Em Lights and Secrets, vidas cruzam-se em uma Paris envolta em mistérios e sombras do passado.
Renata Lopes, uma mulher marcada por eventos traumáticos, é jogada em uma espiral de tensão e segredos perigosos enquanto tenta recomeçar.
Sky, assombrad...
Aquela tensão entre nós tinha atingido o limite, cada palavra, cada provocação me empurrava a um ponto de ruptura que eu não sabia que existia. Ele me segurou firme, seus olhos queimando com uma intensidade que me desafiava. Meu orgulho e raiva estavam em brasa, eu nunca aceitaria me curvar à vontade dele.
Senti o capô quente nas costas, as mãos dele segurando meus pulsos como algemas, mas a dor era secundária. Eu estava elétrica, cada provocação fazia minha respiração acelerar. Quando disparei aquele insulto, vi o rosto dele se contorcendo. Um puxão forte em meu cabelo me fez arfar, meu corpo traindo a raiva com um suspiro que escapou sem que eu conseguisse conter.
E então ele disse que sabia me dominar, com aquela voz rouca, carregada de um controle que me enlouquecia. Senti o vestido ser levantado, a pele arrepiada pelo contraste de suas mãos quentes. Quando me jogou de costas, e meu cabelo caiu sobre o rosto, cobri minha expressão, mas meu peito arfava. Meu corpo clamava para resistir, mas algo em mim cedia.
Tentei me levantar, mas ele me empurrou de volta mas acabei no chão, os joelhos impactando o concreto frio. Senti sua mão nos meus cabelos, puxando minha cabeça para trás. A expressão dele era um misto de desejo e provocação, e quando ele murmurou aquelas palavras, senti um calafrio percorrer minha coluna. Eu deveria fugir, meus instintos gritavam isso. Mas fugir para onde, se eu sabia que o único lugar que me sentia viva era nesse jogo insano entre nós?
Me levantei, cambaleando e cheia de raiva, os olhos dele não desgrudavam de mim. Lancei um último olhar antes de desaparecer pelo corredor. Era um jogo, um desafio, um embate de vontades que eu sabia que não terminaria fácil.
Corri sem pensar, meus passos ecoando na casa, o ar pesado cheirando a mistério. Raios de sol invadiam o lugar através de janelas, mas era quase como se eles não pudessem me proteger. O som dos passos de Oliver atrás de mim, firmes, calculados, aquela risada ecoando ela penetrava fundo, me deixando em pânico, mas com uma estranha e insana adrenalina.
A porta do porão apareceu na minha frente, e em um impulso abri-a, rangendo alto demais.
- Merda...
Desci as escadas correndo, os degraus de madeira antigos parecendo querer ceder. Cada passo que ele dava me dizia que ele estava logo atrás. Não era apenas o som, mas a presença dele forte, sombria, opressiva.
Uma janela pequena apareceu diante de mim. Minha única saída. Sem pensar duas vezes, subi na mesa abaixo dela, socando o vidro. Meu coração parecia uma bomba prestes a explodir, o rosto virado para o lado enquanto cotovelava o vidro até ele estourar em cacos.
- Achei você! - ouvi ele gritar, sua voz tão próxima que eu sentia o calor dela nas minhas costas.
Não parei. Agarrei-me à beirada da janela quebrada, empurrando-me para fora com uma força que eu nem sabia que tinha. Caí no gramado, a adrenalina explodindo, os pulmões ardendo, mas minha mente correndo tanto quanto minhas pernas. Olhei uma última vez para trás, e ali estava ele, Oliver, observando da janela quebrada, um olhar fixo e sombrio.
Corri mais rápido. Na calçada, um milhão de perguntas martelavam na minha cabeça.
O que o levava a me perseguir daquele jeito?
Por que eu sentia uma atração doentia por aquele homem que era um enigma?
E o mais aterrador de tudo... o que eu realmente esperava encontrar no fundo do que ele escondia?
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