Nasci na Inglaterra, mas não vou dizer que tive uma vida fácil. Pelo contrário, desde cedo aprendi que, às vezes, a família pode ser a maior fonte de dor. Fui deserdado pelos meus pais, jogado de lado como se eu fosse um estorvo. O motivo? Nunca ficou muito claro. Talvez fosse o ressentimento acumulado, talvez a frustração deles com suas próprias vidas. O fato é que fui forçado a me virar sozinho.
Minha infância foi cheia de portas fechadas, de olhares duros e expectativas destruídas. Meus pais nunca acreditaram em mim, e isso me deixou um vazio. Mas eu estava determinado a não ser como meu pai – um homem fraco, derrotado pelas próprias escolhas e frustrações. Eu queria ser diferente, alguém de valor, alguém que pudesse se olhar no espelho e sentir orgulho.
Aos 18 anos, não havia muitas opções para mim. Sem apoio, sem um caminho traçado, tomei uma decisão que mudaria minha vida para sempre, entrei no exército. Eu precisava de uma estrutura, de um propósito. E foi ali, nas fileiras militares, que comecei a forjar o homem que sempre quis ser. Não foi fácil, não vou mentir. A disciplina, a pressão, as responsabilidades – tudo parecia esmagador no início. Mas, com o tempo, aquilo começou a fazer sentido. O exército me ensinou muito mais do que a guerra ou a sobrevivência. Ele me deu algo que eu nunca tive antes, direção. Finalmente, eu estava traçando o meu próprio caminho, um que me distanciava cada vez mais da sombra de meu pai. Não era mais o menino perdido, não era mais o filho rejeitado. Eu estava me tornando alguém. Essa decisão foi meu primeiro passo em direção à liberdade. Eu sabia que o mundo lá fora seria duro, mas, comparado ao que eu já havia enfrentado, nada me assustava mais.
3 Anos atrás...
A porta rangeu levemente quando a abri, e o familiar cheiro de madeira e café ainda fresco preencheu minhas narinas assim que entrei. Mais um longo dia de serviço nas Forças Armadas. O cansaço corria pelo meu corpo como chumbo derretido, mas o simples pensamento de voltar para casa me fazia seguir em frente. Tudo parecia mais leve quando eu cruzava aquela soleira. Joguei as chaves sobre a mesa de entrada e comecei a tirar o uniforme, desabotoando os primeiros botões da camisa enquanto minha mente vagava. O peso da rotina militar, as instruções gritadas, a disciplina constante — tudo isso parecia evaporar assim que eu colocava os pés em casa. Era meu refúgio, o único lugar onde eu podia ser apenas... eu.
Quando olhei para a sala, algo me fez parar. Minha respiração ficou presa na garganta. Ali, de pé, na penumbra que a janela deixava entrar, estava ela.
Minha noiva, completamente nua.
Ela estava ali, me esperando, o corpo perfeitamente exposto à luz suave que vinha de fora através da cortina levemente transparente. Os olhos dela encontraram os meus, e o calor do desejo me atingiu como um soco. Sua pele brilhava com uma suavidade quase etérea, e cada curva do seu corpo parecia desenhada para me atrair, me puxar. O cansaço que eu sentia? Sumiu no instante em que nossos olhares se cruzaram. Não precisou de palavras. O jeito como ela mordia o lábio, o leve levantar de seu queixo... tudo estava claro. Ela estava pronta. Pronta para mim. Pronta para algo que só nós dois entendíamos, sem precisar de explicações ou justificativas.
Meu corpo reagiu antes mesmo que eu pudesse pensar. O cansaço, a tensão acumulada, tudo isso deu lugar a uma urgência crua. Comecei a andar em sua direção, sem desviar o olhar, sem perder aquele momento de conexão. Meu coração batia rápido, mas era diferente. Não era a adrenalina de combate, era algo mais primitivo, algo mais pessoal.
— Eu estava te esperando — ela sussurrou, a voz doce e carregada de intenções. O som era um convite, uma promessa.
Com o toque suave de sua voz, algo dentro de mim explodiu. Puxei-a para mim com um movimento firme, sentindo o calor do corpo dela se chocar contra o meu. Meu coração disparava, não de adrenalina do campo de batalha, mas de puro desejo. Minha mão deslizou até seu cabelo, e com os dedos enroscados, fiz um nó em seus fios macios, puxando sua cabeça delicadamente para trás. O pescoço dela se arqueou, expondo aquela pele pálida que sempre me enfeitiçava. A proximidade dos meus lábios com a sua pele fez o perfume dela me invadir, uma droga viciante que deixava meu autocontrole à beira de ruir. Rocei meus lábios sobre seu pescoço, e logo a pele ali ficou marcada, com um tom rosado pelo atrito da minha barba. Eu rosnei de leve, controlando o impulso que crescia dentro de mim. Mordi o lóbulo da sua orelha, sentindo seu corpo reagir ao toque.
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Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance
FanfictionEm Lights and Secrets, vidas cruzam-se em uma Paris envolta em mistérios e sombras do passado. Renata Lopes, uma mulher marcada por eventos traumáticos, é jogada em uma espiral de tensão e segredos perigosos enquanto tenta recomeçar. Sky, assombrad...