Capítulo 22: SN

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HORAS ATRÁS:

— Mãe? — digo ao vê-la parada.

Estava saindo para ir até um restaurante próximo, mas alguma coisa me dizia que meu dia não seria tão perfeito quanto eu pensei.

Eu estava certa! E me pergunto se um dia eu serei capaz de viver sem precisar me esconder.

— Não tem mais o direito de me chamar assim. — Seu tom sórdido ataca.

— O que está fazendo aqui e como me encontrou?

— Não interessa como eu te encontrei. Achou que voltaria pra cá e eu não saberia? Se não quiser que eu faça um escândalo aqui na frente, sugiro que venha comigo.

— Eu não tenho nada pra falar com você. Já disse pra esquecerem que eu existo!

— Quer mesmo que todos aqui participem dessa nossa conversa?

Olho ao redor e o entra e sai da empresa estava movimentado.

A sigo até o carro contra minha vontade. Seria egoísmo demais envolver o Jin nisso, não quero que ele se prejudique, e a mídia certamente lançaria uma matéria com "Escândalo familiar em frente da Skyline Studios"!

O carro dá partida e segue por um caminho que desconheço.

— Pra onde está indo? Podemos conversar aqui mesmo. — falo sem demonstrar medo.

— Assina isso. — ela diz me jogando um envelope e eu abro.

— Transferência de ações? Quer que eu dê as minhas ações para a Sumin?

— Eu não vou falar de novo, Sn. Assina e te deixamos em paz. Simples.

Meu riso falha.

— Já disse que não vou abrir mão desses 10%, é tudo que me restou do vovô.

— Seu avô? Tudo isso por causa do seu avô? Acorda garota! ele já morreu e ainda foi tarde.

— Está falando do seu próprio pai, não tem nenhum remorso?

— Ele era um merda egocêntrico. Remorso? Não fala besteira.

— Isso diz mais sobre você, do que dele mesmo. Ele fez de tudo por mim, por você e toda a família. Só porque não quis mais ceder aos seus caprichos, ele se torna alguém ruim? Você não passa de uma interesseira.

Seu olhar exala ódio, e tudo o que consigo pensar é que: uma mãe não deveria amar seus filhos?

Antes que eu possa dizer mais uma palavra para ferir seu ego, ela me acerta um tapa. 

Meu rosto ardia, mas não soube reagir.

Eu deveria reagir?

Simplesmente meu corpo travou em um conflito "ela ainda é sua mãe" e o outro lado diz "não importa, ela é um lixo".

— Aquele seu avô imprestável tinha que ter dado essas ações pra você? — ela ri, com desdém. — Olha só, você acha que tem o direito de escolher? Presta atenção Sn...sua vida será bem mais fácil se colaborar. Seu pai está em crise e sem aquela empresa vamos a falência. Somos sua família.

— Família? Você mesma disse que não tenho o direito de te chamar de mãe, e agora vem me dizer sobre família? Quando seu marido me espancou por ter acabado com o noivado, e doado metade das minhas ações, vocês nem se quer se lembraram que eu era da família, então não vem com esse papo de merda pra cima de mim. 

UMA NOITEOnde histórias criam vida. Descubra agora