji não tinha paciência para lidar com um espírito amaldiçoado com uma aura de obsessor. Sendo assim ele atirou três vezes, criando um um triângulo de exorcismo subjugando a criatura humanoide que gritava e protestava mas era impossível resistir

O corpo do espírito amaldiçoado convulsionava e estremecida enquanto a técnica de exorcismo o subjugava. Os gritos de desespero da criatura eram altos e atormentadores, como se ele estivesse tentando desesperadamente se libertar da terrível situação.

Toji observava todo o processo com uma expressão endurecida de determinação. Sua atenção agora estava voltada para Kisa, que continuava inconsciente na grama.

Em segundos o espírito foi exorcizado, e pouco a pouco a cor parecia retornar ao rosto de Kisa, apagando as olheiras profundas, trazendo uma chama doce de vida sobre ela. Mesmo que ainda continuasse inconsciente.

Toji a pegou em seus braços com extremo cuidado, ela era delicada e pequena em comparação ao tamanho dele que além de ser rústico era bruto.

"Uma fera selvagem" a voz de megumi retornou sua mente.

Enquanto Toji carregava Kisa em seus braços, ele conseguia perceber como ela era delicada e pequena ao se comparada ao seu tamanho. O pensamento de Megumi ecoou em sua mente, e ele se sentiu um pouco incomodado.

― Cala a boca, Megumi — ele murmurou para si mesmo, tentando afastar a voz do garoto de seus pensamentos.

Enquanto ele continuava seu caminho em direção a mansão, Toji notou que Kisa ainda não dava sinal de consciência. A ideia de ela estar desacordada o incomodava profundamente. Enquanto a carregava, ele podia sentir o pulso frágil e o peito dela se levantar a cada inspiração suave e lenta.

Por fim, depois de alguns minutos de caminhada constante, eles chegaram à mansão. A residência imponente e sombria se elevava majestosamente, seus arredores cercados por altas paredes.

Toji avançou até a entrada da mansão, onde um servo abriu a porta, mostrando sua surpresa diante da menina desacordada em seus braços.

Perene - Toji Fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora