capítulo 19

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Assim que Toji retornou ao quarto, ele abriu a porta cuidadosamente para não acordar Kisa

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Assim que Toji retornou ao quarto, ele abriu a porta cuidadosamente para não acordar Kisa. Ao entrar percebeu que ela continuava profundamente adormecida, seus cabelos espalhados pelo travesseiro enquanto seu corpo continuava relaxado.

Ele se aproximou da cama, observando-a por alguns momentos enquanto sentia a calma na cena. Por um instante, tudo parecia pacífico, embora ele soubesse que o amanhecer traria desafios novos.

Com cuidado, ele se deitou ao lado dela, cobrindo-os com um lençol. Toji se acomodou próximo a ela, abraçando-a em seus braços enquanto fechava os olhos.

― Durma bem, doce menina — ele sussurrou em um murmúrio baixo enquanto afundava o rosto em seu cabelo docemente. — Estarei de volta o mais rápido possível.

—....toji — ela resmungou baixinho em um tom sonolento, Kisa estava totalmente adormecida e mesmo em sonhos ela chamava por ele

A voz sonolenta dela alcançou os ouvidos dele mesmo enquanto ela estava profundamente adormecida. Ele sentiu uma pontada de ternura enquanto ela murmurava seu nome, como se mesmo em seus sonhos ela estivesse procurando por sua presença.

― Shh... — ele murmurou suavemente enquanto acariciava seu cabelo, tentando acalmá-la. — Estou aqui, doce menina.

Toji permaneceu abraçando-a, enquanto sentia o calor do corpo dela através do lençol. Havia algo reconfortante em ouvir seu nome ser sussurrado por seus lábios, enquanto ela dormia profundamente em seus braços.

― Estou aqui — ele repetiu novamente com voz suave enquanto fechava os olhos, acalmando-a com a maciez de sua voz. — Durma bem, meu anjo.

Toji de forma instintiva desceu sua mão para o ventre dela, sem se dar conta até o momento do que havia feito. Uma reação primitiva de seu instinto como homem

Toji não havia percebido o gesto instintivo que havia feito, abaixando sua mão para o ventre de Kisa enquanto a abraçava com ternura. Nesse momento, ele se deu conta do que estava fazendo e sentiu um estranho sentimento dentro de si.

Era uma reação primitiva, antiga e poderosa, algo que vinha da profunda intimidade compartilhada entre eles. Era como se seu corpo estivesse falando mais alto que sua mente, como uma necessidade de proteger.

Enquanto seu braço continuava apoiado em seu ventre, ele sentiu a textura macia de sua pele através do tecido do lençol. A vulnerabilidade dela enquanto dormia era quase hipnotizante, fazendo com que ele desejasse poder guardar e proteger ela de todas as formas possíveis.

― Minha — ele murmurou baixinho enquanto acariciava suavemente seu ventre com a ponta dos dedos. — Minha anjinha, minha perdição...

Toji permaneceu abraçado a ela por um longo tempo, com sua mão apoiada na superfície suave de seu ventre. Era quase como se a necessidade de protege-la fosse mais forte do que ele mesmo, uma corrente poderosa que fluía dentro de suas veias.

― Você pertence a mim, não pertence a mais ninguém — ele sussurrou novamente, enquanto sentia a profunda intimidade que compartilhava com ela. — Minha linda menina, minha preciosa Kisa.

(…)

As semanas se transformaram em meses, e a ausência de Toji se tornou uma sombra constante na vida de Kisa. Para lidar com a saudade e a incerteza, ela decidiu se afundar nos estudos da universidade. As longas horas na biblioteca e as aulas desafiadoras tornaram-se seu refúgio. Com a mente ocupada, Kisa mergulhou nas páginas de livros, absorvendo conhecimento sobre feitiçaria, alquimia e a história do mundo mágico que a cercava. Cada capítulo que lia a fazia sentir que estava se preparando para algo maior, algo que poderia eventualmente reuni-la com Toji.

Entre as aulas e as tremendas pilhas de trabalho, Kisa também se permitiu momentos de diversão com os amigos. As saídas para cafés escondidos, festas universitárias e longas e descontraídas conversas sobre o futuro ajudavam a aliviar a dor da separação. Era um equilíbrio delicado entre a euforia da juventude e a saudade que a consumia. Em uma dessas noites, ela e Megumi, que se tornara uma amiga ainda mais próxima, decidiram passar um tempo na mansão dos Zen’in, onde Kisa se estabelecera.

A mansão, grande e imponente, tinha tanta história e tradições entrelaçadas que Kisa se sentia um pouco como se estivesse vivendo em um livro de fantasia. A imensidão dos corredores e os detalhes antigos se tornavam o cenário perfeito para suas escapadas e brincadeiras. Era um novo lar, e embora soubesse que não substituía o que tinha com Toji, oferecia um senso de segurança e pertencimento que Kisa começava a valorizar.

Megumi, por sua vez, estava empolgado com a nova dinâmica das coisas. Para ele, a ideia de Kisa estar se envolvendo com Toji — seu pai — era algo que ele não apenas aceitava, mas até celebrava. Ele sempre admirou a força e a dedicação de Toji. Era como se ele pudesse ver em Kisa a possibilidade de algo que transcendia as barreiras familiares. — Você e meu pai? Isso é incrível! — ele exclamou com uma empolgação quase contagiante. : Vocês são um par perfeito. Ele precisa de alguém assim, e você necessita de alguém forte ao seu lado.

Kisa ficou um tanto surpresa com a reação de Megumi, mas o alívio rapidamente tomou conta dela. Saber que ele não apenas a apoiava, mas estava genuinamente feliz por ela, ajudou imensamente a amenizar a dor da saudade. As risadas e brincadeiras se tornaram mais freqüentes enquanto, juntas, elas corriam pelos corredores da mansão. O eco de suas risadas se misturava ao som dos passos dos antigos membros da família Zen’in, criando uma harmonia entre o passado e o presente.

As correrias pela mansão tornaram-se um ritual. Megumi a puxava para brincar de esconde-esconde entre os móveis antigos e os corredores labirínticos, onde eles frequentemente se escondiam atrás de cortinas pesadas ou em cômodos esquecidos. Sua amizade se aprofundava, e em cada dia que passava, Kisa sentia-se mais viva. A casa, antes cheia de segredos, agora pulsava com energia jovem.

Nos momentos de descanso, enquanto se recuperavam das brincadeiras, Kisa e Megumi sentavam-se no terraço da mansão, bebendo chá e falando sobre sonhos e planos. — O que você acha que Toji está fazendo agora?—  Kisa perguntava, tentando esconder a vulnerabilidade em sua voz. Megumi dava de ombros, mas com um sorriso travesso, dizia: — Provavelmente matando demônios ou algo épico. Isso faz parte do pacote dele, não é? Mas quando ele voltar, você tem que lembrar que é a sua vida também.

Kisa assentia, um pouco preocupada, mas decidida a manter a esperança. — Eu sei. Eu só… espero que ele volte logo. Que tudo isso faça sentido.—  O raio de sol que batia em seu rosto parecia prometer um futuro mais brilhante, e embora a dor da separação fosse real, havia uma nova energia pulsando em sua vida.

Os meses começaram a se arrastar, mas no coração de Kisa, um novo tipo de força se formou. Com cada novo amanhecer e cada mensagem que ela enviava para Toji, ela se lembrava de que, apesar de tudo, havia algo forte que os unia. Entre aulas, estudos, novas amizades e os laços que se formavam cada vez mais com Megumi, Kisa descobriu que, mesmo na ausência, ainda era capaz de construir uma vida rica em experiências e alegrias.

A conexão com Megumi e as novas responsabilidades que assumiu na mansão Zen’in começaram a moldá-la como uma jovem mulher. A sua vida estava em movimento, e ela não era mais a mesma jovem insegura, mas uma força a ser reconhecida. Assim que os dias passavam, Kisa se preparava para o retorno de Toji, convencida de que o amor e a promessa que compartilhavam resistiriam ao teste do tempo e da separação.

Perene - Toji Fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora