Cap XXXI

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Zoro on:

 Depois de derrotarmos os monstros, seguimos para a entrada da caverna. A tensão não era palpável, cada um de nós atentos a qualquer movimento estranho. Todos estavam preparados para o que pudesse surgir, ou pelo menos tentássemos estar. A caverna era imponente, com paredes que engoliam a luz do dia e um silêncio perturbador que fazia até os passos de Luffy parecerem ecoar mais alto.

 E, claro, Luffy já estava lá na frente, correndo como uma criança de cinco anos, sem um pingo de preocupação no mundo. Ele sempre foi assim, impulsivo e inconsequente, mas de alguma forma, essa loucura dele sempre nos guiava. Eu mantinha minha mão no cabo de uma das espadas, pronto para agir caso algo desse errado – o que, considerando nossa sorte, era bem provável.

 Enquanto avançávamos, a luz diminuía a cada passo, e a atmosfera dentro da caverna ficava cada vez mais opressiva. O ar estava frio e carregado de um cheiro metálico, como se o lugar estivesse impregnado de sangue há séculos. Sanji andava logo atrás de mim, murmurando algo sobre o quanto odiava lugares apertados, mas sua postura não deixava dúvidas de que estava tão alerta quanto eu.

— Zoro, vê se não se perde dessa vez — provocou Sanji, com aquele tom irritante que só ele sabe usar.

— Fica quieto, perna de alga — resmunguei, sem tirar os olhos do caminho à frente. Qualquer distração poderia ser fatal agora.

 Ao longe, ouvi um som abafado – um gotejamento constante, que se misturava a uma respiração pesada. Luffy tinha parado mais à frente, olhando fixamente para algo na escuridão. Aquele brilho nos olhos dele me deixou alerta. Ele sempre fez essa cara quando sentiu que algo grande estava prestes a acontecer.

—Sentem isso? — disse Robin, sua voz baixa, mas cheia de autoridade. — Essa caverna... tem algo vivo aqui.

 A empunhadura da minha espada estava quente sob os dedos, como se ela também sentisse a presença de algo estranho. Não era apenas a ideia de enfrentar mais monstros que me incomodavam. Esse lugar... parecia querer nos engolir.

 Luffy deu alguns passos à frente, sorrindo.

— Isso vai ser divertido!

— Só você pra achar isso divertido, capitão idiota — murmurei, seguindo logo atrás.

 Cada passo parecia nos levar mais fundo em algo que não tínhamos como prever.

 Luffy avançou sem hesitar, o som de suas impressionantes ecoando pelas paredes da caverna. Eu o sigo de perto, meus sentidos alertas para qualquer movimento. Podia ouvir o gotejar ritmado de água caindo em algum lugar distante, mas o que realmente me incomodava era a sensação de estar sendo observado.

 Nami vinha logo atrás, segurando o Clima Tact firme nas mãos.

— Isso tá errado — ela sussurrou, como se tivesse medo de que algo a ouvisse. — Esse lugar não deveria ser tão... quieto.

— Concordo — Robin respondeu, passando os olhos pelos desenhos rúnicos gravados nas paredes. — Essas inscrições são de um idioma antigo. Pode ser um aviso... ou uma maldição.

— Que ótimo — Sanji murmurou, enquanto lançava um olhar para os lados, claramente desconfiado. — Agora estamos entrando em uma armadilha amaldiçoada.

 Eu não disse nada, mas o desconforto aumentava a cada passo. Seguro a espada com mais força, os olhos fixos na figura de Luffy, que parecia alheio a tudo isso. Então, sem aviso, ele parou bruscamente.

— O que foi, Luffy? — queria, minha voz mais firme do que eu senti.

 Ele não respondeu imediatamente. Seus olhos estavam fixos em algo à frente, escondidos pela escuridão. Então ele compartilhou, sorrindo como se tivesse encontrado um tesouro.

A melhor amiga do meu capitão (IMAGINE ZORO)Onde histórias criam vida. Descubra agora