Toda aquela verdade caindo sobre mim estava me destruindo, como um peso insuportável que esmagava cada pedaço da minha alma. Minha mente girava em torno de uma única ideia, tudo o que construí, tudo o que visualizei e senti sobre Oliver... era mentira. Como ele pôde fazer isso comigo?
Minhas mãos tremiam, apertando as folhas amareladas que expunham cada detalhe cruel dessa revelação. Meu coração parecia querer rasgar meu peito, enquanto minha respiração vacilava entre soluços e gritos presos na garganta. As memórias de cada toque, cada palavra doce que ele me dissera, agora pareciam lâminas afiadas cortando minha pele.
— Por quê? — Minha voz saiu baixa, quase inaudível.
Uma pergunta destinada ao vazio, à dor que crescia dentro de mim. Por que ele fez isso comigo? Eu sempre me perguntei se merecia algo bom, alguém bom. E Oliver parecia ser isso. Mas agora... agora tudo fazia sentido. A maneira como ele olhava para mim, o jeito como suas mãos percorriam meu corpo.
O pior nem foi ele ter assassinado meus pais — e Deus, isso já era devastador o suficiente. Foi a forma como ele matou minha mãe e meu pai e, ainda assim, se aproximou de mim. Ele transou comigo. Ele me beijou. Ele tocou meu corpo como se eu significasse algo para ele. Mas eu não significava. Eu nunca significaria. Ele me usou como se eu fosse descartável, um lixo para alimentar a sua crueldade.
Um nó apertava meu estômago, subindo até minha garganta.
— Eu o odeio — murmurei, sentindo uma onda de calor percorrer meu corpo. A bile subiu ao pensar em cada sorriso, em cada momento íntimo.
— Eu o odeio com todas as minhas forças.
Christian ainda estava ali, silencioso, mas eu não conseguia olhar para ele. Minha visão estava borrada, uma mistura de lágrimas e dor cegando-me. A pasta com as provas parecia pesar toneladas em minhas mãos, mas eu não conseguia largá-la. Era a única coisa que fazia tudo parecer real, como se minha mente estivesse se forçando a aceitar.
— Eu confiei nele — disse mais alto, minha voz rasgando o silêncio.
— Ele foi tudo o que eu quis que fosse... e me destruiu.
As lágrimas finalmente voltaram como uma tempestade, e tudo o que consegui fazer foi deixar que a dor me consumisse. Oliver não era apenas o homem que poderia chegar a amar. Ele era o responsável por cada pedaço partido dentro de mim. E agora, tudo o que restava era ódio. Um ódio profundo, queimando, que crescia como uma chama incontrolável dentro de mim.
Christian me abraça mais forte, mas o calor de seus braços só alimenta o furacão de ódio dentro de mim. Me debato, enfurecida, empurrando-o com toda a força que meu corpo ainda possuía. Ele me solta, surpreso, e eu grito, minha voz ecoando pela sala.
— Se afasta de mim!
Os papéis escorregam das minhas mãos e caem ao chão, espalhando-se como fragmentos de uma verdade insuportável. Meu olhar encontra o dele, firme, cortante.
— Você... Eu não sei quem é pior. Você ou ele... — as palavras saem como veneno, cruas e sem filtro.
Christian dá um passo para trás, seu rosto se contrai com uma mistura de dor e incredulidade.
— Eu jamais faria algo assim com você — ele murmura, mas sua voz só alimenta minha raiva.
Uma risada amarga e sádica escapa dos meus lábios enquanto passo as mãos pelo cabelo, andando pela sala como um animal enjaulado.
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Shadowns Of The Heart - Lights And Secrets A Série - Livro 1 +18 | Dark Romance
FanfictionEm Lights and Secrets, vidas cruzam-se em uma Paris envolta em mistérios e sombras do passado. Renata Lopes, uma mulher marcada por eventos traumáticos, é jogada em uma espiral de tensão e segredos perigosos enquanto tenta recomeçar. Sky, assombrad...