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Houve um longo momento de silêncio entre eles, cada um absorto em seus próprios pensamentos. Toji parecia profundamente perturbado, enquanto ainda olhava para a frente, as mãos cerrada em punhos crispos, a frustração e o ciúme aparentemente tomando conta de sua mente. Enquanto isso, Kisa observava-o atentamente, aparentemente confusa com a reação dele.
—...Olha, se eu fiz algo errado, peço desculpas — ela sussurrou humildemente, curvando a cabeça para baixo, olhando suas mãos
O pedido de desculpas de Kisa atingiu Toji como um golpe, fazendo-o perceber a intensidade de suas ações. Ele desviou o olhar, não conseguindo encarar os olhos dela por um momento. A frustração e o ciúme ainda ecoavam dentro dele, porém a humildade na voz dela o fez refletir sobre suas próprias ações.
― Não é você quem deve se desculpar. — ele murmurou, a voz suave e carregada de tensão. — Eu fui impulsivo, agi sem pensar.
Houve mais um momento de silêncio enquanto Toji lutava com seus próprios pensamentos. O ciúme e a frustração ainda fervilhavam dentro dele, mas agora, havia também uma ponta de remorso por ter agido de forma tão impulsiva e possessiva.
― Eu não deveria me meter em sua vida daquela forma. — ele finalmente quebrou o silêncio, sua voz suave e suave. — Foi errado de minha parte agir como um... como se eu tivesse algum direito de decidir quem você se relaciona ou não.
Toji desviou o olhar novamente, não conseguindo olhar diretamente para ela. As palavras se formavam em sua mente, mas pareciam pesadas em sua língua. A realidade de sua situação o atingiu como uma onda fria: ele era apenas o pai do amigo dela, nada mais que isso.
― Eu não sou ninguém para dizer com quem você deve ou não se aproximar. — ele murmurou, a frustração se misturando com uma pitada de resignação. — Eu só queria que você ficasse longe... de garotos como Yuji.
— Está tudo bem...— Kisa sorriu — Toji! — os olhos castanhos-esverdeados cintilaram olhando para ele , sobre a penumbra da noite refletindo seu olhar
O olhar de Kisa, mesmo na penumbra da noite, cintilou em direção a Toji, atingindo-o diretamente em seu coração. Os olhos castanhos-esverdeados dela pareciam penetrar em sua alma, fazendo com que o ar escapasse de seus pulmões por um momento.
Ele permaneceu calado por um momento, completamente tomado pelo olhar dela. Havia algo naquela expressão que o deixava preso, como se todas as palavras que ele tivesse esquecido repentinamente voltassem à superfície.
― Kisa... — Toji murmurou, a voz suave e trêmula enquanto ele a encarava de volta. Havia algo no olhar dela que o fazia perder a razão, como se cada palavra e emoção que ele queria expressar se prendessem na garganta.
Ele não tinha controle sobre si mesmo naquele momento, suas ações pareciam controladas por algo mais poderoso do que sua própria vontade. Toji não conseguia desviar o olhar, como se estivesse completamente encantado por ela.
Ela era sua pequena cristal, algo delicado único e precioso. A forma como ela o olhava, a forma como sorria — Destino — sua Akai Itō, era Kisa.
As lembranças de seu passado percorriam sua mente, enquanto Toji olhava profundamente para Kisa. Era como se todos os momentos, as batalhas, as perdas e a solidão tivessem sido esquecidos, substituidos apenas por aquele momento.
Kisa era sua redenção, seu motivo de viver. Ela era a única capaz de preencher o vazio que existia dentro dele, a única capaz de lhe dar um propósito.
― Você é preciosa para mim, Kisa. — ele murmurou, a voz suave, porém carregada de intensidade.
Toji não conseguia encontrar as palavras certas para expressar o que sentia. Era como se sua mente estivesse uma bagunça de emoções, pensamentos e desejos. Tudo o que ele podia fazer era olhá-la, como se tentasse gravar cada detalhe dela na memória – como se tentasse memorizar cada curva, cada traço de seu rosto, cada nota de sua risada.
Houve mais um momento de silêncio, enquanto Toji se perdia nos olhos dela. A tensão no ar era palpável, como se cada segundo prolongado daquele olhar aumentasse ainda mais a intensidade do momento.
Ele deslizou a mão para alcançar o queixo dela, levantando levemente seu rosto enquanto a encarava. O gesto era possessivo, porém gentil, e parecia revelar todo o ciúme e desejo reprimidos de Toji.
― Por que você tem que ser tão preciosa? — ele murmurou, a voz suave e rouca, enquanto continuava a olhar profundamente para ela. ― Por que você tem que ser uma tentação tão irresistível?
— Perdão? — Kisa ronronou, com um misto de confusão e intriga em seu olhar
Toji percebeu o que tinha dito, e rapidamente se conteve, como se tentando conter as palavras que haviam escapado sem permissão. Os olhos dele estavam ainda mais sombrios enquanto ele a encarava, a voz tornando-se rouca e trêmula novamente.
― Nada, desculpa. — ele murmurou entre dentes, desviando o olhar por um momento. — Só ignore o que eu disse.
Kisa arrepiou-se com o timbre rouco da voz de Toji, uma sensação eletrizante a qual ela não conseguia conter a sensação que seu próprio corpo deu. Sendo assim, Kisa soltou um suspiro longo e trêmulo
Toji lutava para manter o controle enquanto seu olhar percorria o corpo dela, notando cada detalhe. A forma como seu corpo se contorceu com aquele suspiro, a forma como seu peito se ergueu rapidamente com a respiração acelerada. Era como se cada movimento dela acendesse um fogo em sua própria carne.
