Estávamos discutindo os assuntos do hospital quando Ayana se levantou de sua cadeira, animada, com as mãos apoiadas na mesa.
— Bom, vamos para a prática logo! — exclamou, interrompendo minha explicação. Senti uma onda de irritação subir por mim.
Direcionei-me até uma porta branca, abri-a e deixei passar. A amiga dela, que ajustava os óculos, pegou algumas pastas e me lançou um olhar hesitante.
— É... Doutor, vou só comprar um café e já volto... — disse ela, e eu assenti com a cabeça.
Voltei para o interior da sala e encostei a porta. O ambiente de treinamento estava equipado com diversos instrumentos médicos, bisturís, toucas, luvas, jalecos, álcool, estetoscópios e outros. Aproximei-me das prateleiras, pegando alguns itens e levando-os à mesa central. Ayana me observava discretamente, mas a repulsa que sentia por ela era palpável.
Ela se aproximou da mesa, abrindo alguns botões da camisa colorida de forma provocativa, que claro com a porra da imagem da Renata mais cedo em minha mente, jamais aquilo me chamaria se quer a atenção.
— Então, esses serão os principais elementos que você vai ter que estudar para me apresentar um programa de slides e na primeira aula prática — disse, ela começou a debruçar com os cotovelos na superfície deixando a curva de seus seios mais amostra enquanto me olhava.
Eu perdi o foco com a tamanha vulgaridade dela, e um sorriso morto saiu de meus lábios, mas ao olhar para meu relógio, percebi que já estava na hora de sair. Um sorriso torto se formou em meu rosto ao retornar o olhar para ela.
Ayana sorriu de volta, se aproximando mais. Levou as mãos até minha camisa, puxando-a e abrindo um pouco, expondo meu peito. Segurei firmemente seus pulsos, afastando-a de mim.
— Sabe, você não passa de uma meretriz que só quer uma vaga em algum hospital famoso. Ayana, eu sinto muito, mas nesse hospital você não pisa mais. — disse, jogando os pulsos dela com força para longe.
Ela, então, me puxou novamente pelo braço, e em um gesto rápido, a empurrei contra a parede, segurando seu pescoço. Um desejo de acabar com tudo aquilo tomou conta de mim. Quando seu rosto começou a ficar roxo pela falta de ar, soltei-a no chão.
— Para o seu bem, é melhor você ficar longe. Esse lugar já está ocupado — declarei, saindo da sala enquanto ajeitava minha camisa amarrotada.
❦ ❦ ❦
Os socos de Renata nas minhas costas se tornavam cada vez mais fortes enquanto eu a carregava em direção ao meu carro.
— Me solta... seu filho da puta! Eu... te odeio... te odeio... com todas as forças!
Ela gritava, sua voz repleta de raiva e dor. Ao destrancar o carro, abri o porta-malas e a joguei lá dentro.
— Oliver... não! POR FAVOR! DESGRAÇADO!
Ela chutava a porta, tentando desesperadamente escapar. Ignorando seu desespero, fui rapidamente para o lado do motorista e entrei no carro. Ao ligar o motor, acelerei, fazendo com que algumas pedras se espalhassem, deixando marcas nos pneus e levantando uma nuvem de poeira na arrancada. Bati algumas vezes no volante, sentindo a adrenalina pulsar, enquanto Renata gritava atrás de mim, seus ecos se misturando ao caos na minha mente. Eu sabia que, após isso, meu cargo no hospital estava arruinado.
O velocímetro disparou para 250 km/h, e eu continuei acelerando, ignorando os choros de Renata no porta-malas. Entrei em drift na garagem da minha casa, freando bruscamente ao sair do carro, que ainda tinha os faróis acesos e a porta aberta. A porta da garagem se fechou automaticamente atrás de mim.
Fui até o porta-malas e abri-o. Renata, como um animal selvagem, direcionou suas unhas e mãos para o meu pescoço. Agarrei seus braços, forçando-os para trás, enquanto com uma mão dominava seus cabelos, pressionando-a contra o capô aquecido do carro.
— Me escuta, caralho! — a segurei com força, como uma fera indomável, enquanto ela se debatia ainda mais.
— Escutar o que, seu filha da puta? Broxa escroto...
Ela disparou, e a palavra 'broxa' ressoou em mim como um golpe. Um puxão forte em seus cabelos fez com que ela arfasse em surpresa, soltando um gemido.
— Eu sei te dominar. Eu posso ser um filha da puta fodido, mas broxa? — perguntei, enquanto levantava o vestido dela, expondo seus quadris, ainda avermelhados pelas minhas mãos.
— Tá precisando de mais uma surra — disse, puxando-a para mim e jogando-a de costas sobre o capô do carro.
Ela suspirou, seus cabelos caindo sobre o rosto, mas não ia desistir tão fácil. Desafivelei meu cinto rapidamente, e quando ela começou a se levantar, empurrei-a novamente, fazendo seus joelhos colidirem com o chão.
Puxei seus cabelos para trás, revelando seu rosto enfurecido, e a olhei, sorrindo. Agachei-me na altura dela, falando roucamente.
— Renata, você vai ter que aprender as minhas regras, os meus gostos e os meus domínios. Levante-se e corra, porque se eu te pegar, eu vou devorar até sua alma...
Ela se levantou cambaleando, lançando um olhar para trás antes de desaparecer no corredor escuro. Ouvi seus pés se afastando enquanto corria.
— Corra, meu amor, corra — disse, sorrindo enquanto ajustava o cinto em minha mão e tirava minha camisa, ficando apenas de calça. Entrei na sala de estar, meu coração acelerado, o jogo estava prestes a começar.
NOTA AUTORA:
Capítulo curto, e com uma pegada de perseguição pois no dia 30, começamos a saga de Halloween de L&S, me acompanhem lá no instagram que eu sempre posto novidades por lá!
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Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance
FanfictionEm Lights and Secrets, vidas cruzam-se em uma Paris envolta em mistérios e sombras do passado. Renata Lopes, uma mulher marcada por eventos traumáticos, é jogada em uma espiral de tensão e segredos perigosos enquanto tenta recomeçar. Sky, assombrad...