Capítulo 11 - Entre a Razão e o Instinto - Oliver Thauvin

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O dia no hospital foi longo. Eu havia passado as últimas doze horas lidando com casos urgentes, cirurgias que drenavam cada gota da minha energia. O cheiro de desinfetante misturado ao de café frio gruda em minhas narinas. E ainda assim, o pior era a exaustão mental. Estar ali, naquela linha tênue entre a vida e a morte, o tempo todo, pesava de uma forma que às vezes eu só queria apagar tudo.

Assim que meu plantão acabou, me senti um pouco vazio, como sempre acontece. Peguei minhas coisas e saí do hospital, o sol da tarde já quase desaparecendo no horizonte. Entrei no carro e dirigi até em casa. Cada rua parecia se misturar com a anterior, e a única coisa que passava pela minha mente era o quanto eu precisava desligar por um tempo. E era isso que eu ia fazer. Depois de tanto tempo de trabalho ininterrupto, finalmente tinha conseguido aqueles sonhados vinte dias de férias. Agora era a minha chance de escapar da pressão constante, mesmo que por pouco tempo.

Cheguei em casa e, após um banho quente, me joguei no sofá. O silêncio absoluto era quase assustador. Peguei o celular sem muito propósito e abri as redes sociais para distrair a cabeça. Estava passando pelas postagens sem realmente prestar atenção, até que algo capturou meu olhar: uma festa em uma mansão. As fotos mostravam uma atmosfera vibrante, cheia de gente rindo, dançando e curtindo a noite. Eu sabia que provavelmente deveria estar cansado demais para isso, mas, ao mesmo tempo, senti uma vontade de fazer algo diferente. De me desligar de tudo.

"Por que não?" Pensei. Era como se uma pequena faísca de desejo por alguma diversão acendesse dentro de mim. Precisava daquilo. Precisava esquecer, pelo menos por uma noite. Levantei-me do sofá, tomei um banho logo após caminhei até o closet. Escolhi uma camisa branca bem ajustada, por cima dela vinha uma jaqueta simples de couro, calças escuras, um relógio que chamava atenção, e meus sapatos favoritos. Me olhei no espelho e me vi pronto para algo novo. Eu precisava sair da minha própria cabeça.

Logo já estava dentro da minha Porsche, o motor roncando suavemente, enquanto acelerava pelas ruas em direção à festa. As luzes da cidade piscavam ao redor, mas, pela primeira vez em semanas, eu me senti leve, como se estivesse começando a deixar a tensão escorrer pelos meus ombros. O caminho até a mansão parecia promissor. Eu não sabia o que encontraria lá, mas sabia de uma coisa: eu merecia uma pausa. Mesmo que fosse só por essa noite.


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Cheguei à festa sentindo aquela adrenalina que só a noite pode proporcionar. O som da música já pulsava no ar enquanto eu me aproximava da entrada da mansão. As luzes coloridas iluminavam as árvores ao redor, e mesmo de longe, eu podia ver pessoas conversando, rindo, curtindo a vida. Parei meu Porsche na entrada, em frente à longa escadaria que levava à porta principal. O motor roncou suavemente antes de eu desligá-lo, a sensação de poder ainda vibrando nas pontas dos meus dedos. Estacionei de forma que o carro ficasse em evidência, quase como uma extensão da minha presença ali. Assim que saí, senti os olhares em minha direção, alguns curiosos, outros talvez admirados. Fechei a porta com um estalo firme e olhei ao redor, absorvendo o ambiente. Havia uma energia no ar — aquela mistura de euforia e liberdade que só uma festa como aquela poderia proporcionar.

Com a chave do carro na mão, passei a mão pelos cabelos e ajustei minha jaqueta, respirando fundo antes de me virar, eu já sabia que a noite teria suas surpresas, mas não esperava encontrar Renata Lopes, bêbada, tropeçando e completamente fora de si. Enquanto eu a segurava, tentando evitar que ela se machucasse ou fizesse algo estúpido, meu coração acelerou por motivos completamente diferentes. Era estranho vê-la assim, tão vulnerável, quando a imagem que eu achava tinha dela era de uma mulher forte, calculista, difícil de controlar. Mas naquele momento, ela estava longe de ser a Renata que eu conheci no hospital. Ela era apenas uma mulher desesperada, tentando recuperar o controle sobre uma situação que claramente já estava fora do alcance dela. Seus olhos estavam desfocados, a voz trêmula enquanto balbuciava o nome da amiga, Sky. A cada segundo que passava, eu sentia que ela não tinha ideia de quem estava ao lado dela. Não me reconhecia, o que me dava um certo alívio e vantagem, mas também me irritava.

Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance Onde histórias criam vida. Descubra agora