— Você?
— Oi. — digo, e ela fecha a porta do carro.
— Oi.
— Impressão minha ou estava fugindo de mim?
— C-claro que não. — gagueja um pouco. — Desculpa, mas eu preciso ir.
— Mas eu...
— Foi mal mesmo. — ela me interrompe e entra rapidamente no carro.
— Mais que droga!
Suspiro fundo e ao olhar para o chão vejo um cartão de visita caído.
— Moon Sn, fotógrafa? Bom saber.
Guardo o cartão no bolso e decido não perder mais tempo. Ela não vai conseguir fugir tão fácil. Volto para o salão e corro contar a notícia para Hoseok.
— Você não vai acreditar.
— O quê?
— Eu não estou louco, era ela de verdade. A senhorita Moon realmente estava aqui.
— E conseguiu falar com ela?
— Ela fugiu, nem tive tempo de falar direito.
— E o que vai fazer agora? — ele questiona.
Sorrio.
— Vou fazer ela vir até mim.
Ele ri suavemente, mas há um brilho de curiosidade.
— Você realmente acha que vai funcionar?
— Não tenho dúvidas — respondo com confiança.
Ele balança a cabeça, visivelmente impressionado.
Manhã seguinte:
Acordei mais animado que o normal, e já estava preparado para o que vinha a seguir. Pego as chaves do carro e sigo para uma cafeteria. Assim que chego, sento em uma mesa próxima à janela, me permitindo ver o movimento da rua. Não demora muito para que minha companhia apareça. Não dá para negar o quanto ela é linda, e vê-la de novo por alguma razão me deixa empolgado, mesmo que nosso primeiro encontro tenha sido um verdadeiro desastre.Ela entra e varre o local com o olhar, até que se encontra com o meu. Ao julgar pela sua cara, ela está pensando em sair correndo nesse momento. Eu sorrio e a chamo, fazendo com que as pessoas no local a olhem.
Ela caminha lentamente com um sorriso tenso.
— O que pensa que está fazendo? — pergunta baixo antes de se sentar à minha frente.
— Que tal um "Oi homem mais lindo do mundo, como você está? Senti sua falta, perdoa por ter fugido de você e nunca mais ter aparecido"? — digo me aproximando mais perto do seu rosto.
— Olha, eu tenho que encontrar com uma cliente, então não tenho tempo pras suas gracinhas. Pode sair, por favor?
— Não pode me expulsar. — respondo.
— Sai logo.
— Deixa eu explicar melhor: Não pode me expulsar, porque eu sou seu cliente. — ela ri e então me encara confusa.
— Espera... você pediu mesmo para uma mulher fingir ser cliente só para marcar um encontro comigo?
— E isso importa?
— Diz logo o que você quer. — ela respira fundo dando-se por vencida.
— Só queria te ver.
— Bom, já viu, então agora vou embora. — ela se levanta e eu a puxo de volta.
— Estou pagando pela hora, então senta ai.
Ela se senta contra sua vontade e volta a me encarar.
— Se apaixonou por mim? — ela pergunta.
— O que? Não, tá maluca.
— Então, qual a razão para tudo isso? Me fez vir até aqui só porque queria me ver. Isso, para mim, quer dizer que está apaixonado. Esses anos todos, pensou em mim?
— Acha que com essa minha beleza toda vou desperdiçar com você? Eu te procurei porque queria agradecer por ter me ajudado. Além do mais, foi você que sumiu no dia seguinte e me deixou naquele hotel sozinho.
— Nenhuma mulher te abandonou no dia seguinte, não? Olha, não teve nada demais. Vamos considerar aquilo como ultrapassar os limites de um acordo de negócios, um momento de delírio e puro desejo carnal.
— Está me comparando com um acordo qualquer de negócios? Desejo carnal? — rio. — Tem muitos acordos conturbados como esse, senhorita Sn?
— Alguns.
— Alguns? Como tem coragem de falar isso com uma naturalidade, como se o que tivemos não tivesse significado algum e ainda ousar me comparar com um contrato? — falo rapidamente sem nem ter tempo pra respirar.
— Virou rapper por acaso? Respira, só quis dizer que isso acontece com as pessoas, somos adultos, é normal ter uma noite sem compromisso.
— Sn, mesmo que tenha sido uma noite, eu ainda me preocupo com a pessoa que me deixou 10% de ações e sumiu do mapa. Sua família me disse que estava morta, sabia? O que mais eu poderia fazer? Achei que tivesse sido perseguida ou assassinada por ter quase falido a empresa dos seus pais.
— Disseram isso mesmo? — sinto um tom de rancor na sua voz.
— É, disseram. Eu me senti culpado, então te procurei todo esse tempo, no fundo sabia que estava viva.
— Acha que não tentaram? Eu precisei fugir, senão eles não nos deixariam em paz.
— Nós?
— Quero dizer, eu. Não me deixariam em paz.
— Hm, está tudo bem agora?
— Estou me virando bem, para eles só o dinheiro importa, contanto que eu dê a eles, fico segura.
Ela se vira para a janela e me olha boquiaberta.
— Tenho que ir, obrigada por se preocupar. — diz pegando sua bolsa.
— Mas eu não terminei. — falo mas ela já está no rumo da saída.
Olho pela janela e a vejo segurar a mão de uma criança. Rapidamente corro atrás e a criança que segurava sua mão se solta e vem até mim.
— Oi, eu sou o Yejun, é amigo da minha mãe?
— Yejun, vamos embora. — ela segura a mão do menino e tenta puxá-lo, mas ele continua parado à minha frente.
Me abaixo até ficar à sua altura e sorrio.
— Oi pequeno, eu sou o Jin. Essa moça bonita do seu lado é sua mãe?
— É sim. — ele responde empolgado.
— SN! — vejo um homem se aproximar.
— Oi, querido. — ela responde.
Querido? Ela é casada?
— Ah, oi. — ele a olha e depois intercala seu olhar pra mim. — E você é?
— Eu sou o Jin, prazer em conhecê-lo "querido". — ele me estende a mão e sorri sem graça.
— Sn, pensei que a reunião tinha acabado, então viemos te resgatar para o almoço. — ele diz a olhando.
— Que ótimo, vamos todos juntos, também estou com fome. — digo e me arrependo segundos depois.
O que deu em mim?
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UMA NOITE
FanfictionApós uma dolorosa traição dentro de sua própria família, a vida de Sn é marcada por desafios. Entre os segredos guardados e um encontro inesperado, Sn descobre que o amor e o destino têm formas misteriosas de se entrelaçar, forçando-a a confrontar o...