XIX. O que eu sou para você?

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Uma mentira é sempre uma mentira.

E não importa se é uma coisa banal como mentir sobre estar chegando em um lugar mesmo sem ter saído de casa, ou se é algo grande como uma traição.

A vida perfeita que sua família ansiava mostrar era a mais pura e genuína farsa.

É claro, todo mundo tem problemas... Park Jinyoung, o diretor exemplar, o padrasto que se sacrificou para criar um filho que não era seu; tudo mentira.

Alcoolismo, violencia, traição... assassinato.

Seo Minhye, a mãe perfeita, a esposa troféu; era uma ilusão.

Depressiva, manipulada, amarga e cruel. Fadada a viver uma vida de medo e culpa, sabendo que o único filho nunca a perdoaria por ter traído seu pai, por ter permitido que o tirassem do menino.

Seo Changbin não era nada do que o obrigavam a fingir ser. Não era um rapaz comportado, elegante, normal do tipo que chega até à ser chato.

-E ele continua me roubando...- Suspirou enquanto analisava os históricos de transferências bancarias entre Jinyoung e a conta poupança que Minhye era responsável.

Levou o filtro do cigarro até os lábios, tragando-o vagarosamente, sentindo os pulmões se encherem daquela fumaça nociva e logo a soltando.

Duas batidas fortes na porta. Não obteve respostas, então se encaminhou até ela, abrindo-a e vendo a mãe lhe fitar apreensiva.

-Desce, agora.- Pediu. -Não responda, só escute, por favor, Changbin.

O Seo revirou os olhos, seguindo a mulher pela casa, até encontrar o Park no sofá, em suas mãos, um copo de whisky.

-Se acha muito bom, né?- O homem disse, a voz pingava sarcasmo e fúria. -Acha mesmo que é muito especial, né?

-Não sei do que está falando.- Disse sério.

-Não sabe?- Disse irritado, virando a bebida do copo de uma única vez. -Você nos humilhou!

-Jinyoung...- Minhye o olhava assustada.

-Todo mundo comentando sobre você ter trazido aquele garoto pra cá!- Apontou furioso. -Enfiou um viadinho aqui em um jantar importante!

-Você não tem o direito de falar assim do Felix!- Controlou o tom de voz, mantendo a razão.

-Ah, é?- O estrondo do copo de vidro se chocando contra o chão, Minhye se encolheu assustada, mas o menino se manteve firme. -Você trás aquele bichinha pra dentro de casa, não dava pra comer ele em outro lugar? Seu viado de merda!

-Quer saber, Jinyoung?- Changbin se aproximou, irritado. -Vai. Se. Foder.

[ . . . ]


-Ainda não acredito que fez aquilo!- Hyunjin riu enquanto caminhavam descalços em direção à cabana. -Agora é oficial e assumido.

-Embora todos pensem que estou traindo Changbin e dando pra você. Não que eu me importe...

-Quando voltarmos, eu meto um beijo no hyung.- Deu de ombros.

Hyunjin levou a mão até a do menor, entrelaçando-as. Um sorriso pequeno apareceu no rosto do Lee. O caminho foi calmo e silencioso, e assim que chegaram no quarto, o ruivinho avisou que iria tomar banho.

Fechou a porta do banheiro e se despiu, suspirando aliviado ao sentir a água morna indo de encontro ao seu corpo. Remoendo cada atitude que havia tido naquela noite.

1° Tinha beijado Hyunjin na frente de todo mundo, assumindo o relacionamento deles;

2° Tinha tido um ataque de ciúme possessivo;

Os Garotos de Choker ❧𝕮𝖍𝖆𝖓𝖌𝖏𝖎𝖓𝖑𝖎𝖝Onde histórias criam vida. Descubra agora