Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance

Capítulo 34 - Minha Perdição - Rodolfo Rodriguez

O vento cortava o rosto, frio e intenso, enquanto Sky agarrava minha cintura com força, seu riso ecoando como música em meio ao ronco da moto. Sentia o toque dela firme, um impulso de confiança mútua, que aumentava cada vez que eu girava o acelerador, levando-nos a uma velocidade vertiginosa. O cabelo dela dançava livre ao vento, e seus braços ao redor de minha cintura pareciam selar o momento de pura adrenalina e liberdade.

Desviei de carros, deslizando entre eles na rodovia com a precisão instintiva que só uma velocidade dessas pode exigir. Estávamos sem capacete, minha camisa já mal se segurava no corpo após Sky a rasgá-la momentos atrás, mas ali, naquele instante, nada mais importava. A vida pulsava forte entre nós, e ao piscar os olhos vi o velocímetro ultrapassar os duzentos. Num só movimento, ergui a moto, sentindo o poder do motor subir apenas pela roda traseira. Sky soltou um grito de susto, suas unhas cravando-se em minha pele. Mas assim que abaixei a moto e reduzi a velocidade, virei para ela de relance.

— Eu jamais te deixarei cair... pode confiar em mim — murmurei, os olhos dela brilhando com um sorriso que fez meu coração errar as batidas.

Retomei a velocidade, e então ela levantou as mãos ao ar, entregando-se ao momento, gritando de pura alegria. Seguimos juntos pela avenida, iluminados pelas luzes da Torre Eiffel, Paris se desenhando ao fundo enquanto a noite parecia se estender em pura euforia.

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Sky tropeçou no próprio pé enquanto gargalhava, segurando os saltos pretos na mão e me chamando daquele jeito brincalhão.

— Ai... ai... você é doidinho, sabia, Rodolfinho?

Ela virou-se para mim com um sorriso solto, deixando os saltos caírem no chão enquanto jogava os braços para cima.

Fechei a porta atrás de nós, trancando-a, e caminhei em sua direção, observando-a por um instante. A fantasia de líder de torcida pendia despreocupada, e por um breve segundo, a ideia de rasgar cada pedaço daquela roupa, e fode-la no sofá da sala me atravessou a mente. Mas logo a descartei. Sky estava bêbada, despreocupada, e eu jamais quebraria a confiança dela ou ultrapassaria o limite.

— Vamos, Sky. Você precisa de um banho para afastar essa ressaca antes que ela te pegue mais ainda.. — falei, aproximando-me e passando meus braços ao redor dela para levantá-la.

Ela resmungou algo inaudível, mas logo deixou a cabeça cair no meu ombro. O peso dela nos meus braços parecia certo, encaixado de um jeito quase natural. Subi as escadas do duplex com ela, cada passo mais cuidadoso enquanto a levava ao quarto. A lembrança de tudo que ela havia passado recentemente ainda pesava na minha mente. Eu queria saber mais, entender os detalhes do que havia ocorrido. Mas sabia que esse tipo de conversa precisava acontecer em um momento sóbrio, longe das distrações da bebida.

Entrei no quarto de Sky, onde cortinas brancas e translúcidas filtravam a luz da rua, adicionando ao espaço uma aura suave. Uma escrivaninha ocupava um canto, com um notebook cercado de livros e mais livros – a psicologia estampou várias capas. Havia até alguns exemplares repetidos, como se ela visitasse o mesmo conteúdo inúmeras vezes, como uma espécie de refúgio. A cama de lençóis rosa-claro e colcha branca parecia cuidadosamente arrumada, trazendo à mente uma jovem cheia de vida, mas algo sobre Sky contrastava com essa imagem. Ela guardava mistérios, camadas que eu ainda não entendia, mas pretendia desvendar um dia.