Capítulo 15: JIN

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Meu queixo trava, meu corpo fica tenso e eu tento me controlar o máximo que posso. Mas ela me surpreende colando mais ainda meu corpo no dela.

AAAH, essa mulher ainda vai acabar comigo.
Ansiei por ela todos esses anos, sempre que pensava em "uma memória inesquecível" pensava: É...uma noite que nunca mais vou esquecer. Então por agora, o arrepio que irradia por mim é absolutamente meu corpo reconhecendo seu toque e dizendo "que saudades que eu estava".

Exploro cada pedaço dela, e implorando mentalmente pra que dessa vez, ela não fuja de mim. Ela se esfrega  e eu fico sem ar, completamente viciado no seu toque. Sua expressão grita que ela também sentiu minha falta e isso...

Ah
Ahh, isso foi demais.

Que bom que as paredes são a prova de som, e que bom que a cama é firme o bastante, caso contrario seria possível ouvir os ruídos da cama balançando rolarem pelo quarto.

Sn e eu, estamos ofegantes, em puro êxtase, suados e exaustos. Não é que eu queira me gabar, mas o desempenho foi sensacional.

— Isso foi... — ela diz buscando as palavras.

— Incrível? Maravilhoso? — mando algumas opções.

— Foi bom.

— Bom? Só, bom? — falo indignado.

— Estou brincando. — ela ri. — Foi incrível.

— Claro, eu estou envolvido.

— Aah, retiro o que eu disse. Você se acha demais, sabia?

— Já te disse, eu não me acho, eu sou.

— Não estraga o clima, por favor.

A puxo para mais perto e a beijo, não um beijo desesperado, apenas calmo e aproveitando cada segundo ao seu lado.

— Hm, isso é bom. — digo e ela sorri.

— É, muito bom.

Ficamos ali, perdidos no momento, enquanto o mundo ao nosso redor parecia desaparecer. O tempo parecia ter parado, e a única coisa que importava era a companhia um do outro. Não teve implicâncias, apenas nós dois esquecendo todo o resto só pra viver o presente.

— Vamos fazer isso mais vezes? — ela pergunta.

— Garota, você é muito ousada. Não diga isso se não for cumprir depois.

— Por quê? Você não quer? Achei que tinha gostado.

— Posso te convencer de que adorei começando tudo de novo agora mesmo! — digo, enquanto minha mão faz uma descida triunfal até sua perna.

— Tentador, mas não tenho forças. Um tal príncipe me fez ler centenas de arquivos, e resumir todos, isso me deixou exausta.

— Oh, vou avisar o príncipe pra cuidar melhor de você! Ouvi dizer que ele está arrependido de ter discutido com você mais cedo.

— É mesmo? Diz pra ele que, já que ele se esforçou tanto nas desculpas, eu vou perdoá-lo. E que vou recompensá-lo pelos meus erros também!

— Eu vou adorar. — nós rimos.— Parece que nós dois fomos perdoados então. — falo e ela se ajeita com a cabeça no meu peito.

— Sim, parece que sim.— ela diz antes de fechar os olhos.


Manhã seguinte.

— Sn, eu sonhei ou nós...

Olho para o lado mas não a encontro.

— Ela fugiu de novo? Ah, que cretina do caramba...

— Bom dia. — ela surge e entra escovando os dentes.

Sorrio.

—Bom dia, você está linda. — falo e ela olha pra baixo.

— Sério? Acabei de sair do banho, tô com sua camiseta, meu cabelo tá parecendo um ninho de passarinho e minha cara tá toda inchada, e você ainda me acha linda?

— Você fica linda de qualquer jeito!

— Hm, é verdade, eu arraso mesmo!

— Ei, essa fala é minha! — digo, enquanto a sigo até o banheiro.

— Por que tá me seguindo? — ela pergunta, confusa.

— Só estava me certificando se você já descansou o suficiente!

— Você é espertinho, né?! Não vai rolar, seu filho já acordou.

— Ah, aquele pirralho, que tipo de criança acorda tão cedo em um sábado?

— Do tipo, seu próprio filho!

— Nosso filho.

— É, eu sei disso. Nosso filho. — fala e me dá um beijinho antes de seguir até o guarda-roupa.

 — Vai sair?

— Está preocupado?

— Eu? — dou uma risada nervosa. — Claro que não! Eu preocupado? ...ok, supondo, só na hipótese, que eu estivesse, o que claramente não estou. Pra onde você vai?

— Hmm, então, se por um milagre você estivesse interessado, mesmo sabendo que não está, eu diria: "estou indo trabalhar". Ficou feliz agora?

— Mas no sábado?

— Ao contrário de você, eu não sou dona de uma empresa multimilionária, meu caro!

— E nem precisa, eu estou aqui. Já disse que vou cuidar de você e do Jun. São minha família.

— Eu sei que faz isso, mas... eu não gosto de viver dependendo de outras pessoas, e gosto do meu trabalho, então não importa quanto dinheiro você tenha, eu ainda vou querer trabalhar.

— Então eu te apoio.

— Pode ficar com o Jun?

— Com certeza, vamos nos divertir muito.

— Nada de dar doce pra ele. E não deixa ele muito tempo assistindo TV... e não esquece de...

— Eu sei, Sn, deixa comigo. Foca no seu trabalho.

— Tá, mas me liga se tiver algum problema.

— Ok, ok.

Ela termina de se arrumar e se despede do Jun com um beijinho.

— Não esqueceu de nada? — pergunto.

— Acho que não, minha câmera está aqui, celular, chaves, tudo certo.

— Um beijo, talvez.

— Está agindo como se fosse meu namorado.

— Namorado? sério? Temos um filho juntos, no mínimo mereço ocupar o cargo de marido.

— Você é um pouco precipitado demais né?

— Jun, a mamãe não quer me dar o beijinho de bom dia! — uso minha técnica dramática e ela cola sua boca na minha. — Bem melhor.

— Maluco. — ela ri antes de sair.

— Pequeno príncipe, hoje somos só nós dois, que tal sairmos um pouco?

Ele pula em comemoração.

— Papai, a mamãe agora tá feliz.

— Acha mesmo?

— Uhum.

Sorrio para ele que logo volta a atenção ao seu carrinho.

UMA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora