Capítulo 24 - Instintos Sob Pressão - Oliver Thauvin

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Eu jamais a deixaria de novo. Esses segundos... Se não fosse por aqueles malditos segundos de chamada, Renata estaria morta agora. O pensamento martela na minha cabeça enquanto acelero pelas ruas. Minha mão aperta o volante com força, e a cidade parece desfocar ao meu redor. Tudo o que consigo pensar é que alguém quer vê-la morta.

Mas quem? E, mais importante, por quê? Nada faz sentido ainda. Eu preciso de respostas. Preciso descobrir quem está por trás disso antes que eles consigam terminar o que começaram. A ideia de falhar novamente... não estaria em meus planos, pelo menos não mais.

Meus dias de férias, infelizmente, haviam acabado. Mas o meu verdadeiro trabalho... esse nunca terminaria. Ser o último a carregar o sobrenome Thauvin estava me destruindo aos poucos. A pressão, o peso de manter intacta a imagem do meu pai, e mais ainda, da minha mãe... Isso me faz desabar. Mas, por eles, eu faria o que fosse preciso. Até ir ao inferno, se fosse necessário. E, se o pedido deles fosse que eu agisse como uma pessoa normal, então eu o faria, mesmo que fosse uma mentira que eu teria que carregar pelo resto da vida.

Chego ao estacionamento do hospital e estaciono na minha vaga de sempre. Desço com calma, pego a maleta no banco de trás e fecho as portas, ativando o travamento com o controle remoto.

Caminho a passos largos até o elevador, aperto o botão e espero. Assim que ele chega ao térreo, subo até o quarto andar. Enquanto ajeito o jaleco, dou uma olhada no espelho e mexo no cabelo. Viro o pescoço e noto um pequeno roxo. Um sorriso bobo escapa dos meus lábios, mas logo sinto algo pressionar na calça. Olho para baixo e vejo o constrangimento.

Estou totalmente duro.

— Porra...— murmuro baixinho, levando a maleta à frente para disfarçar.

Ótima hora para pensar naquela maldição, com aqueles fios loiros nas minhas mãos outra vez...


4 horas antes...


Renata estava deitada sobre a ilha da cozinha, e minhas mãos apertavam suas coxas marcadas, vermelhas, cheias de impressões dos meus dedos. Cada toque a deixava ainda mais entregue, rendida aos meus desejos. Ela me olhava com aqueles malditos olhos... olhos que queimavam a minha alma de dentro pra fora. Seu corpo se contorcia embaixo de mim, gemidos suaves escapando de seus lábios enquanto meus toques insensíveis a levavam ao limite. Cada respiração dela era uma resposta ao controle que eu exercia, uma mistura de dor e prazer que eu não podia ignorar.

Minha língua brincava com a dela, enquanto meu pau era sugado com força por sua boceta apertada e úmida. Ela entrelaçou as pernas em minha cintura e enroscou seus braços em volta de meu pescoço. Eu a peguei em meus braços, ela não pesava nem a metade do peso que eu tinha que carregar sobre os ombros, mas, naqueles instantes, não havia peso algum.

Eu sento no sofá com ela, e ali abdico um de seus seios em minha boca, o rebolado de Renata me faz soltar suspiros altos, o corpo dela quicando sobre o meu, o meu pau a tomando como minha, a sua boceta apertada acatando bem ao pedido, tudo me fazia querer quebrá-la ali mesmo, mas eu sentia que não podia, não com Renata... não com essa mulher... minha mulher.


❦ ❦ ❦ 


— Doutor, Oliver?

Uma voz feminina me puxa de volta aos meus pensamentos. Olho para cima e vejo uma das enfermeiras de pé na frente da minha mesa, vestida com o uniforme habitual. Coço a garganta, tossindo levemente, enquanto ajeito meu foco.

— Sim? O que aconteceu? — pergunto, ligando meu computador e observando os relatórios que chegaram enquanto eu estava fora.

— Tem uma turma que vai começar hoje na medicina. O diretor da faculdade pediu o melhor médico de Paris, e, claro, é o senhor... então...

Ela começa a gaguejar um pouco, e isso me faz rir de leve. Levanto-me, ajeitando o jaleco e colocando meu crachá de volta no lugar.

— Tá, calma. Onde eles estão agora? — pergunto, tentando manter as coisas simples.

— Bem, eles mandaram a presidente da turma por enquanto, e eu pedi para o segurança mantê-la na portaria. Afinal, aqui é um hospital particular, e precisamos manter o protocolo de segurança. — ela responde com seriedade.

Assenti com a cabeça, passando por ela.

— Ok, obrigado. Eu vou lá falar com ela. E obrigada pela recomendação. — ela sorri antes de sair da sala.

Enquanto saia da sala abri alguns botões da minha camisa, mas deixo a gola alta o suficiente. Ninguém precisava saber sobre a minha vida pessoal ou o que ando fazendo além das paredes do hospital.


❦ ❦ ❦


Saio do elevador assim que ele para no primeiro andar. Os corredores brancos e frios me rodeiam enquanto caminho em direção ao portão com o número um.

— Bom dia — digo de forma rápida.

O porteiro me olha com uma expressão séria e responde com um aceno enquanto sigo direto para a sala da portaria, que servia como uma pequena sala de espera.

Ao entrar, vejo duas moças sentadas. Uma delas, de cabelos brancos, me observa discretamente por cima do ombro da outra, que ainda estava de costas. A morena se vira para mim, abrindo um sorriso e se levantando para me cumprimentar.

— Doutor Oliver?

Assinto, estendendo minha mão para apertar a dela. Seus cachos descem até a cintura, e seus olhos cor de amêndoa parecem preencher o rosto de uma maneira acolhedora. Ela vestia um macacão estilo jardineira preto, com uma camisa listrada com as cores da bandeira LGBT por baixo.

— Prazer, sou Ayana... Ayana Ahmed, a presidente do clube de medicina da universidade — diz ela, com confiança, destilando um ar de superioridade.

Retribuo o aperto de mão, observando seus traços.

— E essa é minha amiga — continua, apontando para a outra moça. — Ela veio como minha secretária pessoal para me ajudar.

Olho para a garota de cabelos brancos, que vestia um vestido longo, preto, que ia até os pés. Ela me encara de forma tímida, sem dizer nada, até que Ayana exclama.

— Fala oi para o médico bonitão, não seja mal educada, por isso que é encalhada assim, Anastasia!

Ao ouvir o comentário, limpo a garganta e digo, com firmeza.

— Doutor Oliver, por favor. Vamos manter o profissionalismo, certo? Afinal, você é uma estudante e não temos intimidade para esse tipo de brincadeira. Agora, podemos começar?

Aponto para a mesa onde elas estavam sentadas antes. Ayana, visivelmente incomodada com a repreensão, fecha a cara e se joga na cadeira com um solavanco, sua irritação claramente estampada.

Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance Onde histórias criam vida. Descubra agora