Capítulo 17: JIN

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— Bom dia! — ela diz se acomodando em meu peito. — Sei que você está acordado, te peguei no flagra! Tá apaixonado? Porque homens apaixonados têm esse olhar!

— E se eu estiver? — respondo, ainda com os olhos fechados.

Estive pensando por um tempo, e sei que eu disse que não me apaixonaria, mas... a verdade é que, desde que nos encontramos eu passo o dia pensando nela. Gosto da sua companhia e seria bom ter ela ao meu lado, não como uma "colega de quarto" com quem eu faço sexo casual. Eu acho que eu realmente estou...

A campainha toca, e ela se levanta rapidamente sem nem me responder. Ouço uma voz familiar vindo da sala, e vou correndo confirmar se é quem estou pensando.

— Pai. — digo, tentando decifrar sua expressão.

— Parece que tem visitas, eu volto mais tarde. — ele lança um olhar pra Sn que parece extremamente desconfortável.

— Ah, é que ela mora aqui agora.

Ele me encara surpreso, talvez não imaginasse que isso aconteceria tão cedo.

— Sério mesmo?

Balanço a cabeça como quem diz "com certeza!" e Sn segue o exemplo.

— E quando você pensou em contar pra mim e pra sua mãe?

— Eu... em breve.

É, eu realmente deixei passar a notícia de que agora eles tem um neto.

— Ah, seu... — ele finge que vai me arremessar um sapato, mas eu me defendo usando a Sn como meu escudo pessoal. — Onde ficaram meus modos, hein?! Senhorita?...

— Sou a Sn, muito prazer, Senhor Kim! — ela responde com um sorriso tímido.

— O prazer é todo meu! Pode me chamar de sogro! Mesmo não tendo sido convidado para o casório do meu próprio filho, estou feliz que ele pense em alguém além do trabalho.

— Ah, é que não somos...— ela tenta falar mas ele a interrompe.

— Vocês deviam nos visitar! Sua mãe vai ficar nas nuvens, Jin! Finalmente, as orações dela pra te desencalhar funcionaram!

Sn cutuca meu braço e murmura para eu fazer alguma coisa.

— Não somos casados. — falo.

Um silêncio constrangedor se instaura entre nós. Olho para Sn com um misto de surpresa e desculpas nos olhos, enquanto meu pai tenta processar a informação. E fico torcendo para que a situação não fique ainda mais embaraçosa.

— Mamãe! — Yejun, sonolento, se arrasta até Sn.

— Mamãe? — meu pai pergunta, fazendo uma expressão que mistura surpresa e curiosidade, enquanto Sn dá um sorrisinho nervoso.

— Papai, podemos brincar agora? — Jun implora me olhando.

— PAPAI? — meu pai fica com a cara de quem viu um fantasma!

— É acho que esqueci de te contar isso. Parabéns você é avô. Surpresa!

Ele se senta lentamente no sofá, o que deu um pouco de medo, fico pensando que a notícia podia ser tão impactante que o pobre velho desmaiasse e virasse um novo tapete!

— O senhor está bem? — Sn pergunta preocupada.

— Eu sou...— ele suspira fundo.— Eu sou...avô?

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