capítulo 21

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Toji assentiu, seu coração rapidamente disparou

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Toji assentiu, seu coração rapidamente disparou. Ele se despediu dos anciãos e dos empregados, agradecendo a acolhida calorosa e a preocupação demonstrada. Com passos firmes, ele subiu as escadas, cada passo ecoando nostalgicamente nas paredes de madeira da mansão que conhecia tão bem. Os  velhas quadros se estendiam pelos corredores, como se fossem guardiões das memórias acumuladas ao longo do tempo.

Quando chegou à porta do quarto de Kisa, Toji parou por um momento, lançando um olhar para o interior sem entrar. O ambiente estava silencioso, mas ele podia sentir uma aura de tranquilidade e amor que emana de dentro. A hesitação imediatamente desapareceu quando ele decidiu que era hora de enfrentar o que havia mudado.

Megumi o olhou mais uma vez fazendo um gesto de silêncio, quando lentamente abriu a porta do quarto. O ambiente estava iluminado apenas com uma luz baixa e fraca, o cheiro adocicado de uma fragrância suave e delicada, junto com uns murmúrios infantis. — Kisa estava totalmente adormecida na cama, seus cabelos olhos esparramados ainda mais vibrantes e vivos, Ao lado da cama havia um berço branco, ordenado com uma decoração rosa delicada. Porém um par de olhos sonolentos com pequenos grunhidos de bebê movia seu pequeno corpo de um bebê que possuía um mês de vida.

Toji ficou completamente perplexo diante da cena diante de si. Os murmúrios do bebê eram como um zumbido suave em seus ouvidos, enquanto seu olhar se fixava em Kisa profundamente adormecida na cama ao lado do berço. Suas expressões ficaram ainda mais surpresas quando viu o pequeno bebê que dormia no berço, mexendo-se inocentemente.

― Kisa... — ele sussurrou, sua voz quase presa em sua garganta enquanto contemplava a mulher que amava e a pequena vida que ela havia criado.

— Va conhecer sua filha — Megumi sussurrou — ela acabou de fazer um mês de vida.

As palavras de Megumi alcançaram os ouvidos de Toji como se estivessem abalando algo profundamente enterrado dentro dele. Uma filha, ele tinha uma filha. A ideia foi lenta e gradual em atingir sua mente, mas uma vez que a realidade se instalou, ele sentiu uma intensidade que não experimentava há muito tempo.

Ele entrou no quarto, cada passo parecendo pesado e carregado de significado. Seus olhos fixaram-se no pequenino bebê que repousava no berço.

Toji aproximou-se do berço com passos cuidadosos, olhando pela primeira vez para a face do bebê que tinha o sangue dele. As pálpebras fechadas e os pequenos lábios franzidos eram tão delicados que se percebia a fragilidade de um recém-nascido. Ele estendeu um dedo hesitante até tocar a mãozinha do bebê, sentindo a finíssima textura de sua pele.

Uma onda de emoção inundou seu ser, enquanto ele sentia o pequeno corpo do bebê reagir de maneira instintiva ao seu toque. Era como se houvesse algo primordial e animal conectando-os, um laço que vinha da corrente sanguínea que eles compartilhavam. Ao mesmo tempo, ele ainda observava a mãe da criança, que dormia profundamente na cama ao lado. Kisa se encontrava completamente vulnerável em seu sono, envolta em uma aura suave e angelical.

Toji sentou-se na beira da cama, enquanto não tirava os olhos da cena diante dele. O bebê havia finalmente se acalmado, agora em um estado de sono tranquilo no berço. Porém, era difícil tirar os olhos de Kisa, cujo rosto estava ainda mais lindo em seu repouso. Toji estendeu a mão e acariciou com cuidado uma mecha de seu cabelo.

— Foi uma gravidez silenciosa — Megumi murmurou — a gente só descobriu quando ela entrou em trabalho de parto, mês passado. Ela ainda está se adaptando a tudo isso, mas todos na mansão estão cuidando das duas, as empregadas femininas acompanham kisa em tudo, e eu também ajudo, ficando com a Yumy pra ela poder descansar.

As palavras de Megumi reforçaram a sensação de tempo perdido que Toji sentia por não ter estado presente nesses últimos meses. Ele assentiu com a cabeça, entendendo a situação.

― Ela foi atendida por algum médico? — ele perguntou ao filho, enquanto ainda acariciava o cabelo de Kisa, suavemente.

— O médico da mansão, está cuidando dela, mas por um pedido da Kisa, chamamos uma médica mulher pra ficar aqui, ela não se sentia confortável com um médico homem.

Toji podia entender o desconforto de Kisa com um médico do sexo masculino, especialmente em um momento tão delicado. Ele permaneceu sentado na beira da cama, observando o bebê no berço e a mulher que amava profundamente.

― E a saúde dela? — ele perguntou com genuína preocupação na voz.

— As duas são saudáveis, Estamos cuidado de tudo, tanto com a bebê quanto com a Kisa. — Megumi sorriu

Toji sentiu um suspiro de alívio percorrer seu corpo, assim que Megumi informou que tanto a bebê quanto Kisa estavam saudáveis. Era uma notícia reconfortante, mas também trazia consigo uma intensidade de responsabilidade e desejo de cuidar delas.

Ele assentiu com a cabeça, agradecendo ao filho pelo trabalho que estava fazendo em relação à família.

― Obrigado, Megumi — ele disse, com uma expressão mais leve. — E sobre você? Como tem sido cuidar de tudo?

— Minha irmãzinha, é uma doçura — Megumi sorriu, olhando para o berço — muito tranquila, graças a Deus que ela puxou a Kisa.

Toji sorriu com os olhos, percebendo a forma carinhosa que Megumi estava se referindo à bebê. Ele podia sentir o amor que o filho tinha desenvolvido pela irmãzinha desde o começo.

― Sim, parece que ela puxou mesmo a Kisa — ele concordou, enquanto olhava para o bebê adormecido no berço. — E você, já se acostumou à ideia de ter uma irmãzinha?

— É agradável...— Megumi sussurrou e então olhou para o pai — saber que eu não estou sozinho.

As palavras de Megumi atingiram Toji com uma força inesperada, fazendo-o perceber como o tempo tinha passado rapidamente e como seu filho não era mais uma criança indefesa. Ele pôs a mão no ombro de Megumi e o olhou com ternura.

― Você nunca esteve sozinho, filho — ele disse com firmeza. — Mesmo quando eu não estava por perto, você sempre foi forte e capaz. E agora, você tem uma família maior para te apoiar.

Toji virou-se novamente na direção de Kisa. Observar a mãe de sua filha naquela situação vulnerável e frágil o fazia querer proteger as duas com cada fibra de seu ser. Ele então se levantou da beira da cama e se virou para Megumi.

― Você pode me fazer mais um favor? — ele perguntou, com um olhar carregado de seriedade.

—....Mmm — Kisa resmungou baixinho, abrindo lentamente seus olhos castanhos-esverdeados

Perene - Toji Fushiguro Onde histórias criam vida. Descubra agora