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A atmosfera estava carregada de uma eletricidade que torrava o ar ao redor de Kisa e Toji. As semanas de ansiedade e anseio culminaram em um encontro explosivo, onde o tempo parecia suspenso enquanto se entregavam um ao outro em um momento íntimo e apaixonado. Ela estava envolta nos braços dele, a suavidade de sua pele contrastando com a dureza de seu mundo. A ligação entre eles era visceral, e cada toque, cada sussurro trocado lhe aquecia a alma.
O quarto, mergulhado em uma luz suave que entrava por entre as cortinas, parecia encapsular suas emoções. O cheiro de Kisa, um perfume delicado e natural, enchia os sentidos de Toji, fazendo-o esquecer por um instante sua vida como caçador de recompensas. Ele a observou com a intensidade de alguém que sabia que estava prestes a se despedir de um sonho; a beleza dela, seu sorriso, a forma como seus olhos brilhavam de felicidade e paixão, tornavam tudo mais difícil.
Conectados, os dois se entregaram completamente àquele momento. Toji, confiando o seu lado mais vulnerável a Kisa, a surpreendeu com a profundidade de seus sentimentos. Era um amor que tinha crescido em meio a um mar de complicações e desafios, e ela era a âncora que o mantinha firme em meio à tempestade.
Mas como - em sua própria vida marcada por sombras – ele bem sabia, essas experiências frequentemente eram efêmeras. Assim que o sol começou a se pôr, lançando sombras longas pela sala, a realidade começou a se infiltrar entre eles. Toji sabia que suas obrigações o chamavam novamente. O trabalho que aceitara estava em seus pensamentos, a missão que deveria cumprir exigia sua atenção, seu foco.
E assim, em um momento de ternura e tristeza, ele acariciou o rosto de Kisa, suas mãos grandes e ásperas contrastando com a delicadeza dela. Um sorriso triste apareceu em seus lábios enquanto ele sussurrava palavras que pareciam pesar em seu coração, — Eu preciso ir — A certeza na sua voz soava como uma sentença, mesmo que fosse uma verdade que ele desejava mudar.
Kisa ficou em silêncio por alguns longos segundos. Seus olhos castanhos-esverdeados o olhavam de cima a baixo, como se tivesse pensando em algo.
— Você, não é uma pessoa normal né? — ela sussurrou baixinho — pelo menos não como eu...
A pergunta dela ecoou no quarto, quebrando a leve névoa de paixão que envolvia os dois. Toji permaneceu em silêncio por um momento, seu olhar fixo nos olhos dela enquanto as palavras dela pairavam no ar.
― Não — ele respondeu finalmente, a voz profunda e calma. — Eu não sou uma pessoa normal. As coisas que eu faço... as coisas que eu já fiz... Me colocam bem longe da definição de 'normal'.
— O que você faz? — ela tornou a sussurrar baixinho, e Toji se viu se preparando para falar sobre o mundo Jujutsu
Toji permaneceu em silêncio por um momento antes de responder, como se avaliasse as palavras que iria dizer.
― Eu pertenço a um mundo diferente, doce menina. Um mundo onde pessoas com habilidades especiais existem, habilidades chamadas de Técnicas Amaldiçoadas.
Ele observou o rosto dela, tentando avaliar a reação dela a essa revelação.
― Ninguém do mundo convencional – dos 'normais' – sabe da nossa existência. Nós operamos na sombra, em segredo, e geralmente somos chamados quando as coisas ficam fora de controle. — Toji explicou, ainda observando-a com cuidado. ― Meu trabalho é lidar com coisas que a maioria das pessoas só conseguem imaginar em seus pesadelos.
Kisa levou alguns segundos parar tentar entender ao que ele se referia. Até soltar uma fraca risada baixa, colocando uma das mechas atrás da orelha
— Isso é loucura — ela sussurrou, e rapidamente pegou suas coisas, levantando-se de onde estava, mesmo tentando manter a impressão, Kisa estava assustada.
Toji observou ela se levantar, notando o claro sinal de medo em sua expressão. Ele não podia culpá-la, afinal, o mundo dos assassinos e das técnicas amaldiçoadas era algo totalmente fora da compreensão dela.
Ele também se levantou, mas não se aproximou dela imediatamente.
― Eu sei que parece loucura. — ele disse com calma, as palavras dele tentando acalmar a situação. — A maioria das pessoas não acreditariam nisso. Mas é a verdade...― É real. — ele continuou, a voz ainda em um tom razoável. ― Eu sou um assassino, Kisa. É essa a minha profissão. Eu mato pessoas por dinheiro, usando as habilidades que eu tenho que poucos possuem.
Kisa assustou-se ainda mais, diante da revelação de Toji — Um...assassino? — ela sussurrou — Santo Deus estou condenada, eu me entreguei e me apaixonei por um assassino.
A garota paralisou com a voz trêmula, não apenas a voz como todo o seu corpo parecia tremer e entrar em alerta
Toji permaneceu calmo enquanto observava a reação dela, embora pudesse perceber o medo e a surpresa em sua voz e no seu corpo.
― Sim, eu sou um assassino. — ele confirmou novamente, as palavras saindo de seus lábios com firmeza. ― Mas eu não vou te machucar. Você está segura comigo, doce menina.
— Tudo o que eu menos estou nesse momento é segura — ela balbuciou o olhando com olhos temerosos — Um assassino....— ela sussurrou com os olhos lacrimejarando, totalmente assustada como um animal coagido.
Toji podia sentir o medo emanando dela como um manto palpável. As palavras dela e a expressão nos olhos dela eram um lembrete do abismo que existia entre os dois. Um abismo que ele mesmo sabia que nunca poderia ser totalmente cruzado.
― Eu sei que está assustada. E eu sinto muito por isso. — ele respondeu, sua voz assumindo um tom mais baixinho e gentil. — Mas você precisa saber que eu nunca, nunca, te machucaria.Eu não sou um maluco que sai por aí matando aleatoriamente — ele continuou, enquanto dava um passo em direção a ela, tentando se aproximar. ― Eu tenho um código, princípios que me guiam. Eu só ataco os inimigos que preciso atacar... — Toji parou a poucos passos dela, mas não se aproximou mais. Ele podia ver o terror nos olhos dela e não queria piorar a situação.
Kisa recuou de forma instintiva, uma reação totalmente automática como se estivesse tentando se proteger.
